31 de dezembro de 2008

Sejam felizes: os meus votos para 2009

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Pintado com as cores do tempo nos momentos onde a saudade mais nos cobre... Caído sobre os pântanos dos pensamentos que nos acolhem mesmo quando não os desejamos... Rasgado de todo o sangue que das veias nos espera em fogo ardente... Na voz rouca e trémula de um sussurro... No sorriso lindo reflectido numa pequena lágrima de alegria... Na mão que se aproxima do medo... Telas e telas de versos perdidos em mim que se deixam voar por aí... Para aterrarem nos corações solitários... nos humores secos... nos vazios e nos sonhos... Sou eu. Carregador de emoções na ponta dos dedos e no olho que penetra. Que te penetra em segredo. Não digas nada, anónimo. Curva-te perante ti e pergunta: o que tens feito para ser feliz? Deixa que todos os minutos da tua vida te continuem a separar da morte anunciada. Não roubes nem cometas mais nenhum crime. Respira-te. Porque dentro de ti há um plátano centenário que sabe contar histórias...

30 de dezembro de 2008


Será no segundo logo após a morte anunciada
Que se fará luz dentro do teu peito
Assim, cheiroso desse teu jeito
Nunca mais ouvirás a minha voz cansada...


Saberás pedir-me um novo regresso
Entre a ternura e o perdão?
Qual dor maior que o bater do coração
Sem cessar, nem mesmo quando assim to peço...


Ficaremos separados num eterno abraço
Desses que duram só aquele segundo
Onde de repente somos donos do mundo
E perdemos a noção do cansaço...


Irmão ou amante, requiem da nossa memória
Perto de cada momento, de cada liberdade
No rasgo dos poetas das misérias da cidade
Perdidos entre o valor do olhar e o tempo da história...

Palavras soltas, fomes ardentes e acesas
Gritos de raiva e solidão em sobressalto
Desfaço-me demasiado neste empedrado asfalto
Inquietante e só, predador em busca das presas...


Sem cessar, sem tremer, sem parar sequer para ver
Sou-me inteiro mesmo na traição e na mentira
Porque mesmo que alguma bala te fira
Hás-de levantar-te sempre, para de novo renascer...


Bebe! Atira-te à vida deste segundo tão breve e duro
Fazes falta, sim. Nas curvas que da morte se separam
Como flechas enfeitadas que se apontaram
Ao centro de nós, para agarrar o fumo do futuro...


Ergo-te a taça e a minha vida inteira
Sem rugas, numa canção de roda a rir
Obrigado, irmão, por me fazeres existir
Nesta falta que me fazes que é minha bandeira...




Aos meus irmãos que se foram e aos que ainda cá estão. Nunca é demais beber mais um! Parabéns.

29 de dezembro de 2008

cLaRã0




Regresso-me no calor dessa escuridão que me revela todo o brilho da memória. Verto um rio de saudade só porque sou fonte de mim. No ritual doce e sangrento das mãos que se procuram. No abraço seguro dos olhares cúmplices. Estrela d' Alva pode ser, sim. Entre o adormecer dos sonhos e a madrugada das marés. Assim, no teu ir-e-vir eterno!
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Teve de ser...

21 de dezembro de 2008

aMiNhAcAlÇaDa


A minha calçada é um manto frio
Que me cobre de inquietação
Foge-me dos pés, em forte arrepio
Curva-se-me em lágrima e canção
A minha calçada é um caminho passado
Uma maré de encher o peito
Cobre-me o sonho de tudo em mim ser pesado
Vertigem da voz rouca e do olhar defeito
Hoje morro na minha história
Mais um passo enfraquecido e cinzento
Há uma dor em cada acordar desta memória
Que a madrugada é um fogo que arde, se vê e não aguento
Talvez vá. Para sempre. Eternamente.
Em busca de uma outra poesia em mim...
As palavras que nos uniram... tudo o que se sente
É um comboio que viaja entre a partida e o fim.
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Deixo-vos, neste momento, assim. Até um dia. Um beijo especial à Raquel (que para aqui me trouxe...), à MariaP, à Maria, à Som do Silêncio, Luísa, ao Brain, à Paula Raposo, à Júlia, à Manuela, à Lúcia, à Dulce, à Lídia, ao Jorge, à Velas, à Nuvem e aos outros tantos que por aqui se deixaram unir durante estes dois anos e pouco.
Que a ausência não nos desuna!
25 de Abril Sempre!

