31 de maio de 2008

vErBoSiNcErToS


Pode um simples corpo abandonar-se em melodias eternas?

Calar todos os gritos da distância,

Sentir o calor a penetrar nas pernas,

Uma fome, uma rompante cadência da ânsia?

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Pode um simples toque desvendar os dedos?

Ecoar todos os versos por inventar,

Agarrando as correntes dos mares e dos segredos,

Só para mais uma vez se ouvir o verbo amar?

29 de maio de 2008

gEsToSdEaMoR

Ir e vir numa paixão acesaPerder o juízo em passos loucosQuero construir sempre essa certezaDe que todos as minhas palavras são poucasPara dar a quem se amaPara cuidar na nossa camaPara alimentar várias vezes por semanaPara repetirmos aos gritos e em chamaPara colorir por entre o olhar que no outro se derramaSem nunca se cansar, morrer ou cair.Assim... num eterno ir e vir!

28 de maio de 2008

oLhArAsFl0rEs

Tão imperfeitos somos comparando com os nossos sonhos ou com as cores das nossas telas... Tão imperfeitamente nos deixamos morrer devagar, muitas vezes sem saber que poderíamos deixar que um verso apenas levantasse o olhar de novo à claridade... Tão imperfeitos somos em nós e nos outros. POr isso ainda conseguimos olhar para as flores!

27 de maio de 2008

dEsEnCoNtRo

Não cales o teu voo nas mãos das mulheres pedintes. Não adormeças o teu olhar por entre os gritos de solidão
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Talvez um desenho que nunca pintes ou apenas mais um passo na minha direcção...

26 de maio de 2008

nAr0tA

Voltaste-me o silêncio no olhar
Na dor de um novo regresso
Tudo é grito e dor, mais do que peço
Ferida dos tempos em que mais uma vez quis amar
Rasgou-se-me o peito por entre o vazio
No rastejo de mim em forte corrente
Tudo é nós, sangue que se esvai como um rio
ponte entre o que se quer e o que se sente

25 de maio de 2008

sEiDoSmEuSpAsSoS

Sei dos meus passos na terra pisada----Nos gritos da história mais que contada----Por entre os segredos da madrugada----Que em nós nunca se faz estrada...

Sei dos meus passos na sombra quente----Nas voltas dos tempos, no fogo ardente----Por entre cada poro da nossa gente----Que em nós se diz presente...



Sei do verso no passo mais que inseguro----Nas correntes da inquitação e do futuro----Por entre o rosto de um amor puro----Que em nós se consome e eu não seguro...

23 de maio de 2008

oNdEoRi0pAsSa

Onde o rio passa...
Os meus olhos tornam-se espelho
Transportam-se na corrente
Diluem-se
Rasgam por entre o reflexo e
De novo se aconchegam
Por entre o fluir de cada transparência.
Onde o rio passa...
A minha alma segura a memória
Mergulha-se no sentido seguro
Arrisca-se
Vagueia no ardor dos passos e
Passo a passo se confunde
Eternamente
Comigo.
Onde o rio passa...
Eu sou mais.

21 de maio de 2008


Rompe-me o desejo de partir a cada sopro de saudade. Os meus olhos são correntes em busca da sua foz. Em margens imperfeitas e intranquilas por onde todos os versos navegam. As janelas estão demasiadamente abertas e o vento sufoca-me. Também quero ir. Sair de dentro de mim...

20 de maio de 2008

d0mEuRaSt0


Do meu rasto muito pouco haverá a dizer. Talvez um poeta vagabundo que se deixou perder por entre as suas próprias memórias. Ou então um amante esquecido nos tapumes da solidão. Em lágrimas caídas ao encontro dos outros. Em rios carregados de margens férteis e belas. Reflectidas em cada sussurro que se fez ouvir nos corações. Do meu rasto muito pouco haverá a dizer. Talvez um poeta vagabundo. Simplesmente. Esperando mais um abraço...

17 de maio de 2008

d0s0pRoSeMrEgReSs0


--------------------------------------------------------------------- A cada silêncio dos teus olhos deixarei que a minha voz se perca. Só para te encontrar de novo neste desespero que é saber que no sopro de saudade iremos sempre perder algo... Na eterna inquietação dos afectos e da pele... Na fugitiva sombra do sol ardente que nos queima os sonhos. Para se fazer ouvir outra vez por entre os reflexos das minhas lágrimas. Na quietude das planícies. Onde me afoguei. Sem saber do regresso...

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16 de maio de 2008

eSpErA


Eu não quero nada, mas quero tudo. Pertencer-me o futuro, na segurança do passado que se recorda com uma lágrima no canto da memória. Como num mergulho que se dá e nos transpira o tempo. Para de novo ganharmos ganas de tudo querer. Porque a nós nos pertencemos!

15 de maio de 2008

s0rRiSo

Sento-me ao teclado. Olho para a ponta dos dedos, inquietos. O meu olhar perfura o monitor. A minha alma as cores deste blog. O vazio. Nada. Por isso deixo-me acreditar que, apesar de tudo, o meu sorriso de hoje é a melhor prenda!

