30 de novembro de 2007

s0mBrA

Sombra. Fome de te encontrar na imensidão da memória. Onde a fonte nunca verte a lágrima que se evapora dentro dos teus olhos. Na sombra. De ti no peito de cada mistério ultrapassado. Pela corrente marginal do futuro. Ao encalce seguro da vitória.

29 de novembro de 2007

nAd0r

Forte a tempestade que se levantou sobre a ninha alma
Sem nada prever
Revoltou-se cada margem do rio
Em cores e aromas de tanta espera
E em novo amanhecer
Fiquei outra vez com frio
Mesmo na passagem repentina da Primavera...
Fortes as palavras do sofrimento
Por entre as névoas de cada paixão
Dilacerando os sonhos em contramão
Rompendo os silêncios do esquecimento

28 de novembro de 2007

aVeRdE

Nas cores que me lanças em flor
Anuncio-me mais um brilho no rosto
Aconchego-te em tudo o que quero e gosto
Em paz, manto da ternura e da dor
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Nas cores que me lanças por dentro de mim
Escancaro a janela de novo para ti
Deixo-me adormecer nas palavras de estar aqui
Por de tantas cores me fazeres um jardim.

25 de novembro de 2007

rEfLeXo

"Sabes que só te tenho a ti...", terá dito a Bela Amante ao encontro do seu amado. Ao contrário do que seria de esperar, não houve resposta. Ficaram os dois em silêncio. Frente a frente. Olhos nos olhos. As lágrimas começaram a escorrer-lhes dos rostos e fizeram um grande lago. Que acolheu peixes e plantas. Raios de sol. E depois as janelas abriram-se e os sorrisos atiraram-lhe felicidade. Os pássaros cruzavam o lago em voos rasantes e seguros. O vento banhava-o sem inquietação. O sol reflectia-o. E os dois nunca mais se perderam...

23 de novembro de 2007

eSc0lHoUmDeStIn0?

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Voltarei?
Tanto dos meus passos se sobressaltam no caminho...
Cantarei?
Tanto as palavras se ecoam num silêncio demasiado sozinho...
Sentirei?
Tanto as marés dos dias se perdem em madrugadas de paz e guerra...
Calarei?
Tanto os gritos me transportam demasiado fundo à terra...
Beijarei?
Tanto os meus sonhos são pesados por noites de lágrimas perdidas...
Sonharei?
Tanto as memórias se atropelam nas curvas de todas as vidas...
Saberei?
Tanto o horizonte se plantou em pinceladas de telas abertas...
Chamarei?
Tanto os nomes teus me amordaçam as horas mais incertas...
Remarei?
Tanto os rios se curvam perante o calor de cada corpo em chama...
Morrerei?
Tanto os partos se dão por cada toque de mesa e cama...

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Escolho um destino?

22 de novembro de 2007

iNtErRoGaÇõEs

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Quantos passos são precisos para fazer uma caminhada?
Quantos gritos se ouvem quando a alma vai calada?
Quanto tenho para dar se não me sinto com nada?
Quanta força me resta à espera à beira da estrada?
Quantos ventos sopram por dentro de uma madrugada?
Quantas lágrimas correm na face beijada?
Quantos calos tem uma mão calejada?
Quantos rios correm na direcção errada?
Quantas palavras se rompem sem poiso ou morada?
Quanto de mim me resta, se navego em jangada?
Quantas interrogações mais, entre a saída e a entrada?
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Seremos novamente poeira, em voos de uma vida parada...
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"Quantos serão os beijos com que posso ser beijada?
Quantas palavras me farão ser julgada?
Quantas sombras negras depois de uma alvorada?
Quantas passagens sinuosas nesta vida acidentada?"
(Luísa, pin gente)
"Tanto de tudo e de nada em palavras soluçada."
(Mateso)

21 de novembro de 2007

n0tEmPo

No tempo. No meu tempo me perco sem o conhecer ou dominar sequer. Vagueio pelos seus labirintos, tento contorná-lo, fintá-lo às vezes, na penumbra dos sonhos que nos inquietam os dias e as noites. No tempo. No meu tempo me vou perdendo sem saber (nem sei se me importo) se irei chorar por ele. Porque o tempo, pode ser só o meu ou não, transborda-nos o respirar. Às vezes sufoco. Outras nem dou por isso. Fico-me sem pensar. Ou sem palavras. Desejo-me dentro dele. Do respirar no tempo que é meu. Nosso. De todos. Onde os encontros são bem mais fundamentais que a filosofia. No tempo que nos vai consumindo em doses cruéis ou em pedaços de pele à solta nas fontes que nos alimentam...

