Quando um abraço só me basta
Me aquece, me seduz e arrasta
Sou mar, feito onda nesta praia de vento e manto
Sou rio, leve e solto, por isso choro e canto
Sou fábula, lugares inventados de espanto
Sou tudo. E nada. Por enquanto...
Quando um beijo só me basta
Me arrepia, me devolve a ternura casta
Sou praia e vento, onda envolta em todo o mar
Sou canção, vagabunda no rio ao passar
Sou saudade, jardim de flores, o meu lugar
Sou eu. E nada. Outra vez sem cessar...
Quando um sorriso apenas me basta
Me interrompe este sangue que não se gasta
Sou mar, que da onda da praia cobre enfim o futuro
Sou liberdade, corrente deste rio em leito puro
Sou flor, aguarela colorida que ilumina o escuro
Sou assim. Eu apenas, quente e sem destino,
foz ou muro...