3 de dezembro de 2010

nÃoSeIdAeSpErA


Não sei da espera. Do turbilhão que o tempo desagua no meu peito. Nas ondas entre o sonho sonhado e o sonho desfeito. No luar, calma da noite em nós. No fogo que ao rasgar este rio transforma a fonte na foz e tudo se faz mar. Cada pedaço da luz que ao cantar adormece desassossegado. Calor e pele por todo o lado. Solidão que grita em demasia. A cama vazia... Os lugares nunca mais regressam e é isso que explode e desespera. E eu, não sei da espera...

3 comentários:

Maria disse...

Há esperas que são para sempre. Por isso não queiras saber da espera.
Sei do sonho a rebentar-te no peito. Do sorriso a cair-te em gotas do olhar. Do abraço trémulo mas forte como se fosse um adeus. Do planar como pássaro que és. Sei-te fonte de tanto. Do desassossego do vazio da cama da solidão da pele do calor do frio do corpo ausente de tão presente da espera que é espera do tempo do tempo do tempo...

Carmo disse...

Mas a espera também pode ser mágica... e gradavelmente surpreendente

Um abraço e boa semana

Anónimo disse...

e ainda bem... que não sabes... é bom não saber... assim quando a espera chegar vai ser sempre uma surpresa. Como dizia a rapoza ao Principezinho, vais aparecendo, primeiro de longe, depois devar vais-te chegando a mim, nunca á mesma hora, para eu ter de te esperar, para ficar atenta aos teus passos... isto é a arte de cativar.

beijos
APS

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...