30 de agosto de 2008

eStRoNd0

Queria poder dar este grito no meio de um abraço. Deixar que os rios correntes dos meus olhos se fizessem ao mar no teu peito. Esta crescente inquietação... Não me digam nada. Não me peçam mais palavras nem me chamem poeta. Não me beijem nem digam o meu nome. Queria poder dar este grito no silêncio de um abraço. Do teu abraço. Deixar soltar-se cada minuto a esta força que me faz temer o amanhã e despossuir o passado. Porque é que não me calo? Sim... labirinticamente perder-me para sempre nas ruas de todos os versos por onde andei a passear vaidoso sem pedir licença. Quero ir-me embora. Lançar ao mundo um novo canto. O meu. Sou em palavras tudo o que não acontece. Sou em canto tudo o que não mereço. Sou nada. Deste nada que me dói de cada vez que me encho mais. Perdoem-me.
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20 comentários:

Anónimo disse...

Apenas para dizer que li. Nada mais, li e reli.

Maria disse...

Abraço-te, em silêncio.

Um beijo.

mariam [Maria Martins] disse...

um sussurro ~~nunca se cale!~~
um sorriso :)
um abraço

mariam

cristal disse...

Vim aqui silenciosamente para lhe dar um Abraço...
E dizer-lhe que sei como é dificil sermos o que queremos ser, ser o que desejamos ser, ser enfim, aquilo que os outros pretendem que nós sejamos...
Mas por favor não diga: " Sou nada."
Há tanta vida, tanta emoção, tanta sensibilidade nas suas palavras....
Desculpe, acabei por quebrar o silêncio, mas eu sei como é dificil ser Caranguejo, porque também o sou...

Fique bem...

Outro Abraço e um sorriso :)

Mª Dolores Marques disse...

"Queria poder dar este grito no silêncio de um abraço.
Do teu abraço."

Um abraço sentido...
Um afagar o peito, e deslizar por entre as rochas esculpidas do silêncio...um silêncio, onde o nada existe, quando se sente nada...e esse nada é tudo


Dolores

Dolores

GizeldaNog disse...

Pedro...
descobrir a sua poesia foi uma das mais belas coisas que me aconteceu esse ano.

Felizmente, "você não se cala".

Parabéns.

AnaMar (pseudónimo) disse...

Por vezes, sentindo que somos nada, é porque já fomos muito, quase tudo...

Abraço. Provavelmente não o que deseja. Mas o que eu posso dar.

ruth ministro disse...

Pela minha parte, estás perdoado. Mas só desta vez :) E ai de ti que deixes de escrever!

Beijos

Silk disse...

Muito bem. Agrada-me a tua escrita.
Não te cales, na minha opinião era uma perda..
Um abraço.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querido Pedro, nunca te cales por favor, Amigo!
Eu espero-te... Beijinhos de ternura,
Fernandinha

Gabriela Rocha Martins disse...

como persistes brilhantemente na arte de relevar a escrita


retomo.te no meu regresso


com um


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um beijo

letrasehistorias disse...

Normalmente entro e saio do teu blog em silêncio...é assim k gosto de te ler!
Mas hoje, tenho de dizer-te : Não te cales!
Beijo

Manela

filipa disse...

Se tu fosses nada, podes ter a certeza de que não estaria aqui a ler-te da maneira profunda com que os meus olhos leem as tuas palavras.

Um beijinho no coração *

as velas ardem ate ao fim disse...

Sou em canto tudo o que não mereço. Sou nada. Deste nada que me dói de cada vez que me encho mais.

Perfeito.sinto tanto...

bjo

dulce disse...

Perdoar?
O que sente e o que escreve, que é seu! Que generosamente, tão generosamente partilha!

Abraço. Silencioso. Afectuoso.

Violeta disse...

Apesar de triste, gostei muito do texto. gostei do poético blogue.
Seja feliz

Twlwyth disse...

... há quem precise de te ouvir!

Beijo

BlueVelvet disse...

Mas perdoar o quê?A beleza do que escreve?
... Deixar que os rios correntes dos meus olhos se fizessem ao mar no teu peito... Porque é que não me calo? Por que tem muito para dizer e porque o faz de uma forma belíssima. (Quero ir-me embora. Lançar ao mundo um novo canto. O meu. Sou em palavras tudo o que não acontece. ). É em palavras tudo o que deveria acontecer.

E por favor, não diga que não é nada.
Um abraço e veludinhos azuis

Parapeito disse...

...

Paula Crespo disse...

Queria poder dar este grito no silêncio de um abraço. Muito belo.
Cheguei aqui aos trambolhões, como é hábito nesta estrada, e gostei. Voltarei.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...