12 de abril de 2007

OnDa

Foi na praia limpa que ele a procurou, perdendo-se por entre cada grão de areia. De duna se fez e se deixou vigiante. À espera dela. Veio uma onda e perguntou-lhe "És tu?", ao que ela respondeu "Não. Mas posso ser...". Virou as costas às águas e assobiou ao vento. "Quem é?", perguntou-lhe ele de seguida. "Sou eu. Procuro-a... Sabes onde está?". Não obteve resposta. Só um leve sopro que o devolveu ao mar e o transportou pelas marés. Até hoje.

4 comentários:

HNunes disse...

"Quem é?"
Sou o assobio que o vento levou e aguardo pacientemente que me traga novas de ti.
Seguro o meu silêncio e observo-te de longe.
Por vezes ouço as ondas do mar que, em segredo dizem-me: "ele vai voltar".
Calmamente aguardo. Por cada vez que vislumbro uma sombra, faço como tu, pergunto "És tu?"
A resposta que vem, nem de longe nem de perto a percebo.
Ainda hoje vou à beira mar mas, o vento não trás de volta o "leve sopro" do assobio.

hfm disse...

Um sopro de beleza!

Maria disse...

Sentada numa rocha meus olhos perdiam-se na imensidão do mar.
Uma onda maior trouxe até mim um cheiro que rapidamente reconheci.
Numa maré viva de beijos e abraços, os dois amantes tinham voltado. Para sempre.

Beijo, Pedro

Claudia disse...

Porque quem procura sempre alcança...

Beijo

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...