16 de junho de 2008

cAmPa

Carrego todas as gotas da tempestade
Abrigo agridoce de sonhos e ventos
Solavancos fortes e tormentos
Que amordaçam os soluços da saudade
Vomito a chuva nos reflexos dos dias
Aconchego os punhos na luta da paixão
Marés de fogo, pinhas e carvão
Que me levam de mim, florestas de melancolias
Fado-me nas viagens de tanto te cantar
Sem saber da dor cruel do regresso
Por entre o sabor de cada palavra mais que peço
Só para nunca morrer, a um novo acordar!

10 comentários:

Maria disse...

Forte, muito forte.
Levo daqui os soluços da saudade...
... e deixo-te um beijo de boa noite.

f@ disse...

Mas morre-se todos os dias um pouco quando ...." o vento" não baloiça o sonho e o torna assim "agri-doce" como dizes...
agora aqui nestas águas o sonho baloiça decerto....

beijinhos das nuvens

as velas ardem ate ao fim disse...

Nos ultimos dias não sinto a morte com algo mau.um fim...sinto calma...

bjo

pin gente disse...

azul me queria tornar sem partir ou chegar
para não haver dor ou cruel regresso
mas a saudade cala-se-me e esconde-se da luz
hiberna, para não ter que morrer
os soluços são agora cada palavra diária
que amargam na minha boca solitária
quero rejeitar a ausência de vida
os momentos de nada poder
vou-me carregando por esta estrada
só o peso de mim, sem desejo a nada!





um beijo, pedro
luísa

ps - bonita foto! engraçada a forma da embarcação. imaginei-me num agradável passeio pelo rio.

Paula Raposo disse...

Palavras fortes!! Gostei.

Twlwyth disse...

Aconchego-me nas tuas palavras.

Beijo

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro, hoje apetece-me deixar-lhe duas coisas,
- por isto "Fado-me nas viagens", uma expressão fantástica que me fez lembrar uma música duma cantora galega que aprecio (até dará para brincar com seus alunos, fazendo uma adaptação)
http://br.youtube.com/watch?v=X6QTr9iQbGY&feature=related

por SI
"Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade."

de Sophia de Mello Breyner Andresen, que muito aprecio

e a praia está/é onde se quiser...

um sorriso :)

tufa tau disse...

entrego-me na luta da paixão sem me saber derrotada à partida
os meus pulsos são fracos, devia prevê-lo
acabo atirada para o chão mesmo sem lama
e nunca tenho direito a despedida


e se enviar um abraço rio acima?

Som do Silêncio disse...

Muito, mas muito bom este texto!
Adorei!

Bjs

tulipa disse...

Olá Amigo

Vim cá por vários motivos:

1º - convido-te a vir espreitar uma associação desconhecida de muita gente e tantos lugares que merecem ser visitados , não só pela sua beleza, mas também pela preocupação em preservar o ambiente.

2º - dar-te os Parabéns, pela tua escrita, sempre perfeita e agradável.

3º - queres dar um passeio aos glaciares nas tuas férias de Verão?
Vem aos meus Momentos Perfeitos e vê, ficas com uma ideia...(Noruega)

Deixo-te um abraço com saudades.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...