31 de julho de 2008

mEd0

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Todos os dias me salvo no medo doce do futuro. Essa inquietação que nos sangra e nos abre bem os olhos para sorrir. Esse fogo que em nós corre porque também será foz.

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O medo é o eterno sabor da nossa existência.

30 de julho de 2008

p0rBaTeRoCoRaÇã0

Rompo este silêncio com o grito da paixãoSaltimbanco por entre cantos e floresAprendiz de mil e um amoresCom que pinto a sofreguidãoFotografo o momento da mão na mãoMemória de tempestades e saboresMorrerei no dia em que foresSem pena, sem dó, sem caixãoAmar é assim esta graça em turbilhãoO bater dos tamboresO passo rente dos andoresA serena inquietude do coração
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Palavra a palavra se reconstrói a minha alma

28 de julho de 2008

vAlE

Carrego o peso das memórias
Por entre os abraços
Navego por entre derrotas e vitórias
Perto demais de todas as histórias
Com que adormeço os meus cansaços
Entreabro janelas ao horizonte
Só para te ver e sentir
Esse rio, que corre debaixo da ponte
Que me leva e me traz até à fonte
Em viagens de eterno porvir
Rompo então todos os momentos
Nos rasgos e nas correntes dos versos
Grito potente por entre os pensamentos
Que dos meus olhos canta em choros lentos
Na imensidão dos sonhos submersos
Vale o sol, a lua, o beijo
O arranhão de paixões suadas
A inquietação e o desejo
A lágrima pousada no Tejo
O reflexo das nossas madrugadas
Vale o tempo, o tu, o ela
A flor, o mel e as folhas
A maré enconstada na aguarela
O areal centro da janela
Que nos oferece mais umas escolhas...

26 de julho de 2008

eSc0lHaS


É com uma enorme emoção que vos apresento estas "Escolhas", as primeiras. Espero que possam continuar estamissãodenosunir. Estão a aguardar o vosso contacto (façam para o e-mail) que responderei assim que possível. Obrigado.

22 de julho de 2008

eTeRnAvIaGeM


De cada vez que um poeta escreve amorUm novo jardim se levanta na almaCresce um nome do eterno andorUma inquietação entre o fogo e a calmaDe cada vez que um poeta te escreve, amorÉ mais uma respiração da memóriaQue em nós terá sempre o mesmo saborEsta coisa que se entranha na nossa históriaDe cada vez que voltar a chorar em versoSaberás dos tempos, uma morte nunca quietaE assim, por entre uma cantar pesado e submersoMe farei outra vez teu, outra vez poeta

18 de julho de 2008

oTeUn0mE


Pronunciei tantas vezes o teu nome que a minha boca secou. Nem a luz dos meus olhos se deixou encontrar. Nem a cor da tua pele se reflectiu. Quis-me perdido por entre as amarras de nós e distraí-me. As palavras perderam-se no vento mas o mundo não as ouviu. Porque o teu nome só eu sei pronunciar ainda...

17 de julho de 2008

pAsSoS


No chão pisado dos caminhos longos das lágrimas passo devagar. Sinto ainda a frescura dos azulejos e o sabor da canja de galinha. Nas memórias dos corpos que se apetecem. O suor e os tempos alertas por entre os movimentos do espelho. No chão pisado dos caminhos não há respostas; há perguntas.

iMpOsSiBiLiDaDe


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14 de julho de 2008

dEnÓs


Forte esta ausência. Esta perda em sentido único. No rolar de todas as pestanas. Que de um momento para o outro parece que esquecem. A fonte de tantas frutas. A corrente de tantos versos. O fogo de tantos ventos. As tempestades de tantas saudades. Os gritos de tanta inquietação. O gesto simples. De nós...

qUaNd0aCoRdAr

Quando acordar saberei encher os regadores e voltar às flores. Abrir a porta da varanda e deixar os ramos da grande árvore anunciar-me mais um dia. Quando acordar quero sorrir e desejar que a saudade se faça rio. Uma corrente decidida no encalço de todas as paixões. Um espelho de memórias e sonhos que se enfeitam nos caminhos. Sim. O teu nome soará ao vento, no sussurrar das ondas, por entre os reflexos das plantas. Quando acordar gostava de ouvir a tua voz...

