19 de dezembro de 2014

Am0rTeDoPoEtA

Sobe o poeta ao rumo da estrada
Os seus passos carregam uma vida inteira
Um sonho na luz derradeira
Que a morte se faz anunciada...

Canta o poeta às ondas do mar
Deixa a voz nos calos da sua rouquidão
Pedaços do sangue desse coração
Que a morte se faz já cansada...

Chora o poeta nas flores do jardim
A sua pele cheira a doce mel tão quente
O seu corpo é o espelho de toda a gente
E a morte, ao fazer-se, é dor e não tem fim...

Fica o poeta na janela aberta do infinito
Rasgando a saudade que devora
O estrondo do tempo pela noite fora
Que a morte se faz do beijo e do grito...

Nunca o poeta morre
Que do seu fingir escorre
Cada palavra a eito
Por entre o amor feito
Ou a solidão e o vazio
 De tudo saber a calor e a frio
Numa dança de tanta nudez
Porque o poeta, quando morre, nasce sempre outra vez!


13 de dezembro de 2014

QuAnDoAcEgUeIrAn0sTrAnSp0rTaDeNoVo

Um dia vou arrancar a palavra solidão dos meus olhos. Juro que a devorarei com tanta raiva que as tempestades vão pedir-me perdão. Porque é que as ondas do mar teimam em ser cegas?

11 de dezembro de 2014

AnTóNi0pInCeLdAvIdA

Serve-me o vermelho no horizonte
Pouso o meu olhar, finalmente
Já me cansa a fome defronte
E a solidão de tanta gente...

Quero tanto o meu olhar
No desassossego da liberdade
Por isso não me canso de pintar
Cada pedaço da cidade!

Sou o que quero ser assim
Como um louco à solta na vida
Que seria eu se me prendesse a mim
E deixasse a alma esquecida?

É o meu jeito, o meu grande sentir
Ser total, entre as cores do mundo inteiro
Em marés de ir e vir, de ir e vir
Como água, regando o seu canteiro...

Vou e volto, no regresso de cada viagem
E de tantas que me trazem aqui
Nunca estarei de passagem:
No pincel que na minha pele teci!

CoReSaBrInCaR


A macaca Bolita
Tem um focinho castanho
Que fica cinzento
Quando toma banho.

A macaca Bolita
Tem um rabo vermelho
Que fica azul
Quando se vê ao espelho.

A macaca Bolita
Tem um olho amarelo
Que fica preto
Quando come caramelo.

A macaca Bolita
Tem as cores trocadas
Porque estão sempre a mudar
Nunca ficam sossegadas!

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...