26 de fevereiro de 2014

qUoTiDiAn0

Fazem-se as horas organizadas em decisões
Recolhe-se o lixo e lava-se a loiça na hora certa
E nem reparamos que já andávamos aos trambolhões
Sempre que o cansaço nos dói e aperta

Temos a casa bem limpa e organizada
Pronta a brilhar sei lá o quê
Até somos capazes de dormir de mão dada
Mas raramente vemos para além do que se vê

Compramos detergentes como tem de ser
Limpamos a saudade garantida
E de repente quando o vazio nos veio encher
Já nem contamos as lágrimas que temos em vida

Será a razão semente fértil da existência?
Será o futuro o acaso da distração?
Há dias em que me lamento na essência
De caminhar coladinho ao coração...

Será a morte assim tão distante?
Será o tempo um cavalo solto e só?
Há dias em que nem queria ser amante:
Ser pedra, poste, ferro ou pó!

17 de fevereiro de 2014

v0o

Levo-te na viagem que um dia me trará de novo
Roubo um sopro ao vento e embalo
Serei a liberdade em mim, simplesmente.
Porque o meu corpo tem o peso do que tenho e não calo

Volto-me ao infinito, canção eterna e luz
Rente a um jardim ainda por construir
Serei a voz que me devolve os sonhos
Flor e cores entre o ficar, o ser e o partir


5 de fevereiro de 2014

MeUaMoR

Meu amor, colo meu
Segreda-me a tua pele num beijo mais
Sonha-me o que ainda não aconteceu
Traz-me para abarcar cada minuto deste cais

Meu amor, colo tanto
Abraça-me num petisco e gaRgalhada
Sabes que te tenho como vinho, como manto
Correndo no sangue de cada madrugada

Meu amor, colo da ternura
Leva-me a ParIs, junto ao rio da minha vida
Deita-te no meu corpo, numa dança boa e pura
Para que a noite se faça única e comprida

Meu amor, parTe de mim
Que me agarras a tudo o mais que tenho escrito
Amo-te como a pétala mais brilhante de um jArdim
Quero-te para além de tudo, para lá do infinito!

3 de fevereiro de 2014

mUlTiDã0

Diz que sim ou diz que não
Sê a tua voz, a tua esperança
E serve em brinde de canção
Os teus sonhos de criança

Diz da sorte ou do azar
Rompe na avenida o novo grito
E na dança do punho no ar
Abraça-me tudo o que tenho escrito

Só podemos ir se for
No corpo de um beijo
Uma vida que se chama amor
É o tanto que desejo

Diz do muito ou diz do pouco
O mistério de uma lágrima vã
Que de tanto ser médico e louco
Acordamos sempre pela manhã

Diz da vida ou diz da morte
Ao som do teu bate-bate
Dá-me um sorriso bom e forte
E tudo o mais que se combate

Só podemos ir se for
No corpo de um beijo
Uma vida que se chama amor
É o tudo que desejo

Diz da criação e fica!
Apertando o cerco à felicidade
No que se tem e no que se pratica
Para ser porto da tua idade

Diz do poder de toda a gente
Mesmo em tempo onde tudo se encurrala
Já sabemos de cor o sumo dessa mente
Que nos mata, mas que não nos cala!

Só podemos ir se for
No corpo de um beijo
Uma vida que se chama amor
É o que tenho e o que desejo

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...