19 de novembro de 2007

c0rReNtEàSoLtA

Percorro as margens do rio em paz
Sei-te corrente serena e decidida
Seja por ti, por cada lágrima perdida
Onde germina tudo o que se diz e tudo o que se faz
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Diz-se das janelas vizinhas à espreita
Faz-se dos silêncios um mar que espera
Diz-se de um vagabundo que em ti se deita
Faz-se um jardim, mais que uma Primavera



Percorro as margens, navegando em meu corpo
Sei-me forte e vivo, em cada novo olhar
Seja pelo mundo, carregado de tudo o que é vivo e tudo o que é morto
No destino de sempre querermos desaguar
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Tudo o que é vivo em aromas de multidão
Tudo o que é morto no sonho clandestino
Tudo o que é vivo carrega o peso de cada paixão
Tudo o que é morto não é mais que um destino

18 de novembro de 2007

uMaNoDePoIs

Por cá me vou encontrando
Nas palavras de nos unir
Do sonho que temos a nosso mando
Só mesmo verso, amor e porvir
Para nos deixar viver mais um pouco
Que de tanto gritar me sinto rouco
Que de tanto cantar me deixo louco
Que de tanto existir vou caindo mouco...
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Por cá nos vamos tendo
Das palavras de andar à deriva
Na procura de nós, na tortura de ir sendo
Versos simplesmente de dor cativa
Só mesmo agora o tempo se enterra
Só mesmo na hora de tudo que encerra
No céu, no mar e na terra
No vento da paz, no fogo da guerra...
E depois?

16 de novembro de 2007

m0rNa

Morna. Em balanços de ondas em mim
Por dentro dos meus sonhos mais secretos
Almas di nós, fontes de ternuras sem fim
Ventos à solta em perfumes libertos
Morna. Acordes que vêm e vão
No mar de todos os passados
No sangue de cada nova respiração
Nos areais calmos e cansados
Morna. Cesária pura de tanto sentir
Rio de pele, olhar de um novo dia
Que em ti adormeço para outra vez fugir
E encontro-me finalmente nesse ir que ia...

15 de novembro de 2007

sÓeU


Construção. Poema de reflexos em cores à solta. Paragem. Na corrente forte de uma inquietação. Mais nada me resta... Só eu.

14 de novembro de 2007

AcAmInHo

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Vamos passando pelos dias de paz e guerra, de morte e parto, de quereres e perdição, de esquecimento e dor, fome e desejo, frio e vontade de correr, solidão e sorrisos, palavras e silêncios, noites e leitos, viagens e marés, aromas, cansaços, encontros, despedidas, quedas, canções... tanto os dias nos trazem em todo o seu esplendor. Umas vezes assim. Outras não. Estamos vivos. A caminho...

13 de novembro de 2007

pAlAvRaDeAc0nChEg0

Aos que se deixaramunirpelaspalavrasquenosunem:


Planto-me nestas cores à espera que cresça mais uma palavra que seja... Deito-me nestes silêncios de encontro às ondas do mar.Vagueio pelas janelas como quem beija Todos os sonhos de quem ousa sempre sonhar. Procuro-me nos momentos solitários de uma cegueira... Aconchego-me entre abraços e fortes marés. Canto meu entre o areal e a eira Cada cor que me dás por seres quem és.

