7 de agosto de 2017

AqUeDaQuEmEeStÁaMaTaR

Eis a grande questão: o tempo e a dedicação.
Eis o grande mal: o amor e o coração.
E neste rame-rame de tremenda inquietação
Surge, de novo, o vagabundo, dono da sua solidão.

Adiante, outra vez diante do espelho
Atrás de tudo que já se fez demasiadamente velho
O tempo volta-se para dentro, jardim sem flor
Cantando a eterna oração: o amor.

Por isso a morte surge em salvamento
E talvez se faça dor e lamento
Sem nunca efetivamente acontecer:
Só se morre quando se morrer!

Dono de mim, do meu destino
Entre o vagabundo, o amante e o menino
Fico-me pelo suor das noites e dos dias
Às voltas nas minhas melodias
E nada acontece, e nada faço.
Só pele enrugada, seca e cansaço
Para nada, para nada, para mesmo nada.
Afogo-me mais um pouco em cada madrugada
E não vejo. Não quero. Não ando. Não me dou ao mar
E muito menos me deixo na queda que me está a matar...

6 de agosto de 2017

c0iSaS, c0iSaS e MaIs CoIsAs

Coisas, coisas e mais coisas. O mundo está cheio de coisas e o Homem carregado delas. E do mundo também. Ficamos neste peso das coisas, coisas e mais coisas e andamos iludidos da nossa emoção. Pelas coisas? Claro! Tantas coisas, coisas e mais coisas são o melhor que há! Nada é não ter nada. Uma coisa é sempre necessária para nos podermos debruçar sobre alguma coisa, coisa e mais coisa e estarmos ocupados e nos sentirmos úteis. Uma porra, essas coisas! Então e as pessoas? Não são coisas. São pessoas. Que sofrem e sentem. Que precisam de cuidado - como as coisas, coisas e mais coisas - e que até são capazes de reclamar. Sim, porque as coisas, coisas e mais coisas não reclamam... Quer dizer, até reclamam. Precisam de se manter senão estragam-se. Então e as pessoas e os sentimentos? Não precisam também de se manter senão estragam-se? Claro que sim. A diferença é que tratar das coisas é algo que nos distrai e nos mantém ocupados. Com as coisas, coisas e mais coisas. E assim o tempo vai passando. E as pessoas? As pessoas falam, pedem, exigem, querem, protestam... Gostava de ser uma coisa.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...