12 de julho de 2008

11 de julho de 2008

pEdRaApEdRa

Não espero mais nada senão a vidaO sumo fresco e colorido dos caminhosOs aromas carregados entre espinhosOs calos cansado dos passos e dos ninhosOnde a minha respiração acontece assim servidaNão espero mais nada senão o mundoO canto gritado de todas as paixõesAs mantas enfeitiçadas dos coraçõesAs voltas das tempestades e dos serõesOnde a morte geme em sussurro profundoNão espero mais nada senão tudo esperarSei que sou, que és, que somos sorrisoLágrima e abraço forte e precisoConta de colar deslumbrante e concisoQue me envolve, como se fosse simplesmente... mar

10 de julho de 2008

s0uFeLiZeMmIm


Nascer de novo a cada dia que passa
Sorrir ao destino entre as mãos pesadas
Mergulhar no perfume do amor e da desgraça
Onde tudo regressa, em fomes nunca saciadas
Crescer ao ritmos dos sonhos eternos
Os olhares de tanto abraço
Palavras perdidas nos recantos dos meus cadernos
Versos de nós, em ventos de gritos e cansaço
Morrer? Não! Florir em cada nova estação
Na idade do cravo e da punho erguido
Porque mais vale fazermos uma só revolução
Do que pensarmos que tudo está perdido
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Hoje faço anos e quero muitos abraços e muitos beijinhos!

9 de julho de 2008

nApArEdEbRaNcAdAtUaCaSa

Na parede branca da tua casa pousei os meus olhos
Deixei-os junto ao ramo turvo da tua janela aberta
Repousei a voz na serenata dos tempos
Perdi as horas todas, em retalhos de fonte incerta
Na parede branca da tua casa quis morrer
De vez. Quedar-me para um futuro diferente
Cansado. No turbilhão dos labirintos dos sonhos
Fraco. Perto demais da verdade de quem mente
Na parede branca da tua casa longe do mar
Que cheira a sargaço e ondas de vai-e-vém
Onde os versos se abatem e ressuscitam
Para de novo regressar ao ventre da sua mãe
Na parede branca da tua casa existe um infinito.

6 de julho de 2008

sEmPrEeMsI

Que é dos meus dedos? O movimento em direcção ao surpreendente verso? O rasto fraco do cansaço por entre os olhares ensonados de quem se perde. Sempre em si. Sempre assim. Na roda viva dos sentidos e das inquietações...
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Sobra-me o cansaço em tons de solidão. Forte. Inerte dos cantos roucos da memória. Selo. Numa viagem eterna sem perdão. A vida. Que sempre nos transporta. Entre a luz que brilha e a interminável porta. Sobra-me mesmo este cansaço... e não sei onde o trocar.

2 de julho de 2008

eSpInHo

Sossego o olhar por dentro do espelho
Que em flor me traduz.
Carrego em mim o peso da poesia,
O abismo e a vertigem que me seduz
Que me interroga a cada passo
Que me aperta e me assombra a luz
Rente ao meu sentir, convexo do meu arfar
Entre tudo o que em ti pus...
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A flor que desde sempre nos iluminou. Que se abriu e em nós dançou. Forte. Bêbada. Sôfrega. Revoltada. A flor de cores sangrada dos olhares das pessoas.

hOrIz0nTe

Fosse eu viagem e talvez deixasse correr este rio em sossego. Pirataria todas as sílabas dos poetas só para nunca voltar a sentir o vazio. Fosse eu pintor e cada pincelada traria o calor do teu abraço. Hoje, só. Assim. Na crueldade da página em branco e do silêncio. Deste ardor que se sente por entre toda a gente. Assim, hoje. Porque o mundo se vai matando por entre o tremer dos desejos. Porque os Homens se vão suicidando por entre os gumes dos seus próprios dedos. Porque incrivelmente os beijos navegam soltos nas ondas das memórias. Hoje, só, assim. Até que um dia volte a ser viagem e me queiras finalmente reencontrar...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...