31 de março de 2008

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Do outro lado de mim. Sobro-me. Enrosco-me em cada canto que não chega. Rente aos silêncios roucos das lágrimas. De mim. Porque de rio sou feito. Em correntes fortes. Inquietantemente. E assim me deixo ficar. Em mim…
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Obrigado a todos os que vieram e aos que não puderam...

25 de março de 2008

r0tA


Recolho cada lágrima da solidão na esperança de conseguir construir um rio. Uma corrente que me banhe as margens das ausências e se brilhe por entre as ternuras da fonte. Sim, da fonte que em mim brota de cada vez que te vejo. Mesmo que dentro de mim e só...

21 de março de 2008

dIaDaPoEsIa

No dia em que souber escrever, deixo de o fazer.

oOuTr0lAd0dEn0v0pElApRiMeIrAvEz

Ouviremos o bater do coração. Das palavras que nos vão unindo por entre todas as saudades, nas esquinas de cada inquietação. Sei deste vento em cascata de encontro às correntes das nossas respirações. Procuro os silêncios de encher nos olhos as lágrimas de todas as vidas. Outro pedaço da nossa paisagem. Nos caminhos fundos que fazemos lado a lado. Nos areais que recebem as ondas dos sonhos e dos labirintos. Ao som que emana da ponta dos dedos até ao sorriso da ternura. Sento-me em mim. À espera. Estou pronto.
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Obrigado, Luísa.

20 de março de 2008

eNcRuZiLhAdA

Céu. Perto de mais das arribas à boca das ondas. Criação das memórias em volta das obsessivas vertigens dos passados em perseguição do futuro. Por onde se esboçam os sorrisos e as lágrimas de correntes em margens junto, formando os rios da nossa alma. Chove. Cada gota recebe-me os sonhos e transporta-me para junto de todas as viagens. Raposódias de silêncios que nos ecoam as mãos em pontas de dedos que se procuram. Chão. Fermento por onde os passos se transformam na fome mais antiga de todas. A das veias. Que nos transportam sempre.

19 de março de 2008

s0rRi0-tE

Se encontrar no caminho os restos da nossa festa, nada será em vão. Pego no estandarte e revelo-me novamente a dança. Carrego as farturas e sorrio aos foguetes. Compro um manjerico para te oferecer. E uma rifa. Desejando que a festa nunca acabe e que possa ecoar forte a tua gargalhada...

17 de março de 2008

mÃoSdAdAs

Talvez uma página em branco. Um regaço de palavras por adormecer. Uma tela segura onde os olhos se possam perder. Uma melodia pequenina dentro da ponta dos dedos pronta a explodir em tons de vermelho e paixão. Sim. Um pedaço de papel onde tudo se embrulha e desnuda na secreta sentinela do desejo. Pode ser que seja a lua. Pode ser. Nem interessa, pois não? Porque a folha de papel, afinal, não é mais do que o seguro toque das mãos dadas.

15 de março de 2008

oDeAaLbErTo


No afago quente dos segredos

Sei-te, ó poeta, na penumbra dos teus olhos!

Cheiro-te o pó das palavras

Com que sempre me deixei morrer,

Revigoro-me num novo regresso

Num estilhaçar dos corpos em cio.

Carrego-me, ó poeta, por momentos de prazer e dor!

Só por sentir os dias...

14 de março de 2008

aRrIbA


Pela raiz de todas as manhãs arranco a força para o mergulho. A aventura diária de acreditar que as palavras nunca se gastam. Mesmo as dos poetas... Por isso regresso a mim a cada dor. Em inquietação e vertigem. Para que ao adormecer tudo se transforme num amanhecer cheio de luz. Quero esta respiração divina! Agarram-me?

13 de março de 2008

mApA

Pode o rio ser tão espelho e devolver-me o teu sorriso? Pode cada sopro da sua corrente banhar-me os pés de mansinho, como num abraço? Pode o Sol penetrar-me o corpo e transformá-lo de novo em ti? Posso eu querer que a memória e a saudade se confundam?

10 de março de 2008

dEpÉ!

Procuro a força dos tempos de cada vez que uma queda me transportaTalvez para junto de um novo abismoTalvez segredando-me o código da portaPor onde tudo passa e tudo fica.Assim, queira eu tal sorriso em fonte ricaPara nunca nenhuma caminhada ser morta!

9 de março de 2008

iNc0bErTo


Onde cabe a memória nesses passos decididos? Perto de mais de cada lágrima... na mistura do sangue corrente que um dia se juntará a todas as histórias... perdida no olhar em planície que nos vai cercando... em direcção a nós.

8 de março de 2008

pEl0cAmInHoDePeDrAsElÁgRiMaS

Pelo caminho de pedras e lágrimas
O meu peito deixa-se morrer
À procura de todas as saudades
Que só por si deixam de o ser
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Pelo caminho de pedras e lágrimas
Sinto os reflexos todos do rio
Embrulhados nos meus versos
Que vou perdendo ao desafio
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Pelo caminho de pedras e lágrimas
Por entre os meus pesadelos
Canto mais alto a minha fome
E depois volto a perdê-los
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Pelo caminho de pedras e lágrimas
Sou eu, desnudado de mansinho
Moribundo-me em todos os partos
E assim, só assim... aguento o caminho

7 de março de 2008

vAzIoEaBiSm0

É no vazio do desejo que permaneço inquieto. Perto de mais de todas as palavras de me fugir. De todos os reflexos. Como se fosse um cavaleiro em busca do abismo, na loucura incontrolável dos caminhos de sargaço e demasiadas perdas...

6 de março de 2008

n0aLt0


Sempre que um homem sonha as vozes do sangue elevam-se ao mais alto cume da sua saudade...












27 Janeiro 2007

sAl

Salvem-se os caminhantes por entre os aromas dos sonhos! Criem-se todos os versos no silêncio das viagens! Cantem-se os labirintos do destino por entre cada sorriso perdido! Percam-se as mãos! Anuncie-se mais um pedaço de dor...

4 de março de 2008

cAlÇaDo

Rasgo cada silêncio por entre os caminhos
Perdido nas palavras em corrente de tanto me calar
Fujo por entre os sopros de todas as histórias
Pareço velho. Cansado. Sem o futuro dos amantes...
Porque me atiro assim nos tempos?
Calçado com todos os passos.
Nos lábios, o doce sabor do desejo.
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Nos olhos, a luz de cada desencontro.

2 de março de 2008

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...