12 de novembro de 2007

rEpEtIçÕeSrEpEtIçÕeSrEpEtIçÕeS

hoje vou escrever assim sem maiúscula ou pontos ou vírgulas ou essas convenções (os acentos não resisto) que se inventaram para que possamos entender um texto o mais aproximadamente possível ao que o autor escreveu mas eu hoje não me interessa como se calhar nunca me interessou apesar de sempre utilizar as maiúsculas ou pontos ou vírgulas ou essas convenções talvez porque hoje gostaria de ser livre num voo rasante num areal vazio e liso onde pudesse passear sem deixar rasto e quem sabe molhar os pés nas águas do ir e vir das marés que tantas vezes entraram pela minha escrita ou mesmo dos aromas da maresia que sempre nos transportam até muito mais longe do que alguma vez possamos sonhar basta termos algums histórias para contar ou inventar tal como muitas vezes o fazemos quando escrevemos sem nos preocuparmos muito com os outros como eu correndo até o risco de alimentarmos outros sonhos ou outros voos talvez mais rasantes e perigosos ainda mas sinceramente ando um pouco cansado do que cada palavra me faz ou me pode fazer porque quero acima de tudo sentir-me livre numa liberdade exposta nas nuvens que nos passam por cima da cabeça porque não existe liberdade quando nos fechamos ou nos restringimos às margens de uma folha de papel por isso é que ainda ando a pensar que força tem esta coisa daspalavrasquenosunem e de que forma é que tudo se pode manter bonito sincero e (reticências) livre na sua viagem de encontros e desencontros no mistério cada vez maior desta inevitabilidade que é estarmos vivos sim estamos vivos e por isso hoje vou escrever assim sem maiúscula ou pontos ou vírgulas ou essas convenções (os acentos não resisto) que se inventaram para que possamos entender um texto o mais aproximadamente possível ao que o autor escreveu mas eu hoje não me interessa como se calhar nunca me interessou apesar de sempre utilizar as maiúsculas ou pontos ou vírgulas ou essas convenções talvez porque hoje gostaria de ser livre num voo rasante num areal vazio e liso onde pudesse passear sem deixar rasto e quem sabe molhar os pés nas águas do ir e vir das marés que tantas vezes entraram pela minha escrita ou mesmo dos aromas da maresia que sempre nos transportam até muito mais longe do que alguma vez possamos sonhar basta termos algums histórias para contar ou inventar tal como muitas vezes o fazemos quando escrevemos sem nos preocuparmos muito com os outros como eu correndo até o risco de alimentarmos outros sonhos ou outros voos talvez mais rasantes e perigosos ainda mas sinceramente ando um pouco cansado do que cada palavra me faz ou me pode fazer porque quero acima de tudo sentir-me livre numa liberdade exposta nas nuvens que nos passam por cima da cabeça porque não existe liberdade quando nos fechamos ou nos restringimos às margens de uma folha de papel por isso é que ainda ando a pensar que força tem esta coisa daspalavrasquenosunem e de que forma é que tudo se pode manter bonito sincero e (reticências) livre na sua viagem de encontros e desencontros no mistério cada vez maior desta inevitabilidade que é estarmos vivos sim estamos vivos e por isso hoje vou escrever assim sem maiúscula ou pontos ou vírgulas ou essas convenções (os acentos não resisto) que se inventaram para que possamos entender um texto o mais aproximadamente possível ao que o autor escreveu mas eu hoje não me interessa como se calhar nunca me interessou apesar de sempre utilizar as maiúsculas ou pontos ou vírgulas ou essas convenções talvez porque hoje gostaria de ser livre num voo rasante num areal vazio e liso onde pudesse passear sem deixar rasto e quem sabe molhar os pés nas águas do ir e vir das marés que tantas vezes entraram pela minha escrita ou mesmo dos aromas da maresia que sempre nos transportam até muito mais longe do que alguma vez possamos sonhar basta termos algums histórias para contar ou inventar tal como muitas vezes o fazemos quando escrevemos sem nos preocuparmos muito com os outros como eu correndo até o risco de alimentarmos outros sonhos ou outros voos talvez mais rasantes e perigosos ainda mas sinceramente ando um pouco cansado do que cada palavra me faz ou me pode fazer porque quero acima de tudo sentir-me livre numa liberdade exposta nas nuvens que nos passam por cima da cabeça porque não existe liberdade quando nos fechamos ou nos restringimos às margens de uma folha de papel por isso é que ainda ando a pensar que força tem esta coisa daspalavrasquenosunem e de que forma é que tudo se pode manter bonito sincero e (reticências) livre na sua viagem de encontros e desencontros no mistério cada vez maior desta inevitabilidade que é estarmos vivos sim estamos vivos e por isso hoje vou escrever assim sem maiúscula ou pontos ou vírgulas ou essas convenções (os acentos não resisto) que se inventaram para que possamos entender um texto o mais aproximadamente possível ao que o autor escreveu mas eu hoje não me interessa como se calhar nunca me interessou apesar de sempre utilizar as maiúsculas ou pontos ou vírgulas ou essas convenções talvez porque hoje gostaria de ser livre num voo rasante num areal vazio e liso onde pudesse passear sem deixar rasto e quem sabe molhar os pés nas águas do ir e vir das marés que tantas vezes entraram pela minha escrita ou mesmo dos aromas da maresia que sempre nos transportam até muito mais longe do que alguma vez possamos sonhar basta termos algums histórias para contar ou inventar tal como muitas vezes o fazemos quando escrevemos sem nos preocuparmos muito com os outros como eu correndo até o risco de alimentarmos outros sonhos ou outros voos talvez mais rasantes e perigosos ainda mas sinceramente ando um pouco cansado do que cada palavra me faz ou me pode fazer porque quero acima de tudo sentir-me livre numa liberdade exposta nas nuvens que nos passam por cima da cabeça porque não existe liberdade quando nos fechamos ou nos restringimos às margens de uma folha de papel por isso é que ainda ando a pensar que força tem esta coisa daspalavrasquenosunem e de que forma é que tudo se pode manter bonito sincero e (reticências) livre na sua viagem de encontros e desencontros no mistério cada vez maior desta inevitabilidade que é estarmos vivos sim estamos vivos e por isso hoje vou escrever assim sem maiúscula ou pontos ou vírgulas ou essas convenções (os acentos não resisto) que se inventaram para que possamos entender um texto o mais aproximadamente possível ao que o autor escreveu mas eu hoje não me interessa como se calhar nunca me interessou apesar de sempre utilizar as maiúsculas ou pontos ou vírgulas ou essas convenções talvez porque hoje gostaria de ser livre num voo rasante num areal vazio e liso onde pudesse passear sem deixar rasto e quem sabe molhar os pés nas águas do ir e vir das marés que tantas vezes entraram pela minha escrita ou mesmo dos aromas da maresia que sempre nos transportam até muito mais longe do que alguma vez possamos sonhar basta termos algums histórias para contar ou inventar tal como muitas vezes o fazemos quando escrevemos sem nos preocuparmos muito com os outros como eu correndo até o risco de alimentarmos outros sonhos ou outros voos talvez mais rasantes e perigosos ainda mas sinceramente ando um pouco cansado do que cada palavra me faz ou me pode fazer porque quero acima de tudo sentir-me livre numa liberdade exposta nas nuvens que nos passam por cima da cabeça porque não existe liberdade quando nos fechamos ou nos restringimos às margens de uma folha de papel por isso é que ainda ando a pensar que força tem esta coisa daspalavrasquenosunem e de que forma é que tudo se pode manter bonito sincero e (reticências) livre na sua viagem de encontros e desencontros no mistério cada vez maior desta inevitabilidade que é estarmos vivos sim estamos vivos e por isso hoje (reticências, claro)

