29 de maio de 2016

bRuMa1

Rodeando o seu próprio copo de cachaça, o Vagabundo nem sequer se permitia à vertigem. Ia esvaziando o tempo. Correndo por entre espaços sem nada e sem história. Já não sentia o cheiro do queijo ou o sabor do vinho ou as gargalhadas do "porra". Apenas o copo de cachaça. Sem cachaça. Ainda a ferver da dor deixada. Ainda brilhante dos tempos de liberdade. O Vagabundo está a morrer.

1 comentário:

Maria disse...

O Vagabundo nunca morre. Mesmo que deixe, por momento, de respirar, haverá sempre alguém que lhe chega a cachaça ao nariz. Aí o Vagabundo tossirá, sentirá o cheiro do queijo e do pão quente, sorrirá com o "porra" e voltará à vida. Porque estes Vagabundos que sentem nunca morrem.

Abraço-te.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...