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Rompo este silêncio com o grito da paixãoSaltimbanco por entre cantos e floresAprendiz de mil e um amoresCom que pinto a sofreguidãoFotografo o momento da mão na mãoMemória de tempestades e saboresMorrerei no dia em que foresSem pena, sem dó, sem caixãoAmar é assim esta graça em turbilhãoO bater dos tamboresO passo rente dos andoresA serena inquietude do coração

Sobra-me o cansaço em tons de solidão. Forte. Inerte dos cantos roucos da memória. Selo. Numa viagem eterna sem perdão. A vida. Que sempre nos transporta. Entre a luz que brilha e a interminável porta. Sobra-me mesmo este cansaço... e não sei onde o trocar.
Fosse eu viagem e talvez deixasse correr este rio em sossego. Pirataria todas as sílabas dos poetas só para nunca voltar a sentir o vazio. Fosse eu pintor e cada pincelada traria o calor do teu abraço. Hoje, só. Assim. Na crueldade da página em branco e do silêncio. Deste ardor que se sente por entre toda a gente. Assim, hoje. Porque o mundo se vai matando por entre o tremer dos desejos. Porque os Homens se vão suicidando por entre os gumes dos seus próprios dedos. Porque incrivelmente os beijos navegam soltos nas ondas das memórias. Hoje, só, assim. Até que um dia volte a ser viagem e me queiras finalmente reencontrar...O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...