30 de março de 2012

eSsÊnCiA

Ao som da chuva que cai
Do suave despertar da natureza
O meu peito corre e vai
À procura da vida, da sua beleza.

Encontro silêncio e faço canção
Encontro dor e chamo a solidão
Encontro saudade e não digo que não
Amar-te é essência no meu coração!

Ao som da chuva que vem
Das cores que enfeitam a floresta
O meu peito é um regaço que tem
Todas as palavras com que te protesta.

Grito o teu nome, apelido desta paixão
Grito o tempo que me sabe a canhão
Grito a paz e adormeço então
Porque amar-te é essência no meu coração!

29 de março de 2012

d0r

Solto a raiva na minha canção
E tudo se silenciou.
Mal sei da esperança
Deste amar criança
Que um dia me abraçou
E agora me parte o coração.

Vou correr as margens do rio
Sem destino.
Quero cair e não voltar
Deixar de sentir, de amar
Nunca mais ser menino
Encher-me de pó e vazio!

Talvez quem sabe o amor
Consiga vencer.
Olhar amando
Ser-se verdadeiramente quando
Se agarre para não se perder
Se conquiste dia-a-dia mesmo em dor.

Cuidar do amor é um verso mais?
Apenas utopia que já sangrou?
Já não sei para onde vais
Já não sei para onde vou...

pErCa?

Verto o grito da solidão
Rasgando o futuro
E o tempo parou.
Cego este presente sem perdão
De me enjaular num amor puro
E não saber para onde vou.

Procuro paz no silêncio que não existe
Perdendo a corrente
E o rio segue incerto.
Não encontro senão este andar triste
Perdido no meio de tanta gente
Em versos de um peito demasiadamente aberto.

Valerá a pena amar assim
Ser sorriso pleno e forte
E dar, dar, dar, dar?
Talvez um dia seja dono de mim
Para não morrer às portas da morte
Para não me perderes no teu amar...

28 de março de 2012

UmPoStChEi0dETaNt0qUeSóPrEtEnDeBaRaLhAr!

EIS A FALA DO TRISTE POETA:
Houve um tempo em que a música do silêncio significava um verso mais... A tua voz na noite pintava-se na lua. O teu rosto era um caminho. Nesse tempo em que vinhas de mansinho.
Houve um tempo em que o longe se inventava nas solidões... A qualquer momento os jardins regressavam para nos enfeitiçar. Talvez a saudade de te ter... Nesse tempo em que tudo era ser.
Houve um tempo em que as notícias se transformavam em histórias de paixão... Em corpos de espelhos que se abandonavam aos labirintos. E os rios correntes amarras para amar... Nesse tempo em que tudo se podia cantar.
EIS A RESPOSTA DE UMA AMANTE QUALQUER:
Pois é, meu amor, longe estás de mim agora. Deste aos passos um sabor a mel demasiado doce. Por isso vai. E tudo já é como se fosse...
Pois é, meu amor, deixaste cair uma lágrima afogada. E os lagos não têm horizontes. Nem os cheiros de nenhuma mão. E tudo me sabe a prisão...
Pois é, meu amor, o leito vazio agora é uma secretária. Onde passo o corpo para pintar uma janela aberta ao futuro. Do que quero em mim sem ti. E tudo é bem mais do que perdi...
O REGRESSO DO VIAJANTE:
Na alma do meu toque mora ainda a liberdade. Gritos de um enredo perdido nos teus olhos. E nada me fica mais eterno do que os segredos que transbordam dos meus dedos.
Na alma da minha morte talvez um dia descubra a paz. No peito colorido que se fazia à estrada. E nada é mais que uma dor mais, rasgando em pedaços os trilhos frenéticos dos meus cansaços.
Na alma da trincheira que me liga ao que era estou nu. Sem me importar com o nome das fardas que passam ou ficam. E nada é tudo o que o meu sonho quis só para ser feliz...
O DISCURSO:
Não vale a pena ficarem ansiosos ou tristes! O cais não carrega a bagagem que se perde à toa! O barco vai de saída sem destino certo. Vai para longe e vai para perto. É só escolher o local. Ficar parado é que não vale!
Não vale o custo das chagas dos amores vadios! Cada onda não comporta tanta rouquidão! Talvez um dia o amor se torne país e o beijo capital. Ficar parado é que não vale!
Não vale o palavrão deitado na raiva! O pontapé no canteiro mais risonho! A cuspidela que se atira ao sonhador é um veneno que sempre nos fica mal. Ficar parado é que não vale!
A MENTIRA DA VELHA:
Minha filha, fica um pouco outra vez nesta dança... Sê no teu ferver a gargalhada solta da criança... Rima-me na pele esse teu jeito que me balança e faz-me fruto que a minha história não me descansa!
O VÓMITO DO SORRIDENTE:
Que negro o teu enterro... Que escuro trazes no que vestes... Aparta-te de vez. És uma invenção que ninguém fez!
A DOR, ESCANCARADA NA EMBRIAGUEZ:
Não existe a garganta no bater das tempestades. Só desmaios largados ao vento. Que ficou tão fundo que me aperta ainda. Que quis um dia pousar o seu tricô pertinho da janela. Coisa mais bela...
E AGORA, OS COMENTÁRIOS:
Lol. Like. Puta que te pariu! Já sabes que... Como foste capaz? larga a cachaça, mulher! Francamente... Outra vez?!!! Não compreendeste nunca! Falsa.... (e mais e mais e mais...)
AGORA EU:
Meus queridos amigos...