14 de maio de 2008

13 de maio de 2008

pReSeNçA


Cores de mim. Entre o perfume das palavras que me acordam todos os dias. Colorindo o meu sangue de presença. A vossa. Obrigado.

12 de maio de 2008

sEiDoSmEuSpAsSoS

Nos gritos da história mais que contada
Por entre os segredos da madrugada
Que em nós nunca se faz estrada...
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Sei dos meus passos na sombra quente
Nas voltas dos tempos, no fogo ardente
Por entre cada poro da nossa gente
Que em nós se diz presente...
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Sei do verso no passo mais que inseguro
Nas correntes da inquitação e do futuro
Por entre o rosto de um amor puro
Que em nós se consome e eu não seguro...
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vIdA

Andamos sempre atrás de nós. Como se nos fugíssemos ou nos procurássemos. Saberemos o que queremos neste labirinto? A inquietação dos passos vai-nos sugando o sossego e as tempestades teimam em inundar-nos por entre as noites. Depois, talvez num único abraço, esquecemos tudo por momentos e adormecemos. Até acordarmos de novo e a dança recomeça. Umas vezes sem música. Outras com a orquesta toda. Umas vezes sem ninguém por perto. Outras com todos. Umas vezes... Outras vezes... inspirando... expirando... Enquanto assim for, estamos vivos!

11 de maio de 2008

sEdEdEtI

Fortes são as correntes deste rio
Que em espelho de mim se projecta
Quando a dor por entre o sangue penetra
Só para me dizer que tudo é fome e arrepio...
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Fortes são as transparências brilhantes
Que em choro inunda mais uma foz
Quando me calo no grito de nós
Só para trazer de volta os nossos instantes...
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Fortes são os soluços da alma em chama
Que em fogo me queima e se evapora
Quando teima em não ir embora
Só para me lembrar: é assim quem ama!

9 de maio de 2008

tUÉsTu


Às vezes apetecia-me dizer-te: "Esquece isso! Deixa que as tuas palavras sejam da tua cor. Faz-me ouvir a tua voz a pronunciar o TEU nome. Sim, esse que existe em ti."Como se fechasse os olhos e nada mais existisse a não ser a tua presença...

7 de maio de 2008

fIcAnDo


Nunca o brilho se deixa curvar perante o tempo. Nem o toque apodrece nas entranhas do passado. Muito menos as carícias se transformam em pó. Nada se petrificará na memória porque tudo brilha ao sabor dos espelhos e das águas. Indo e vindo. Ficando.

oNduReSpIrAçÃo


Ir e vir é a respiração do mar. E de nós também!

6 de maio de 2008

aSmEmÓrIaSpErDiDaS

Todas as palavras que hoje tenho se perderam por entre os caminhos que vão dar ao mar.
Não voltam. Nem ficam. Transformam-se na espuma das ondas e regressarão a todos os olhares que, junto dele, um dia se deixaram abandonar. Junto ao mar. Somos feitos de pequenos e ínfimos grãos de areia que desaguam nas marés que pisam cada instante das nossas memórias. Somos pedaços de isto e de aquilo. Entre as palavras perdidas e as iludidas. Por isso todas elas se vão sem nunca terem verdadeiramente cá estado...

5 de maio de 2008

HaVeRoUnÃoHaVeR

Haverá lugar em nós para o silêncio?
Não. Cada pedaço de grito é bem maior...
Haverá tempo em nós para a ausência?
Não. Cada memória é bem mais pesada...

4 de maio de 2008

sAuDaDeDeNaScEr


Rasgo o tempo naquela tarde em que te perdeste
Na voz surda de quem grita saudade
Para de novo te encontrar na verdade
De tudo o que és, de tudo o que viveste
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Repito as palavras todas de uma só vez
Como se a tarde acabasse numa noite de magia
Invento um novo verso para fazer nascer um novo dia
Aquele, que de pé da tarde se refez
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3 de maio de 2008

pAuSa

Nós que somos feitos de nós porque é que andamos sós?
Onde se escondem as côdeas do pão que fazemos nosso alimento?
De que cor são os remendos das nossas calças?
Por onde se escondem as palavras das nossas lágrimas?
De que vale um grito?

2 de maio de 2008

vEr

Não te direi dos meus gritos por entre as pétalas dos teus olhos. Deixo-me calar no aconchego do teu riacho de lágrimas e sorrisos. Só assim saberei ver-te...

1 de maio de 2008

AmEiA


"Para lá de qualquer compreensão". Basta-me a ponta dos dedos. O doce planar da pele e dos olhares. O quentinho dos beijos. O refrescante aguçar do apetite. A mais forte energia de viver! "Para lá de qualquer compreensão". Estou aqui. Assim. Na ponta dos dedos, na pele, no olhar, no beijo, na fome. De estar aqui. Para lá de qualquer compreensão.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...