16 de dezembro de 2008

rEt0rNo



De mansinho ouso sair da cabana. O vento frio não se faz sentir. O horizonte aparece-me limpo e o terreno em cinzas de Inverno. Ouso dar um passo mais em direcção ao labirinto. Entro? Fico? Avanço! Decidido e forte. Sei da inquietação que ficou dentro da cabana, onde ela ainda dorme no cheiro daquela noite. Tenho de me afastar. Nem olho para trás, claro. A porta ficou aberta para deixar entrar as minhas lágrimas. Que da saudade só conheço a poesia. E da dor o carregado corpo com que me transporto. Mais morto que vivo, é certo. Tenho de avançar. A viagem é longa longa quem sabe eterna... Levanto a cabeça por sobre as estradas de terra desenhadas a carvão. Ergo as mãos sobre a cabeça. Quero arrancar-me um pedacinho que seja desta ausência. Vou. Porque só assim saberei ficar...

14 de dezembro de 2008

n0pEiToEmDoReS


A minha viagem rompe-se na solidão
Corre-me pelas veias no peito em brilho que cega
Arde-me e nunca sossega
Percorre-me o tempo, sem tempo nem perdão
A minha viagem sou eu outra vez
Sempre eu, inquietantemente
Afaga-me o frio demasiado rente
Ao que me irá um dia matar, talvez
Rasgo-me pelos versos em fogo que arde
Desfaço-me pelos trilhos de ser assim
Despejo-me infinito em dores de mim
Porque tudo é cedo e tudo é tarde...

11 de dezembro de 2008

eMoÇã0

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Não oiço as palavras do mundo
Deixo-me cair segundo após segundo
Sobre mim, pesado e moribundo
Repartido entre o manto e a enxada
Rasgo-me a cada nova madrugada
Que passo sem fazer nada
Porque um silêncio de gritos me assalta
Como se o vazio me fizesse falta
Numa febre demasiadamente alta
Fonte de tanta tormenta e sangue em bruto
De um rio solto, veloz e astuto
Que lava as minhas lágrimas enxuto
Só para de novo desaguar
Ali mesmo, junto daquele seu mar
Só dele, daquele pequenino lugar
Onde tudo se refaz a preceito
Onde cada minuto é um novo tempo desfeito
Onde cada respiração é um nó no peito
Nós somos verso e carne da emoção
Vento e sal na palma da mão
Ternura e pele em jeito de canção!
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7 de dezembro de 2008

aMiNhAcIdAdE

Chove no meu peito uma cidade

Um rio de gentes e amores e pesadelos

Manta feita de guerra e novelos

Onde a escuridão sorri à claridade
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O meu lugar é outro e nenhum

Talvez um abismo feito mágoa

Uma maré que se desfaz na água

Um caminho de morte e jejum
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Vagueio solitário, rente e vagabundo


Perdido de mim, de cada pedaço da multidão

A minha cidade é uma luta cheia da dor do mundo

Que se esquece de caminhar com o coração
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Fico no fado de mais um dia sem cantar?


No labirinto de cada curva de mim...

Na minha cidade só sei morrer e estar

Recomeçar-me vezes sem conta no fim...












4 de dezembro de 2008

dAm0rTe


Eu sei que o caminho é longo. Passo após passo em direcção a um abismo recheado de flores. Eu sei que nessa viagem existem as mãos. Os abraços. As lágrimas em corrente labirinto por entre os nossos sonhos. Eu sei que um dia a noite será eterna e o passado para sempre... de encontro ao peito. Margens de nós calcadas no pensamento. Frutos e silvas de pele. Gargalhadas e saltos e gritos e canções e pontapés na bola e cerveja e escuridões e sangue e tudo e até segredos... Meu amigo, meu irmão. Estou aqui. Nada mais importa hoje.

