31 de julho de 2010

c0nSeGuIr. SeMpReCoNsEgUiR!

"Gostava de encontrar um cavalo que me levasse até dentro de um conto de fadas. Só um bocadinho... para sentir o perfume e o calor das suas cores.. para respirar o ar dos sonhos; dos tempos... para me deixar contemplativamente às voltas de todas as suas personagens... sem ser visto... só para ver e cheirar... caminhar por entre todos os enredos... nunca ter medo do medo porque sei o que vai acontecer... apenas para ficar... por um momento só. Para depois ao voltar poder dizer que consegui!"
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Estas escolhas da minha mãe são as únicas palavras que tenho hoje. Temos de conseguir, companheiro. E VAMOS conseguir.... "Para depois ao voltar poder dizer..."

30 de julho de 2010

Parabéns, minha querida mãe!


Ouve, minha mãe. Ouves-me a cantar no cimo da serra? Hoje as minhas lágrimas são sorrisos; flores cheirosas e um andar de rainha. És tu. Cada palavra solta é um retrato do nosso sangue, da nossa história. Cada inquietação que o meu peito brota, mais uma árvore que dará aquele fruto maduro e doce que se come à beira-rio. Ouves-me, minha mãe? Que vives tanto na minha pele... Só em mim. Agora és só minha, pois a tua vida em mim só eu a sei. E canto. Hoje para ti, minha mãe. Aqui no cimo da serra. Onde o tempo pára para nos abraçar. Onde o céu se faz sémen de vida. Desta vida que eu, minha mãe, te invento dentro de mim. Ouves?

28 de julho de 2010

LaDrÃo

É madrugada. O silêncio cobre-me no seu manto de ternura. E eu deixo-me embalar. Da minha boca as canções andam fugidias... Trago todo o sossego em mim, nesta inquietação que me vai roubando o vento e deixando a pele mais que seca. Conheço bem esta estrada que é uma fonte qualquer de qualquer coisa em nós... E um rio passará um dia no beiral da minha janela para me cumprimentar e dizer "Vês? Eu sempre disse que voltava." Era bom, não era? Mas esta madrugada em mim é de um silêncio pesado e triste. Deste que não nos sonha nem rouba sorrisos. Talvez o Sol nasça num abraço. Talvez um abraço me traga Sol. Que vagueio tempo demais pelas madrugadas...

26 de julho de 2010

lEnTo

Deixo o tempo passar neste tempo onde o tempo parece nem se sentir. Sou solidão dentro da minha história. Não reconheço o vento. Fico caído no silêncio de tantos gritos. E depois, ao adormecer, ouso não sonhar. Procuro-te no tempo que passa neste tempo onde o tempo parece não se sentir. Sou embriaguês no desencontro completo. Não procuro lágrimas, nem memórias, nem nada... Fico perdido e vagabundo ao sabor desta vertigem do nada. E depois, ao adormecer, sussurro o teu nome só para me aconchegar.

24 de julho de 2010

pEgAdA

Rompe-se o silêncio do passado num canto fundo e forte
A história celebra-se na vizinhança da inquietação
O meu sangue corre assim,
Vento que me chama do norte
A minha voz arde sem fim,
Beijo que ainda me treme o coração...
Por isso, gomo de um fruto outra vez por abrir
Corro sem te ver, só para de novo te fugir.

19 de julho de 2010

tUd0tAnTo

Amansa-me a alma peregrina e cansada
Como se fosse o pão da terra
Leva-me contigo até ao cimo solto da serra
E larga-me ao vento. Mais nada...
O meu tempo pede só mais um manto,
Um beijo, um toque do teu aroma também
E deixo-me caminhar até ti, mãe
Até um dia regressar. Tudo tanto...

15 de julho de 2010

tEmPo11

Nem um segundo o tempo me devolveu
Levou-me todas as letras que inventei um dia
Carregou-se de memórias em tarde fria
Comeu-me as linhas da minha agonia
Silenciou-me o peso que ainda é meu...
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Nem um tempo, por segundos, voltou atrás
E continuo neste rio infinito
Entre o esquecimento e o grito
Qualquer coisa de cantar aflito
E não sei viver. E não sou capaz...
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Nem nada. Nem hoje, nem amanhã, nem daqui a um mês
Sei que o tempo é um conjunto de segundos amargurado
Uma dose de pele, mais que morto, cansado
Nas résteas do que me sobra do outro lado
Para que uma noite quisesse renascer-te só mais uma vez...

12 de julho de 2010

m0rRi-TeEvIvI-tE


Morri-te no encontro da ternura
Carregado de um tempo e de um sorriso
Mais do que quero, mais do que preciso
O momento ainda teima, ainda dura...
Vivi-te sangue e fogo em doce caminhar
Palavras de tanto, palavras por dar
Vozes em mim, vozes do mar
Aberto assim sem nunca parar.
Morri-te e vivi-te, ontem, para hoje acordar...


