8 de dezembro de 2010

p0rQuE

Porque da hora da partida nasceste outra vez
A roupa, o sonho, o mesmo cheiro
Regresso-me a ti na fonte que em mim se fez
Rio e sangue que me corre no ventre por inteiro

Porque o toque ficou sem cor no tempo de ficar
Rente demais às lágrimas com que te choro
Amanheço-me nas noites de tanto em mim gritar
Os silêncios que na tua boca ainda demoro

Porque tudo se foi assim?
Sem aviso, sem perdão?
E de tudo o que ainda tenho em mim
Minha mãe, a força da tua mão!

Porque nada é a fonte seca de tudo?
Esta dor, este desespero que grito agora...
E de nada me serve o canto assim mudo
Tão rouco que está... esta demora!

2 comentários:

Anónimo disse...

Porque é assim Pedro.
a vida não passa, nós é que passamos por Ela.

abraço-te

Maria disse...

As pessoas que amamos nunca desaparecem. Nós apenas deixamos de as ver. Mas ficam para sempre dentro de nós. No estômago, no ventre. Engolimo-las, e passam a ser só nossas. Sei que é assim, sinto que é assim. E porque estão dentro de nós continuamos a ouvir a sua voz e a ver o seu olhar e o sorriso. Anos e anos a fio...

Abraço-te, forte.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...