3 de dezembro de 2008

tRaGoNoPeIt0

Foto oferecida por uma amiga
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Trago no peito uma encruzilhadaPerdida de versos e estradaOnde me perco entre o tudo e o nadaE se canto, minha voz sente-se paradaQue de mim, o tempo foge como um rioOs passos percorrem-me entre o calor e o frioDe correr por um labirinto e o arrepioDe me saber assim, rouco e vazioSem que a voz me peça pazE de novo peço-te que vásNem sequer olhes para trásTemos um monstro que se prepara atrásPara nos devorar todos os lamentosUm cadáver que nos devora os momentosUma escuridão em tons de negros e cinzentosUma ferrugem fraca de tantos sofrimentosSem nada nos devolver, nem mesmo a morteAndamos assim, ao sabor das marés vivas do NorteSem sal, mel, sargaço ou algo que nos reconfortePode ser um mimo só, um corteNesta sensação enlouquecida da caminhadaPorque...Trago no peito esta encruzilhada...

2 de dezembro de 2008

aMiNhApElE



A minha pele não me respira. Sufoca.Carrega um pesado sono.Qualquer insegurança que se toca,Qualquer cheiro de abandono...
A minha pele sangra-me. Veneno.Pinta-me o olhar de eterno querer.Qualquer sonho é demasiadamente pequeno,Qualquer pedaço de prazer...
A minha pele foge-me. Atrevimento.Canta-me uma viagem de marés.Qualquer noite em tons de cinzento,Qualquer fome do que és...
A minha pele sou eu.

29 de novembro de 2008

eSt0uApEnAs

Estou longe. Perto demais de uma pequena caverna aquecida e escura. Onde me perco nas vozes da poesia. Sento-me junto a um fogo que do meu já me canso. Acendo lágrimas narradas de histórias sem fim. Calo-me. Estou longe. Apenas me apetece o grito. Um infindável e tremendo ronco de dentro que ecoa por toda a parte. Em avalanches de pele. Na inquietude dos passos. Tenho saudades. Onde está o manto areal construído pelas brisas que outrora me iluminavam o sorriso? Quero o regresso. Impaciente volta em torno deste caminho. Estou longe. Pouso em mim para descansar. E desejo que me venhas oferecer um canto de ninar...
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Fotografia de quem de dentro da caverna sabe ler nos meus olhos.

28 de novembro de 2008

sEmPrEmArIa


Queria fazer uma roda
Do tamanho do teu coração
Cantar-te de uma só vez
Pintada numa canção


Queria o poema, a ilha
Essa maré do teu olhar
Saber-te sempre assim
Mesmo quando não te consiga cantar


Queria o sempre, em todos os nós
Os que juntam, sombra, abrigo e corrente
Nos passos de cada abraço
Que nos cabe no peito em cheiro de gente


Queria tanto! Sufoco no vazio
De não largar esse grito
Com que te pintava hoje
De dentro de mim até ao infinito!

26 de novembro de 2008

b0mDiA!


Solto. Sempre solto neste abraço eterno.
Quente. Muito quente no aconchego da pele.
Forte. Tão forte que me rompe o olhar e as mãos.
Sereno. Na tranquila madrugada ao Sol.
Profundo. De dentro dos impulsos.
Frontal. Em direcção às janelas que nos abrem paisagens.
Eu. Assim.

24 de novembro de 2008

lÁpIdE

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Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.
v
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a
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tRaVaViDaS

Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.
Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.
Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.
Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.Andamos quase sempre nessa maré entre o refúgio e o abraço.

