26 de dezembro de 2013

fErViLhAr

Reparo agora que o chão me queima os pés. Sinto aquele fervilhar a chegar aos olhos. Mal vejo a hora de cantar.

23 de dezembro de 2013

c0r

Castanho teia de sonhos ao vento
Azul eu no toque da ternura
Sou fome que perdura
Fonte em água pura
Onde se inquieta o pensamento

Amarelo calor na minha pele deitado
Vermelho sangue de eterna paixão
Sou tanta vida em mais uma canção
Arrepio nos sorrisos do coração
Onde habita este corpo já cansado

Brilhante caminho pegada de amor
Verde ondulação nos teus cabelos luz
Sou ainda a voz que seduz
No útero fecundo que me conduz
Onde o mundo dança cada pedaço da sua cor!

20 de dezembro de 2013

aBaNd0n0

Se cada folha da calçada se silencia
Nos meus aromas sedentos
Morre mais um pedaço neste dia
Do ventre fecundo dos pensamentos
Não basta ser flor para brilhar
Não basta ser luz para um sorriso
Mesmo que as ondas não regressem ao mar
Mesmo que o gesto se perca indeciso
E se o vento chega furioso ou de mansinho
Resta-me recuperar a solidão
Para que de novo se chore o embalo no ninho
Feito abandono distraído do coração...

19 de dezembro de 2013

bLiNdAd0

Rápido o sopro de um tempo de inverno prostrado no meu peito. Como um relâmpago, vai-me consumindo o rosto e os sorrisos. Gostava de ser um navio aberto ao infinito, perdido nos sonhos de um vagabundo. Arrasar nos meus passos todos os instantes da tua voz e dos poemas. Mergulhar nos abraços do presente e cantar. Sempre cantar
Qual o sentido desta passagem?

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 Forte o olhar do mar. Como um sol tornado manto, vai levando pela mão o menino. Não sei se um dia haverá paz nas tuas histórias. Gostava de ser um desenho a nadar na ONDA. E de mansinho, malandro, oferecer-te um segredo.

14 de dezembro de 2013

m

Chegarás no embalo do meu sorriso
No abraço eterno do nosso amor
História mais bela em jeito de paraíso
Pintada de tanta ternura e tanta cor...
Chegarás poema, luz e pele quente
Entre beijos e emoção
Cantiga doce de um rio junto à nascente
Onde se refletem os olhos claros do coração
Chegarás e eu estou aqui
Perto de cada aroma deste mundo
Sou de tudo, de mim e de ti
O nó de nós em nó profundo!

11 de dezembro de 2013

(não)LuTo

Existe a terra. Existe a flor. O fruto. Existe a magia de criar.
Mas também existe a casa. Os outros. E a lágrima capaz de matar.

10 de dezembro de 2013

pArIsEmIm

Voltarei às tuas margens para cheirar todos os versos que se aconchegam na corrente com que refletes o amor e as memórias. Deixarei os meu pés entrarem nas águas frias dos enredos e dos amantes. Depois, como um ninar, fico-me a cantar os sussurros da tua partida. 
Voltarei às ruas cheias. Aos museus. Às árvores em tons de amarelo e castanho. Ao grande lago das crianças. À embriaguez da felicidade. Tu és o meu lugar.

9 de dezembro de 2013

v0uCaNtAr0tEuNoMeNoVeNt0

Vou cantar o teu nome no vento
Fazer de cada nuvem um eterno calor
Florir os jardins cheirosos do amor
Despir-me em tudo o que faço e invento

Sei que irás bailar os poemas tantos
Tatuar na pele as melodias com que me alimento
E por entre ternuras, sonhos e prantos
Vou cantar o teu nome no vento


5 de dezembro de 2013

nÃoHáMoRtEn0tEuFiM

Em todos os momentos de mim, há um sussurro de ti. Há ainda o calor do teu colo. O sangue do parto. Mas não me farto. Não, mãe. Existes assim. Não há morte no teu fim.
Em todos os momentos de mim, há este grito da partida. Há um clarão na tua lembrança. Sou criança, mas choro. Mas não me demoro. Não, mãe. Que ter-te é um jardim. Não há morte no teu fim.
Em todos os momentos de mim, há o futuro. Há o canto e o abraço. O amor, a viagem e os sonhos. A mistura cheirosa das ruas de Paris. Mas sou feliz. Sim, mãe. Porque invento o mundo.

4 de dezembro de 2013

ToDoS

Pode ser apenas um sopro,
Um sussurro
Ou até um grito.
Pode ser o teu cantar aflito
O sonho mais interdito
O poema maldito
O amor já dito...
Pode ser tudo assim a nu.
O que interessa é que és tu!

Pode ser uma ausência,
Uma saudade
Ou até solidão.
Pode ser o cheiro do coração
A ternura da tua mão
O calor nunca em vão...
Pode ser tudo assim a nu.
O que interessa é que és tu!

Pode ser uma revolta
Uma luta!
Ou a tela de um mundo decente.
Pode ser o sorriso entre a gente
A viagem mais quente
Um passo permanente...
Pode ser tudo assim a nu.
O que interessa é que és tu!

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Pode ser a Maria,
O Rogério,
O Zé Manel,
A Carol,
A Ana,
O Paulo,
O Fernando,
A Inês,
O Henrique, o Diogo, o Guilhas, o Francisco, o Afonso, o Aron e a Margarida,
A Isabel e o Zé Mário,
A Guilhermina,
O Vítor,
O João,
O Gonçalo,
A Maria do 7,
A Catarina,
A Xica,
A Ana,
A Clara,
A Bicas,
O Migas,
O Paulo e o Luís,
O Tó,
A Joana,
A Rita,
O Pedro,
A Laura,
...
O infinito de nós!



Foto retirada da net.

3 de dezembro de 2013

TuEeU

Aconchega-se o calor por entre os corpos da ternura
No leito de cada novo abraço
Existe em nós esta magia assim tão pura
Com que iluminamos o escuro e o cansaço

Fica-se a força desta entrega única e forte
Carregada de poder e vida
Nada trespassa este ser-nos em tão especial sorte
Em tão brilhante e melódica batida

Fonte de correntes
Almas presentes
Sentidos quentes
Há de tudo em nós, amor meu
Pontes de abrigo
Mão dada, encontro amigo
É assim que digo: ser meu e ser teu!

uMdIA...

Um dia irei ser erva. Pedaço a pedaço, o meu cheiro a terra molhada iluminará poemas. Os reflexos das memórias deixadas pousadas por entre os bichos, apenas tempo. Um dia irei ser erva. Talvez os pequenos jogadores de bola passem por mim e digam "Ei, men! Bora jogar aqui que é bué da fixe!". Serei o verde do mundo, largado nos imaginários e servirei de manto às centenárias pedras e árvores. Cantaremos todos juntos nas tardes de sol os arremessos com que a vida nos brindou para aqui chegar. No encalce doido de uma loucura assumidamente serena. Um dia irei ser mesmo esta erva. Eu sei. E tu, vento, continuarás a bailar comigo...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...