28 de fevereiro de 2007

EnCoNtRo

É o momento. Sim. Chegou a hora de te encontrar de novo. Na volta de todas as partidas. No despertar de todas as fugas. Nas dores de todos os silêncios. Nas misturas de todas as palavras. No amanhecer de todos os sonhos. É o momento. Sim. Só resta saber como... E se os olhos aguentarão...
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Sim.

MoMeNt0

Perdi o abraço na raiva de não te encontrar. Por isso chorei as estrelas...

27 de fevereiro de 2007

TeR-tE

Perto. Muito perto é a minha casa. Demasiado perto? Nunca é demais quando as ondas nos batem à porta para nos anunciar as marés. Nunca será muito se a praia se estende aos nós pés para nos aquecer. Será sempre pouco quando os silêncios esconderem o tempo...

PoRdEnTr0ePoRf0rA

Percorro as memórias de mim, como se o caminho fosse o trilho. O segredo de um futuro incerto, mais que perfeito por entre as palavras todas já ditas. Nelas encontro os baús e os caixões do tempo. Os sinais e as grutas. As marés e as cores. O vazio e o silêncio... Afinal, não sei bem se passei ou se ainda lá estou. Nas memórias de um dia que nasce a cada novo sorriso. A lembrança de ti. O aroma do encontro. A certeza da ternura do leito. Afinal, o tempo corre mas o rio não morre. Porque a nascente sou eu.
Porque a nascente sou eu. Afinal, o tempo corre mas o rio não morre. A certeza da ternura do leito. O aroma do encontro. A lembrança de ti. Nas memórias de um dia que nasce a cada novo sorriso. Afinal, não sei bem se passei ou se ainda lá estou. O vazio e o silêncio... As marés e as cores. Os sinais e as grutas. Nelas encontro os baús e os caixões do tempo. O segredo de um futuro incerto, mais que perfeito por entre as palavras todas já ditas. Percorro as memórias de mim, como se o caminho fosse o trilho.

26 de fevereiro de 2007

AnOiTeCe-Me

Porque me dizes isso tudo? A bela amante chorava a cada interrogação. Tudo lhe era visível, mesmo por dentro de todas as águas. Queria poder anoitecer-te. Levar-te na noite pelas palavras dentro até chegar ao princípio. Das coisas? Mais uma interrogação. Não... De nós.

JáTeDiSsE


Já te disse. Leva-me contigo. Já te disse. As palavras não morrem; quando falam é porque existe a maré. E porque até nos silêncios me apetece gritar-te deixo-me pelo eco das ondas e o sussurrar do vento. Que tu ouves. Já te disse. Não foi? Em cada verso deixado ao abandono em ti. Em cada canto atirado aos Deuses. Já te disse. Mas apesar disso, tu sabes, voltarei a dizê-lo.

24 de fevereiro de 2007

PeRt0


Há um silêncio de memórias nos rostos que dormem sobre os lábios que esperam. No aroma dos frutos caídos. Na ternura das palavras. De ti. Evidentemente.

23 de fevereiro de 2007

DeScAnSo

Levei as mãos vazias de tantos silêncios. A voz cansada das memórias, do desconhecido; da infindável caminhada do deserto. Baixei os olhos no teu colo para apenas te sentir o cheiro; o calor. O eterno regaço e o repouso. Não te pedi de novo as palavras. Limitei-me a adormecer. Livre; na prisão de ti. Porque não há rios secos dentro de nós. Porque há sempre um lugar para a foz.

22 de fevereiro de 2007

EsTaR

Recebe-me estas lágrimas dos anos passados de tanto pesar. De tanto passar pesando em mim os tempos de todas as marés e cidades. De tudo ser sonho e passagem. Pouco mais me importa que esta recordação que um dia voltarei a mim. A ti. Afinal, nunca nos fomos. Existimos para além de tudo. Em cada onda que da maré se revolta. Em cada sopro que das nuvens se solta. Em cada verso que da paixão se diz. Afinal sempre estivemos. Pousados nos murmúrios das palavras. Na eterna voz do levantar!

ImAgEm

Adormecer... a cada embalo das marés de nós. Na VOZ das ondas. No cantar dos murmúrios. Por dentro de um sorriso procurado. Uma imagem fixa na lembrança.

21 de fevereiro de 2007

VaZi0


A noite brilha-me na memória o cansaço.

Aquece-me nos silêncios o caminho.

Inquietação em cada abraço.

Solidão de ser sozinho.

A noite brilha-me apenas.

Nada me traz...

OrEgReSs0


Fecha os olhos, disse mais uma vez a bela amante. Acabada de chegar do deserto. Daquela infindável caminhada dentro de si em busca das flores e da corrente do rio. Não me digas nada; mais nada. Entrega-te, simplesmente. Repetiu. Vezes sem conta. Até ser verdade. Até que o beijo se alcançasse e finalmente pudesse morrer. No espasmo do amor. E foi aí que a sua voz se levantou e cantou o mundo.