23 de novembro de 2008

eMbRiAgUêS


Abre-se-me um rio no peito aberto
A noite afaga-me a pele e o olhar
O silêncio mantém-me assim, demasiadamente perto
Embalo-me embriagado, deixo-me cansar


Rebolo-me em lágrimas e emoções de viver
Em palavras e ternuras e beijos e mais tudo e saudades
Corrente de mim sempre em turbilhão
Marés sonhos fomes saltos medo de te perder
Cantigas risos mãos passos fogo e tempestades
Que de tudo sou eu em fonte de inquietação


Abre-se-me um rio simplesmente
Que ao abrir logo nasce, corre e desagua
Por entre as margens feitas do abraço quente
De me fazer teu e de me fazeres tua



20 de novembro de 2008

rUíNa



Voltarei talvez na próxima onda

Secam-me os dedos de tanto navegar

Já não tenho a poesia nem o ar

Sufoco em mim. Não há nada que me esconda

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Queria o teu beijo, o teu abraço

Um sossego aberto na liberdade

Já não suporto a tortura da verdade

Carrego em mim esta vertigem do cansaço

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Pedir-te uma cantiga de ninar

Uma pele em torno do nó no peito

Uma janela de um sonho longe e desfeito

Já não sei dos meus passos ao andar

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Levo-me sem tempo e sem destino

Na saudade de um novo regresso

Nem um adeus a mais te peço

Já não sou homem nem menino...

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A fotografia foi-me oferecida por uma amiga. O texto não a merece...

18 de novembro de 2008

2 ANOS!!!

DaSpAlAvRaSqUeNoSuNeM
Por cá me vou encontrando Nas palavras de nos unirDo sonho que temos a nosso mandoSó mesmo verso, amor e porvirPara nos deixar viver mais um poucoQue de tanto gritar me sinto roucoQue de tanto cantar me deixo loucoQue de tanto existir vou caindo mouco...Por cá nos vamos tendoDas palavras de andar à derivaNa procura de nós, na tortura de ir sendoVersos simplesmente de dor cativaSó mesmo agora o tempo se enterraSó mesmo na hora de tudo que encerraNo céu, no mar e na terraNo vento da paz, no fogo da guerra...






18 de Novembro de 2006

16 de novembro de 2008

sAuDaDe


Solto apenas uma respiração moribunda na tempestade de lágrimas que no meu cansaço as memórias me reflectem. Canto a rouquidão inquieta destas veias sufocadas. Quero hoje sossego. Ir-me embora para sempre. Cair deste precipício que em mim se esgota e se renova como uma maré que vai comendo a praia. Onde está o ar puro? O beijo que faltou? O rumo das planícies? O som das azeitonas? O Norte. O Sul. Volto-me no meu leito pelos trilhos que me vão consumindo. Por isso só consigo desmaiar.

15 de novembro de 2008

oSiLêNcIoDoGrIt0


Grita-me o teu silêncio junto ao coração

Percorre-me as mãos com esse sangue fervente

Respira-te todos os poros de cada canção

A luta da vida e do caminhar prudente

Grita-me o teu silêncio sentada na areia

Pela maresia de tanto nos encher

Como se fossemos a maré cheia

Onde cada lágrima se vai esconder

Grita-me, só. O fervor de ti nesse grito

O sabor de quem ri quando fala

Sei-te junto a cada verso aflito

Onde nem o silêncio do grito se cala

12 de novembro de 2008

vArReRaMeMóRiA

Varrer a memória em correntes de dor.
Alastrar sangue e lágrimas em cada passo pesado.
Falta de ar, rouquidão e fado
Nas frinchas da solidão que conheces de cor...
Tingir a fome em versos de passado.
Fermentar a pele seca de tanto terror.
Raiva e ternura, num gesto ao andor
De quem tudo esquece, peneroso e cansado...

Cada história, uma nova miséria vã.
Tudo é falso, por entre as promessas.
Sabes tu, sei eu, tribuna de honra da manhã
Que se faz mais longe que a noite em que regressas...

Cala-te! Deixa o silêncio ferir e matar!
Vai, nem olhes de novo que os meus olhos são punhais
Com que um dia me quiseste agarrar
Sem saber de onde vens nem para onde vais!
Fica no perfume da tua inquietação
De pintar paisagens e corpos sempre com o mesmo sabor.
Deixo-me só, perto de mais uma inútil paixão
Só quero varrer a memória em correntes de dor...

