Sobe o poeta ao rumo da estrada
Os seus passos carregam uma vida inteira
Um sonho na luz derradeira
Que a morte se faz anunciada...
Canta o poeta às ondas do mar
Deixa a voz nos calos da sua rouquidão
Pedaços do sangue desse coração
Que a morte se faz já cansada...
Chora o poeta nas flores do jardim
A sua pele cheira a doce mel tão quente
O seu corpo é o espelho de toda a gente
E a morte, ao fazer-se, é dor e não tem fim...
Fica o poeta na janela aberta do infinito
Rasgando a saudade que devora
O estrondo do tempo pela noite fora
Que a morte se faz do beijo e do grito...
Nunca o poeta morre
Que do seu fingir escorre
Cada palavra a eito
Por entre o amor feito
Ou a solidão e o vazio
De tudo saber a calor e a frio
Numa dança de tanta nudez
Porque o poeta, quando morre, nasce sempre outra vez!
2 comentários:
Sem palavras para comentar tão belo e excelso poema!
Santo Natal.
Ailime
A morte faz-se do silêncio e de água.
Porque a vida faz-se da água e do grito.
O poeta nasce sempre que os seus poemas são lidos...
Abraço-te.
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