20 de fevereiro de 2007

tU

Quem és tu? Sim. Esta a pergunta nas minhas palavras disfarçantes. Simplesmente para te poder dizer de novo. Amo-te. Nunca o fomos e jamais o seremos. Mas as palavras das memórias e dos sonhos se cobrirão com os mantos das nossas ilusões. Nada se gasta. Nem as palavras. Ganham nova existência! Oh, sim... Nova e deliberada respiração nas profundezas dos nossos caminhos. Nos que não se cruzam. Nos dos desertos. Dos jardins. Das cidades. Talvez seja demais? Não sei. Serão demais as palavras? Mesmo as gastas? Para sempre na ponta dos meus dedos o calor do meu olhar. O refúgio das minhas palavras. A loucura do eterno.
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Porque, afinal, nada se gastará se for essa a nossa luta.

TeCiDo

A cada linha que o amor teceArde a fogueira de tanto quererO tempo renova-se e amanheceNo desejo do eterno anoitecerA cada linha tua, doce e quenteOs meus olhos sorriem, com ternuraO amor é assim, de toda a genteSó ele mata e só ele curaA cada linha funda, de intenso sentirQuero que nunca se canse, que sempre regressePorque em ti, as palavras sabem ouvir"A cada linha que o amor tece..."

19 de fevereiro de 2007

aMaR

É no espelho que me dás que o amor se refaz.

MeMóRiA

Como um castelo no alto do monte, de frente para o rio que segue o seu caminho sereno e seguro. Como o sol que aquece o castelo no alto do monte e as águas dos rios; que reflectem o verde das margens e o laranja do eterno sonho de todos um dia sermos assim: livres, entre duas margens imponentes e o olhar vigilante de um castelo de memórias.

17 de fevereiro de 2007

rAiZ

É na raiz de mim que se entrelaçam os nós do meu peito. Fazem-se e desfazem-se na passagem dos tempos. Nos aromas e cores do despertar. Nos silêncios. Das noites. Do amor. É na raiz de mim que a inquietação ergue a sua voz.
Porque as raizes de mim são os rios que me banham.

16 de fevereiro de 2007

AbElAaMaNtE

A bela amante atravessava o deserto. Segura dos seus passos e do seu destino. Percorria cada desenho da areia como se fosse um pincel em plena criação. Sabia-o a seu lado. Pleno. Na travessia do deserto. Os desertos são para se atravessarem. Por isso a bela amante o fazia. Confiante. No futuro daquela pintura magistral. Talvez amor. Talvez vida.Um dia a bela amante decidiu olhar mesmo para o seu lado. Quem sabe o maior ou o melhor olhar que alguma vez dera. E não viu nada. Só o deserto da travessia. Portanto o vazio. Nem o vento. Esse parece que vinha do outro lado. Do outro lado do deserto ou do outro lado de si. Foi então que se sentou nas dunas e fechou os olhos. E perguntou-se: Para quê esta travessia se não tenho ninguém a meu lado?Foi nesse momento que ele apareceu e lhe disse: No fim dos desertos há as flores. Há o mar. Há novas areias. Outras pegadas. Estas apagam-se logo à passagem. Continua.E a bela amante continuou. Sozinha. Porque finamente a sua segurança se transformou em determinação.

15 de fevereiro de 2007

mArDeTi


Sonhei que adormecia destapado e que ia sentindo o frio pela noite. Depois, em vez de alguém - pode ser o amor - me vir tapar com um cobertor ou lençol, simplesmente me cobriu com o azul manto do mar. Eternizei-me então.


DeSpErTaR

Em cada raiz de mim brota uma folha que se soltará no vento. Depois subirá às nuvens, rasará o mar, pousará nos telhados. Sentirá o amor quente dos amantes no interior das lareiras. Continuará cheia de cor, pintando palavras pelas ilhas de todos nós. Atravessará os montes e as nascentes. Espreitará a foz. O estuário dos sonhos. As vozes das marés. As perguntas das gotas de chuva. Talvez durma serena na lua. Talvez se queime eterna no sol. Mas a folha de mim nunca deixará de existir por aí. Porque em silêncios se refaz todos os dias a cada novo amanhecer. Por ti. Por mim. Por nós.

12 de fevereiro de 2007

PrEsEnÇa

Pelas palavras de mim atravessa uma luz
Penetra-me pelo peito dentro devagar
Fragmentos de ti, de onda leve que seduz
Cada apeadeiro do meu despertar
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Pelas palavras soltas de mim
Vagueia o desejo de nunca perder
A lembrança, a dor e mesmo o jasmim
De cada pétala que em ti se faz crescer
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Pelas palavras perdidas, quem sabe mortas
Há o céu, a nascente e o eterno
Porque de cada vez que me abres as tuas portas
Sinto o Paraíso tatuando o amor no Inferno
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Não me calarei, mesmo doente
No grito da vaga do mar do norte
Direi, mesmo chorando, ESTOU PRESENTE
Calar, não. Não quero essa sorte!

