27 de setembro de 2010

QqVjEfEmPaRaSeMpRe


O que me espera hoje em silêncio de tanto?
Ramos de uma plantação sem vento
Rios perdidos no esquecimento
Vazios cheios de solidão e tormento?

O que me espera hoje em grito e pranto?
Flores nuas do tempo a passar
Marés de versos secos ao luar
Pedaços do meu corpo cansado de esperar?

O que me espera hoje em morte de ti?
Raízes sem a força e destino incerto
Canções gastas de tudo ser tão longe mas perto
Passos perdidos em véu solto e incoberto?

O que me espero eu, se ainda fico aqui?
Sorrisos, vozes, sonhos, futuro
Inquietações num leito demasiado escuro
Um respirar com que me fecundo e torturo?

23 de setembro de 2010

eMbAl0


Deixo-me perder no embalo do Sol
Quando abandono os meus olhos ao destino
Trago a pele como o mar, um manto eterno, espelho de mim
Trago a voz como as ondas, um grito solto perdido e sem fim
Trago o abraço como o cheiro das algas, dançando nos sonhos de tanto
Trago-me apenas... no regaço que faço e desfaço, como um pranto...
Deixo-me ficar no embalo do Vento
Quando a saudade é tudo o que tenho
Um manto de pele sedenta
Um grito de voz que arde
Sonhos de abraços que nem sempre a distância aguenta
Prantos que meu regaço aconchega e que às vezes afugenta
Mais que um beijo, mais que um caminho
Trago-te apenas... e não estou sozinho!

20 de setembro de 2010

sEr-Te


Nada mais que o silêncio que o mar tem tanto de mim. O meu voo é este. Nas profundezas das marés que as viagens perseguem no seu tempo. Nas surpreendentes palavras que se atiram ao meu peito e me deixam sem ar. Cada momento é sempre único e eterno quando os olhos são livres assim e o vento nunca morre. Nada mais que o silêncio para este laço que a minha pele sua, no brilho de um corpo que canta. Ou uma cascata que o meu coração transforma para desaguar sempre junto a ti. Porque sou apenas eu.

19 de setembro de 2010

AbRaÇoDaSaUdAdE


Basta um toque. Um leve aperto em grito de tempestade
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...
Basta uma palavra. Uma flor colorida deste lado da grade
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...
Basta um desejo. Um fogo que não se apaga pela idade
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...
Basta uma lembrança. Uma gargalhada nervosa na fragilidade
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...
Basta um sonho que não morre. Um passo seguro à espera na cidade
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...
Basta um nome sempre presente. O sussuro do vento na eternidade
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...
Basta o mar cheio de água. O ir-e-vir entre o todo e a metade
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...
Basta assim. E mais. E diferente. E sempre. E tudo como se fosse novidade!
Quando o teu abraço tem a força da tua saudade...

17 de setembro de 2010

n0p0rTo



Levo-me ao ENCONTRO que em mim cabe
Sempre que no escuro faço luz nas palavras que dizes.
Abraço cada pedaço de nós e que o céu desabe
Que neste momento, mesmo a chorar, somos únicos, bonitos e felizes!
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oPrEsEnTe

São as sombras dos meus sonhos na parede. Um pedaço de mim com tanta sede... São os ventos que me assaltam a saudade. A minha pele perdida nos olhos da cidade... São os silêncios de ti a gritar-me o olhar. O tempo, sempre o tempo, a mandar... São as esperas devastadoras demais. A plenitude de um vagabundo perdido pelos sinais... São as memórias que atrolpelam os dias. A morte à espreita por entre espasmos e asfixias... São os muros, os medos, as culpas, as mentiras, as palavras só palavras, as mãos feitas luvas, a respiração de plástico, o corpo simplesmente... É este o meu presente...

13 de setembro de 2010

nÃoMePeRcAs


Não me percas no silêncio da tua dor
Não há vento que seja mais eterno que a morte
Nem mesmo o desejo ou o amor
Ou tudo o que se inventa para parecer forte...