11 de novembro de 2008

rEpEtIçÃo

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Serei o fruto silvestre que rompe todas as distâncias. Que chega ao profundo olhar da interrogação. Que se despeja por entre o suor de cada passo trémulo. Que percorre demasiadas estradas. Que se enrola dentro de cada palavra. Para de novo ser. Fruto Silvestre.
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27 de Outubro de 2007

9 de novembro de 2008

sAnGuEs0lTo

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Se na liberdade do voo rasante
Nos areais do peito aberto
Tudo é longe e tudo é perto
Tudo é aqui, demasiadamente distante...
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Se no amor que te queima a vida
O tempo e o ventre assim incerto
Rasgas o sangue em ti liberto
De quereres nascer de novo à despedida
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Se na inquietação, fogueira de ti
Onde voltas das caminhadas do deserto
Desse silêncio cru de um grito a descoberto
Onde descansas talvez as palavras por aí
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6 de novembro de 2008

aÇo

Da semente de tudo germinar
Ergue-se a minha voz quente
Na rouquidão de te cantar
Na lágrima que se sente
No pedaço da mão por abraçar
No bater do coração prudente
Da semente de tudo germinar
Caminho a eito praia fora
Passo seguro entre o respirar
Fogo de amor que se demora
Rasgo da pele que se abre ao acordar
Viagem de volta e de ir embora
Nascente de novo no meu olhar
Nos beijos eternos da inquietação
Sabe-me bem este regressar
Perto de mais da paixão!

4 de novembro de 2008

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Sento-me à beira da história. De danças cantos medos mistérios cansaços amores fugas risos quedas gritos fomes jornadas sonhos lutas viagens paisagens descansos saltos buscas encontros traições choros dúvidas travessias refeições desertos abraços mesas fogos janelas beijos vozes palavras cores escuros rumos passos mãos desejos partituras areais areais areais areais areais...

Sento-me à beira da história. No teu colo.

3 de novembro de 2008

gRiTo-Me


Sosseguem-me os olhos nas esquinas das histórias!

Perdoem-me as raivas perdidas nas memórias!

Levantai-me! Pintai de novo a poesia!

Digam-me: andarão os abraços na ventania?!!

Fechem-se as janelas!

Curvem-se os sussuros das vielas!

Levantai-me! Pousai-me nos areais da ondulação!

Digam-me: qual o tamanho do coração?

Digam-me que sou pequenino,

Fabricante de paixões,

Andarilho aos tropeções,

Sangue, fome, vómito ou destino...

Fogueira gelada ou menino,

Cantiga enganada ou jardim...

Digam-me: posso caminhar seguro

Desejar que o rio seja puro

Cair-me só perto do fim?

Turvem-se as águas do mato!

O uniforme suado ao desbarato!

Levantai-me! Atiraram-me por terra!

Digam-me: qual a cor desta guerra?

Calem-me! Abafem-me o punho fechado!

Levem-me daqui! Soltem-me em qualquer lado!

Levantai-me! Que sufoco só de olhar!

Digam-me: vale a pena voltar a amar?

Digam-me que sou canibal,

Feio, porco e demasiadamente repetido,

Fermento podre e perdido

No meio de um mundo vazio e banal...

Semente descascada, dor forte e visceral...

Voz de monstro ou simples calor

Digam-me: de que me vale este passo triste

De vertigem que em mim ainda resiste

Porto de viagem ou campa sem flor?

2 de novembro de 2008

sEgUnDo

Num segundo apenas, o tempo inteiro!
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Inteiro, o segundo apenas, o tempo!
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O tempo num segundo inteiro apenas!
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Apenas o tempo inteiro num segundo!

1 de novembro de 2008

sEmDeStIn0

Vou-me esvaziando com o dilúvio das lágrimas e dos silêncios. Inundado por mim mesmo. Afogado em mim. Em mim...

