11 de fevereiro de 2007

NeGr0

Pouso o olhar sobre mim.
Sinto-me a voz doente e feia.
Levo-me sem destino nem fim.
Para o nada, eterna teia.
.
.
.
Pouso o olhar de não ver.
A voz de não sentir.
Expulso o amor de nada querer.
Vomito a dor de tudo pedir.
Morro em mim mesmo no tempo que construi.
Abandono-me ao relento à espera de estar aí.
Morro aos pedaços na idade de morrer.
Choro por te ter, por te perder.
Morro nas paixões de ti.
Sem sequer nascer.
Por isso... Vagabundo por aí...

9 comentários:

Maria disse...

Quem escreve como tu nunca morre...
Um beijo

hfm disse...

Para a tua vagabundagem um obrigada.

maria josé quintela disse...

há dias assim. de vagabundear. para dispersar as nuvens negras.
beijo.

Unknown disse...

Ola, escreves com a alma de quem sente. Deixo-te o aroma de alfazema no ar para os teus sonhos embalar, bjinho,

silvia disse...

Parabéns pelos textos...
Fico encantada de te ler, e espero que nunca deixes de escrever.

Um beijo e um optimo começo de semana.

Kalinka disse...

LI POR AÍ:

Se o "não" ganhar o referendo, como penso que ganhará, será por vivermos num falso Estado laico, onde a religião ainda tem muito a dizer nestas questões. A campanha levada a cabo pela Igreja católica é uma nódoa na face de um Estado que se pretende laico, e devia merecer o mesmo tratamento que hoje se dá aos que tentam impor aos Estados laicos as regras próprias da religião muçulmana.
Que os católicos decidam não usar o direito à interrupção voluntária da gravidez por opção da mulher até às dez semanas é um direito que lhes assiste. Mas que condicionem à sua crença religiosa as mulheres que o pretendam, sendo católicas ou não, é algo que não admito e que tem um nome: Fundamentalismo. Por isto, e apenas por isto, teria sido preferível ter votado a lei na Assembleia da República, eliminando o factor religioso da equação. Convém não esquecer o que aconteceu da última vez, quando as mesas de voto enchiam a cada fim de missa, enquanto os que não vão em missas aproveitavam o tempo para tudo menos para ir votar.

Em todo o caso, na improvável hipótese de o "sim" ganhar o referendo, não será de estranhar que a inauguração das clínicas onde este direito será assegurado às mulheres seja feita como é costume neste país: com a presença do sr. padre e da sua água benta. Vai uma aposta?

MEU COMENTÁRIO:
há gente capaz de tudo dizer, sem medir a consequência das suas palavras...enfim!!!

Claudia disse...

Mais uma vez...percebo-te.

Susana Miguel disse...

«morro aos pedaços na idade de morrer»

Muito Bom!


Um abraço,
ao relento.

Maria Carvalho disse...

Adorei ler-te!

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...