Já o cansaço me tolhe a morte e sacode
O pesado grito que o meu peito embriaga.
Sou solidão e ninguém me acode,
Sou poço entre a flor e a chaga
Já o futuro se colhe e explode
O tempo invertido da vida
Sou solidão e ninguém me acode
Sou semente de uma terra esquecida
Já o presente sou eu em frágil ode
E aqui me deixo na montanha e no cais
Sou solidão e ninguém me acode
Neste roda-viva onde tudo é demais