10 de novembro de 2007

v0lTa


Reflectia-te a alma. Nos cheiros dos sonhos. Nos sorrisos brilhantes dos olhos acesos. Na voz que procura sempre. No silêncio das melodias. Nas histórias passadas. Nos segredos. Nas viagens. Mantos. Janelas. Fontes. Acordes de soar para dentro. Na penumbra. Onde a luz nos reflecte. A alma...

5 de novembro de 2007

nAh0rAdApArTiDa

Ai, a escrita! Que bom que podemos com ela, mais virtual que a internet, remoldar histórias e histórias com pedaços da nossa memória, quem sabe rebuscados no inconsciente! Não a percebo muitas vezes e sinceramente não estou muito interessado em dissecá-la. A "minha" escrita vive nos olhos e nas memórias dos outros. E em mim, que me deixo contemplar com ela. Também gostava de escrever um livro.

3 de novembro de 2007

SeMs0m

Cada silêncio de nós aconchega um abraço desejado. Como se a voz fosse repousar sobre os lábios fechados. E o olhar se alongasse em direcção ao infinito...

2 de novembro de 2007

h0rAsDeTaNt0tEsEnTiR

Dentro de mim. O silêncio. De tantas horas. De tantos caminhos. De tantos sonhos... Dentro de mim. O grito. De me querer calado na dor de uma boca que se abre em direcção às lágrimas. De sentir tanto este desejo de não sentir. Que é o mais forte sentir que temos...

1 de novembro de 2007

iR

Reflexo. Na corrente de um rio solto nas margens.
Silêncio. Na transparência de todas as paragens...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...