Corres-me nas veias límpida como um rio
Fresca sabes à nascente do sangue ardente
Fonte de eterno sopro ou arrepio
Onde me deito na espera de um novo presente
Canto-te todos os dias num sussurro esguio
Margens de mim, de memórias da gente
O amor, ao prendê-lo, perdi-o
O caminho faz-se no sabor desta corrente
Deito-me e mergulho por dentro do frio
Fogo embriagado que em roda se sente
Somos sempre abraço, forte e macio
Que assim de nós se faz o fruto e a semente