30 de outubro de 2008

cHoRoFoGo


Se na saudade o meu peito se gasta
Se os caminhos pesam nos pés
Os olhos nus, vinho uva e casta
Na vindima de tudo o que para mim és
Se no silêncio tudo turva e afasta
Canto puro na respiração das marés
As mãos em sangue, sargaço concha que arrasta
As palavras por dentro do convés
Navego solto e sem receio
Em viagem eterna nada mais que importe
Volto a rir, no choro fogo por inteiro
Que me atira mais um dia para a morte

28 de outubro de 2008

d0oUtRoLaDoDaMoNtAnHa


Do outro lado da montanha existe um mar cheio de nós. Desses que amarrados cantam os sonhos. As marés, essas, são as respirações que os deuses entregam ao desejo. Nas onda espuma da sua caminhada. Do outro lado da montanha um segredo conta uma história de encantar. E todas as crianças sorriem. Em barcos coloridos que navegam serenamente. Do outro lado da montanha ecoam as vozes apaixonadas. Chamam-se os amantes. Cantam-se as viagens. Sussurram-se os abraços. Do outro lado da montanha há lugar para todos os corações. Fortes. Feridos. Tristes. Em gritos. Em chamas. De namoro. De fuga. Sem lar. Sem medo. Às avessas. Às escuras. Do outro lado da montanha subo degrau a degrau o teu olhar. Para ao chegar, sorrir devagar e descansar à tua janela. Que do outro lado da montanha vê-se a alma dos Homens!

27 de outubro de 2008

nUnCaPaRaNd0

Sei que do outro lado da viagem o tempo é um labirinto aberto de cores e cheiros por onde dançaremos. Sei que o meu sangue te percorre as memórias e entre cada nova respiração teus olhos ficam mais perto do mar. E eu naufrago de ti, vou voltando ao princípio sempre que chego a uma nova estação. Os teus passos ecoam dentro dos sonhos. A tua voz melodia-me a lareira. O olhar pinta-me a calçada. Sei que do outro lado da viagem não existem paragens. Apenas o eterno desafio de nunca parando sabermos ficar...
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Pudessem as palavras abraçar os viajantes, então saberia que minha voz não é muda.

24 de outubro de 2008

... f0sSeEu

Se o meu corpo não se cansasse assimSe se deixasse que a noite caísse junto ao teu regaçoSaberia de cor todas as cores deste cansaçoOnde desaguo, como um rio, sempre dentro de mimCaio firme, de olhos postos na fonte seguraNo fruto doce e amargo que me consome pedaço a pedaçoSão quentes as esquinas onde tropeço cada novo passoOs vidros e o espelho da crueldade e da canduraCais de partir, de chegar, entre o princípio e o fimFome de lágrimas que me ardem os versos à toaSilêncios e reflexos de quem mata e perdoaUm corpo que cansado, repousa sempre em mim

23 de outubro de 2008

t0nTuRaS

Tonturas. Despedaça-me a respiração por entre sonhos e desejos. Inquieto, todas as palavras me sabem vazias. Mesmo aquelas que me inundam tremendamente. Respondo nas alturas desenhando horizontes ou silêncios. Sei que nunca se consegue. Seja o que for. Nunca se consegue. Andamos sempre às voltas do impossível. E nunca se consegue. É impossível alcançar o impossível. Nunca se consegue... Mas tudo vale a pena. Vale o choro por entre a ternura. Vale o riso na raiz do peito. Vale o pensamento. Vales tu. Que tão serenamente me olhas como se não sofresse por ti!
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Perdoem-me a tontura de precisar de adormecer um pouco...

22 de outubro de 2008

cOrReDoR


Não nego o sangue que me corre nos dedos. Fonte de amores e segredos. Que sobrevivem entre amores-perfeitos e penedos. Sem conclusão; só enredos.
Não fujo dos tempos; dos momentos de perdição. Do jorro agre e doce da inquietação. Mel de lágrimas fortes e paixão. Sem enredos vagos; só conclusão.
Seja Outono ou Inverno não nego nada. Canto em mim o adormecer da madrugada. Os abraços de todos em cada mão dada. Onde tudo é sempre tudo e sempre nada...

20 de outubro de 2008

sAnTuÁrIo


Explode-se o cântico da saudade
Das mãos entrelaçadas na secreta onda
No beijo doce que por mais que se esconda
Rompe cada silêncio de toda a eternidade
Pontuem-me as palavras
Calem-me os dedos
Sequem-me o sangue
Matem-me!
Ficará sempre a maré que nos une no peito
De cantar assim o amor com este meu jeito...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...