Não me percas no grito do sofrimento
Não há mais nada para além de nós?
Como se um dia o meu chorar te abraçasse lento
E nunca mais nos sentíssemos sós...

Não me percas na ausência do teu olhar
Não há marés perfeitas no que vejo
É canção solta, o abraço com que me faço acompanhar
E sangue, o perfume que nos fica num só beijo

Não me percas, não!
A vida corre-me sem sossego ou certezas
Mal sei da cor da minha pele em inquietação
Quando te vais pelo nó das impurezas...

Mas se me perderes, mesmo chorando
Deixa ficar o teu nome em mim
Para que me pergunte até quando
Terei de ter-te próximo demais do fim...

12 de setembro de 2010

aTuAmÃo

Existe uma falésia que leva o meu pensamento até ao mar. Perto do vento. Perto do sol. Perto das cores. Dentro de mim. Todos os sonhos se tornam possíveis. Às vezes, as rochas são feitas de pele quente, amor profundo e desejo. Outras, de silêncios que no meu peito embalam as marés. É alta, a minha falésia e nela me perco quase sempre. Os meus passos parecem firmes, mas é um engano... Os trilhos são tão estreitos e tudo é tão alto que as vertigens se apoderam do meu corpo e fico turvo como uma tempestade. Nessa altura, a tua mão. Só assim sobrevive a minha calma e o meu canto...

8 de setembro de 2010

CiCl0


Solta-se a pantera no tempo inquieto
Perde-se o silêncio, o sossego, a razão do presente.
A minha mão foge no abraço pesado e secreto
Com que se pintam os ventos de um calor ainda quente...

Depois, ao amanhecer sem nada no colo
O rosto longe, em viagem de uma outra era
Morre mais um pouco. Só e sem consolo
De um dia ter sido rio a lágrima da pantera

7 de setembro de 2010

FrAsEsFeItAsOuApEnAsEu?


Não páres. Leva-te a voar nas folias que inventas!
Não cales. Deixa que o vento seja a tua voz e te anuncie ao mundo!
Não caias. Corre pela vida que tens à frente e demora, demora, demora...
Não fiques. Os caminhos só são nossos se os fizermos!
Não sujes. Limpa, mesmo que com lágrimas, os cantos da tua pele magoada!
Não estragues. Simplesmente, sê!
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Pára. Repara no sorriso que se esconde por trás da Francesinha ainda quente!
Cala. Porque o silêncio pode ser um abraço... Sente-o.
Cai. Esfrega-te na lama ou atira com o bolo de chantily à minha cara!
Fica. Demora, demora, demora...
Suja. Existe um pedaço de pele com um cheiro que nunca podemos dominar!
Estraga. Junta os papelinhos todos inúteis para ti e dá-os a uma criança para que construa uma flor.
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Como diria o outro... "E agora, hem?!!"

4 de setembro de 2010

nÃoDeSiSt0

O meu tempo é um silêncio mascarado de uma solidão que espera. As marés não perdoam e eu canto. Não esqueço o vento que me afaga a pele a cada hora. Nos abraços que sempre me entram pelas madrugadas ou nas saudades que se vão pintando de todas as cores. Em versos. Ou em janelas abertas que não sei decifrar... O meu tempo grita-me para que nunca desista. E não desisto!

3 de setembro de 2010

aCoRdaRdAsMaDrUgAdAs


Apenas um beijo me deixou à chegada
Sem que eu quisesse acordar
Foi assim que em verso a madrugada

Me fez de novo chorar
O teu nome, eterna pele sempre presente

Tudo deseja, perdoa e sente

Uns dias, a noite que se demora

Outros, quem sabe, um Sol pela alma fora

Sei-te na saudade que o tempo não mata

No perfume que o vento não desfaz
E sempre que a madrugada me prende e desata

Lá sou eu vagabundo da guerra e da paz

Por isso poeta é talvez a minha canção

No calor e na dor da inquietação

Que vai e vem sem deixar pegadas

A não ser no acordar das madrugadas...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...