11 de fevereiro de 2007

EsPeLh0

Sem retorno. Intenso. Materno. Intenso. À espera. Das tuas palavras.
Assim...

NeGr0

Pouso o olhar sobre mim.
Sinto-me a voz doente e feia.
Levo-me sem destino nem fim.
Para o nada, eterna teia.
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Pouso o olhar de não ver.
A voz de não sentir.
Expulso o amor de nada querer.
Vomito a dor de tudo pedir.
Morro em mim mesmo no tempo que construi.
Abandono-me ao relento à espera de estar aí.
Morro aos pedaços na idade de morrer.
Choro por te ter, por te perder.
Morro nas paixões de ti.
Sem sequer nascer.
Por isso... Vagabundo por aí...

10 de fevereiro de 2007

SiLêNcIo

Silêncios… as procissões de mim
Em direcção ao altar da solidão.
No céu, talvez uma leve nuvem de cetim
Abençoando a peregrina caminhada em vão

Profundas… as tristezas desta história
Porque tudo em cortejo se encanta em dor.
No sofrimento, colorindo cada viagem da memória
Festeja-se quem sabe uma vontade maior

Cânticos… fortes ventos da força de ter
O encanto de todas as horas da lágrima corrente.
Vale tudo, até parar. Mesmo morrer,
Para de novo tudo ser igual e tudo ser diferente.

8 de fevereiro de 2007

PaRt0


Posso afogar-me nas lágrimas que desaguam em mim, que inundam a foz da minha alma, que secam a fonte da secreta nascente onde o amor se refaz todos os dias e se suicida só porque existe?

Posso afogar-me e voltar a banhar-me em sossegos ou serei sempre náufrago desta viagem sem destino onde nem a morte será descanso?

Posso beijar-te e adormecer, talvez feliz?

Fica Para sempre comigo...

7 de fevereiro de 2007

pAzDeTi


Longe. Longe caminhei por entre o verde Inverno dos silêncios molhados. Procurei-te. Por entre os bancos de espera e meditação. Nada. Longe. Longe me perdi por tão longe andar e por tão longe me deixar ir. Procurei-te. Sem perdão. Sem rotina. Sem destino. Apenas por te procurar. Longe. Por ser longe e por seres tu.


6 de fevereiro de 2007

aToDoS

De longe, secretamente, te vejo
Te sinto nas palavras de aromas em flor
Navego pelas ondas do teu desejo
Como se fosse para mim todo esse calor.
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Perco-me, vagabundo, pela noite fora
À procura de nunca chegar
Porque de cada vez que um sonho se vai embora
Tenho de fazer outro começar.
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Por isso, timidamente, me vou plantando por aqui
Sem saber se fico ou se regresso
Sem saber se alguma vez te descobri
Sem saber se serei prosa, se ficarei verso.

5 de fevereiro de 2007

PrIsÃo

Quando pára de chover no teu peito?
Nesse olhar que todos os dias nos chama,
Nesse silêncio que corta sempre a direito
A dor de quem se quis só porque se ama?



Quando pára de chover no teu abrigo?
Nesse calor desfeito à memória,
Nesse palpitar entre o prémio e o castigo
de tudo ser a tua única história?

f0rÇa


Pudesse eu ter cor seria vermelho

Pudesse eu ser flor seria espelho

Pudesse eu ser dor seria cinzeiro

Pudesse eu ser andor seria inteiro

Pudesse eu ser calor seria o sol

Pudesse eu ser amor seria lençol

Pudesse em ser tambor seria poeta

Pudesse eu ser turpor seria linha recta

.

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Pudesse eu não ser nada, bastava-me um olhar de madrugada: uma janela aberta à estrada!

2 de fevereiro de 2007

dEsEnCoNtRo

O teu olhar basta-me. É o teu sorriso.
"E quando aponto para a Lua não te vejo a meu lado e ela apaga-se..."

Porque lês nos meus olhos o contrário do que te digo?
v
e
j
o
-
t
e
c
á
d
e
c
i
m
a
.
.
.
Chora só se for para me chamar...

SeMm0rDaÇa

Vale a pena deixar as palavras correr. Como os rios. Mesmo nos silêncios que nos dizem.

c0nViTe






A manhã nascia devagar, como devagar também era a maré a bater nas rochas. Devagar. Num bater de beijo. Molhado. A manhã nascia vagarosamente entre o laranja e o vermelho, numa dança de paz com o azul e o verde escuro. Ali. No cruzamente dos lábios. Para ficar.

1 de fevereiro de 2007

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...