9 de janeiro de 2010

aTrAvEsSiAd0rIo


Na travessia do rio sente-se o tempo
O abraço longo do tempo...
As águas, como mantos, em leitos de segredos e fome,
As ondas, como beijos, em mãos entrelaçadas.
Na travessia do rio ouvem-se vozes caladas...

Na travessia do rio sente-se o vento
O sorriso único do vento...
As cores, como janelas, em sussurros de ternura,
O horizonte, como um corpo nu, pedindo.
Na travessia do rio há perfumes que se vão abrindo...

Na travessia do rio sente-se a alma
A voz doce e perfumada da alma...
Os aromas, como respiração, peles de sonhos e palavras,
As sombras, como relva, na terra fértil de toda a gente.
Na travessia do rio os passos são os braços da corrente.

Na travessia do rio sente-se a solidão
O amor que se faz também na solidão...
Os versos, como récitas, no lamento das gaivotas,
As canções, como gritos, o ventre fecundo da foz.
A travessia do rio não sou eu nem tu. Somos nós!

3 comentários:

Ana Cristina Cattete Quevedo disse...

A união entre duas almas é a força mais brutal que há.

Beijo!

=)

Maria disse...

Na travessia de ti sente-se o tempo
O calor de um abraço em forma de vento
Na travessia de ti sente-se a alma
A fome do olhar que não tem calma
Na travessia de ti sente-se a solidão
Porque a travessia de nós é sempre inquietação.

Beijo-te.

Anónimo disse...

Na travessia do rio senti que não estou sózinha na inquietação da saudade.
Adoro ler-te. Mas Adoro tanto que me perco.

Beijo meu sempre.
abamstqmota :)

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...