22 de fevereiro de 2016

NiNgUéMmEaCoDe

Já o cansaço me tolhe a morte e sacode
O pesado grito que o meu peito embriaga.
Sou solidão e ninguém me acode,
Sou poço entre a flor e a chaga

Já o futuro se colhe e explode
O tempo invertido da vida
Sou solidão e ninguém me acode
Sou semente de uma terra esquecida

Já o presente sou eu em frágil ode
E aqui me deixo na montanha e no cais
Sou solidão e ninguém me acode
Neste roda-viva onde tudo é demais

7 de fevereiro de 2016

OsEgReDo

Era uma vez um pequeno amante que adorava flores. Cada uma significava um enorme sorriso de amor. Um dia, o pequeno amante abriu a janela de sua casa, como o fazia sempre, mas desta vez não viu o seu jardim. Que seria feito dos canteiros todos que plantara anos e anos a fio? Procurou pelos sonhos e pelos pesadelos e não obteve resposta. Procurou nos papéis seus se por acaso lá teria deixado alguma mensagem. Procurou nas canções e nos poemas. Nos lençóis e nas toalhas. Nada... Então, sem baixar sequer a cabeça, vestiu-se de pássaro e voou.

5 de fevereiro de 2016

ReTaLh0

Quando a noite se pôs e o silêncio cobriu as águas, os dois amantes surgiram sorridentes. Finalmente o mundo todo se transformou em nada, afinal o tudo que precisavam para existir. A Lagoa, essa, serve de espelho aos olhares dos que não querem desperdiçar a vida...

1 de fevereiro de 2016

TaLvEz

Talvez um dia o dia acorde tarde demais e se cantem as viagens em capas de jornais. Talvez lágrimas de união ou mesmo uma ideia de revolução...
Talvez seja assim a vida inteira: nunca se saber o tempo justo e a hora certeira. Por isso o amor é um frágil aperto à procura de encontrar o seu leito incerto...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...