Morri-te no abraço eterno e lento
Que fica para sempre na saudade
Mais do que um rio, mais do que o vento
O mundo todo, vagabundo do amor e da cidade...
Vivi-te completo e firme. Passo seguro
Jardim de tanto, jardim sem muro
Entre a claridade que grita esse grito no escuro
Feito leito na corrente de um sémen ainda puro
Morri-te e vivi-te. E ainda perduro!
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Obrigado, Carol, pela foto. Obrigado, Zé, pela vida. Obrigado, Maria, por mim. Obrigado a todos!

11 de julho de 2010

oMeUvAzIo


O meu vazio é tanto!
Talvez o reflexo dos teus olhos em mim. Na minha pele. Na minha voz. Em tudo o que existe.

Por isso, entre cada sopro deste manto

Me refaço feliz, por entre todas as viagens de quem ainda resiste.
O meu vazio é cheio!

Talvez o abraço dos teus poemas em mim. Na minha mão. Na minha dor. Em tudo o que se faz.

Por isso, entre cada janela aberta sem receio

Me refaço vezes sem conta, por entre os arrepios de estar em guerra e paz.

O meio vazio sabe a ti, e assim se brilha!

Talvez esta certeza dos teus passos em mim. Na minha saudade. Nos meus sonhos. Em tudo o que tem de ser infinito!

Por isso, entre o sabor de mim e o cheiro da tua ilha

Me refaço em nós, por entre o que em silêncio sabemos: o grito!

O meu vazio assim. Sem fim...

7 de julho de 2010

oSmEuSpAsSoS

Os meus passos são poemas de OutonoFolhas caídas e abandonadas no chão.Palavras repetidas, vozes sem donoCom que pinto um caminho de ilusãoOs meus passos trazem-me um calor demaisSempre que o vento me falta outra vez.E por isso, quando fico e te vaisMe deixo cair numa tela de dor que ainda ninguém desfez...Os meus passos por vezes são vagabundos soltos e sem sorrisoSem destino, sem paragens... só em frente!Porque cada pedaço desse caminho que pisoNa saudade transformado fica frio e quente...Os meus passos vão e vêm como um conto de fadasCarregando memórias, desesperos e cansaços...E eu, simples mortal de palavras aprisionadasAcabo por me prender nos meus próprios passos!

6 de julho de 2010

pEnAdAeTeRnIdAdE

Saboreio-te o silêncio sem saber se é amargo ou doce
Mastigo pedaço a pedaço a ausência e a saudade
E deste sabor, volto a cair, como se apenas fosse
Uma pena que se perde na tua eternidade...
Bebo-te o fel de um beijo mais, pelos caminhos secretos da viagem
Espero assim, pedaço a pedaço, o sorriso que da tua pele se deu
E deste leite fecundo me sirvo a embriaguês e a vertigem
Só porque da tua eternidade uma pena se perdeu...

3 de julho de 2010

mAnToDeSaUdAdE

Pouso o olhar sobre a tua janela. Onde o vento se perde inquieto...
Sou aroma de paixão, dança de feto.
Grito as lágrimas nos sorrisos fecundos. Onde o tempo dorme sem manto...
Sou a cor que me pinta a pele, que me grita o canto.
Aconchego a palavra que não existe. Onde o vazio é a foz de cada silêncio mais...
Por isso visto-me outra vez de saudade. Sempre que fico e tu te vais.

1 de julho de 2010

oChEiRoDoMeUcAiXã0


Leva-me o vazio em tons sépia de tanta sede
Leva-me o reflexo do passado de encontro à parede
Leva-me a saudade em alicerces de solidão
Levo-me eu, passo a passo por entre o cheiro do meu caixão.
Leva-me o silêncio dos gritos animais e perdidos
Leva-me o corpo dos momentos de suores já esquecidos
Leva-me a ternura do vento que me abraça a palma da mão
Levo-me eu, passo a passo por entre o cheiro do meu caixão.
Leva-me o olhar que espera na ferida de um tempo que não pára
Leva-me a paz, a fome, a guerra, a miséria, o toque leve no amarelo da seara
Leva-me quem chama, em chama, no Sol da inquietação
Levo-me eu, passo a passo por entre o cheiro do meu caixão.
Levam-me as cores que se pintam nos versos e nas paisagens
Levam-me as telas, os papéis, os lápis de todas as paragens
Levam-me os Homens que se amam no ódio da insatisfação
Levo-me eu, passo a passo por entre o cheiro do meu caixão.
Leve. Leve com o peso deste leito que se carrega assim
O improvável sorriso de quem se sente perto do fim
Que de leve leve vem o pioneiro de uma vida em paixão
E um dia, quem sabe, se deixará levar, no pó de todos os cheiros do meu caixão.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...