23 de março de 2012

c0rReNtE

O tempo que me falta é um rasgão na minha pele. Deixa-me no sufoco de uma liberdade que me prende. Não sou onda. Sou corrente.

20 de março de 2012

d0r

Da liberdade de sonhar, o enterro dos dias. Neste silêncio cheio de nada, de ventanias. Onde a minha voz se cala para chorar. Deito-me sem ti. Nem me vás buscar!

18 de março de 2012

v0lTeFaCe


Volte-face é tempestade
Ronco do tambor em peito aberto
Que deixa a vida demasiadamente perto
Num caminhar cheio de amor e de verdade

Tantos anos num arrepio sem saber
Dos sonhos que a alma tece
E tudo se faz, tudo acontece
Na medida certa de cada amanhecer

Sou dono da minha vida
Nem tormento nem maré
Abro o mundo em tudo o que me é
Fecho memórias a cada despedida

Nem vale a pena chorar os companheiros
Que a morte se anuncia na corrente
Do muito que se faz o meu presente
Arranco nos meus passos fortes e certeiros

15 de março de 2012

aChEgAdA

Chego aqui, a este pequeno lugar
Sorvo os minutos de um tempo que já passou
Levo alto os pedaços do meu caminhar
Talvez sem saber quem fui ou quem sou

Passo e trespasso a verdade em mim
Feito choque e grito de onda a rebentar
Que vai e vem e me afasta assim
De tudo o que não sei deste pequeno lugar

Sirvo os sonhos num futuro vazio
Como quem descreve os trilhos por onde não vou
E rente a um toque, uma imagem, um arrepio
Sorvo os minutos de um tempo que já passou


Serei dono do destino ou da alma minha
Que se canta nos labirintos do respirar?
Desfaço tudo o que tenho, tudo o que tinha
Levo alto os pedaços do meu caminhar

Tudo é tudo sem qualquer perdão
Tudo mesmo, que aqui se refez e aqui se gravou
Nada mais sobra, nem liberdade nem prisão
Talvez sem saber quem fui ou quem sou


12 de março de 2012

ReCaNt0iNfInIt0d0c0rAçÃo

Tudo me falta na solidão
Atirada contra o meu peito sem pedir
Faço-me enguia com vontade de fugir
E pousar no infinito recanto do coração

Deixo-me perder na inquietação
Rasgo a pele aos pedaços 
Canto amores cansados
No recanto infinito do coração

Choro lágrimas sem dó nem perdão
Sinto todas as promessas vãs
Desconfio das noites e das manhãs
E perco-me no recanto infinito do coração

Sirvo-me a mais bela refeição
Na esperança dos sorrisos azuis de mar
Que de tudo o que me faz ainda cantar
Também se guarda no infinito recanto do coração

8 de março de 2012

SeMpReMuLhEr

Pobre camponesa da terra ardente
Perdes-te no silêncio das searas

Consomes sonhos e luas raras

De esperas vivas mesmo à tua frente...
Pobre peixeira do mar furioso
Carregas a vida entre as mãos e a pele escura
Cantas a dor em forma de ternuraE esperas inquieta no teu coração ansioso...Pobre mãe dos dias que nunca mais acabamRecomeças a toda a hora a tua vidaSentes o cansaço numa respiração perdida
Esperas tanto, no fundo dos olhos que desabam...

Pobre amante deixada ao abandono

No seio do tempo que não é teu

Caída no leito que nunca faz seu
Onde esperas como folha em solidão de Outono...
.

Que o universo se levante e se ponha de joelhos!

Que se incline na divina existência!

Somos pó no meio de todos os espelhos!

Somos sangue que jorra a sua própria clemência!

Quero-te sempre em mim, vigilante em tudo o que fizer.
Sei-te natureza e gravidez
Por isso, te encontro, te espero, te desejo outra vez
Por isso e por tudo, sempre MULHER!



7 de junho de 2010

6 de março de 2012

LeVa.Me

Leva-me ao céu num silêncio apenas
Canta o sangue do teu rio
Existem no caminho flores amenas
Que sopram beijos ao arrepio

Leva-me na peugada do destino
No abraço dos poemas fortes e embriagados
E eu, na solidão de um passo sem tino
Sinto os meus olhos turvos e cansados

Leva-me sem me dizer dos carris
Onde adormeço cada segundo dos sonhos meus
Porque em ti faço-me menino solto e feliz
Que brinca e barafusta pelos sorrisos teus

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...