25 de novembro de 2016

DeSiLuSã0

Larga-me os sinais de silêncios no tempo
Cala para sempre em mim o teu andar
Saberei eu de ti na tua ausência
Ou terei visto mal o teu chegar?


Esquece as palavras sonhadas em desenhos de vida
Mentiste tanto e não deste por nada
E agora, que vagueias, sabe-se lá por onde
Nem sequer conheces a tua estrada...

E eu, sem o saber dos divinos
Sem o dom de esperar ou querer
Fico-me pela perda hoje
Antes que regresse um novo amanhecer!


Podes enfiar a carapuça, que te fica tão bem...

8 de novembro de 2016

aVeSs0

No avesso da história
Todos os espelhos são amor
Pedaços de pó e de memória
Momentos de riso e de dor

Cantigas suaves e magia
Abraços de vento e sedução
O avesso é sempre parte do dia
Mesmo que longe do coração

Secretos labirintos de desejo
Loucuras ferventes junto ao mar
Que da história sobre a lembrança e o beijo
Que de tudo se faça tudo, a cantar

Abre-se a vida enfim
Dentro dos passos que se entornam
Do recomeço, um novo fim
Nas vontades que formam

4 de novembro de 2016

p0dEsEr

Pode ser uma viagem
Todas as viagens são destinos
Pode ser um grito
Todos os gritos peregrinos
Pode ser uma paixão
Todas as paixões querem ficar
Pode ser o infinito
Cada infinito, o mar...

Por ser um poema
Todos os poemas são vento
Pode ser uma história
(É preciso esquecimento)
Pode ser um caos
Todo o caos é passo
Pode ser o meu corpo
O meu corpo é cansaço...

Pode ser nada
Pode ser tudo
Uma estrada
Um cantar mudo
Uma madrugada
Dentro da palavra.

3 de novembro de 2016

TuRv0

Há uma tristeza no teu toque
Algo que chora
Que pede.
Talvez um poema longo,
Longo demais
Se prepare
Para ser canção.

2 de novembro de 2016

NaDaSeSaBe

Sabes aquele instante em que toda a história explode junto aos nossos olhos? Quando as vozes mais familiares nos sussurram os conselhos e as loucuras. Os passos que damos esfregam-se e misturam-se embriagados. Os sonhos são somente pequenos grãos de poeira viva à deriva. Cada nova palavra torna-se insuportável e o destino é talvez morte.,,

Sabes entender-me no meio de tanto prato e lençóis? Sentir a dor de uma inquietação perdida. Agarrar a corrente que se desvia da foz, que se desnorteia pelo espaço vazio. Sem sossego nem vaga.

Sabemos tanto um do outro e no entanto continuamos aqui...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...