Não encontrei o madrugar quando o sol se abriu em nós. Procurei no teu sorriso e foi a solidão. Regressei ao meu tempo e chorei. Tempestades de inquietação que os dias cobriram. Gritos e saltos e gargalhadas à deriva. Desejei adormecer de novo e simplesmente ficar. Ser o pássaro livre no seu destino de existir. Porque é que me sabem tão mal os abraços adiados? Porque é que tenho este fogo cá dentro que não renega sonho nenhum? Porque é que, simplesmente, não me deixo viver, assim como um rio solto que, nas ternuras que vai tecendo ao correr, desagua sempre na sua foz? E tudo porque não encontrei o madrugar quando o sol se abriu em nós...
1 comentário:
Para se encontrar o madrugar é preciso um grande amor. Porque o madrugar que nos entra pelos poros pode ficar na pele ou cair em gotas de orvalho. E às vezes o grande amor não está, apenas é. E porque o tempo continua a ser o mesmo tempo, com tempo, solta o rio de ternura e deixa que procure o caminho até à foz. A que lhe pertence, porque ele a escolheu. Assim acontece um grande amor. E assim se encontra o madrugar, em ti...
Enviar um comentário