29 de outubro de 2014

eStAd0aGrEsTe

Cada momento é um pequeno pedaço
E de pedaço em pedaço se faz o coração
Como o meu grito também é o meu passo
Que me mata uns dias sim, outros não

Saber dos recados do que se inventa
Entre as palavras e o toque certo
É o segredo que nem sempre se tenta
Nas ondas que rebentam demasiadamente perto

Estou em estado de correr,
Arder e pintar uma nuvem de raiva e mel
Porque o tempo é um pequeno-grande amanhecer
Feito das tonturas mais agrestes de um carrossel

Arte de estar, de num peso se fazer tudo
Que da magia do amor me arde o caminho
Que da voz, o silêncio forte e mudo
Que na vida, uma morte que se dá de mansinho...

20 de outubro de 2014

oMeUaMoR

Rasgão no olhar, entrega e paz
O meu amor sabe do tanto que se faz
          Calor no peito, sorriso e quimera
          O meu amor também fica e espera
Mar adentro, luzidia solidão
O meu amor conhece os tempos da inquietação
                    Lágrima de espelho, terra, água e cal
                    O meu amor dá-me um beijo, não me quer mal
Aliança fértil, doce caminhar
O meu amor sabe a mel ao passar
          Azul de um céu todo, nós os dois
          O meu amor vem buscar-me para sermos depois

Infinitos versos sem fim, alma do meu ser
O meu amor és tu, em flor sempre a renascer!

10 de outubro de 2014

pErGuNtAs

Os poemas não chegam.
Não carregam os cheiros ou os beijos
Não fazem cócegas na barriga
Nem entopem as palavras de sorrisos em florestas de fantasias...
Os poemas não me chegam para os cantos dos dias.

As promessas não servem.
Não sussurram o nosso nome ou gritam liberdade
Não constroem canteiros
Nem mesmo aconchegam o frio de tanto frio que às vezes passa...
As promessas não servem para acalmar a saudade que em sempre me abraça.

Os sonhos não morrem.
Não se apagam em memórias outras ou pedaços de nada
Não fogem
Nem se escondem em carnavais de presentes vazios de tanto...
Os sonhos não morrem e é por isso que ainda estou e assim canto.

E de pergunta em pergunta...

De poema em poema
De promessa em promessa
De sonho em sonho

Há um mar de tempestades e outros jardins a inventar
Porque cada pergunta, na sua inquietação máxima, vive nas respostas por dar.

3 de outubro de 2014

p0dErE(a)eSpErAnÇa

Saberei eu das saudades nos silêncios dos dias?
Serão elas apenas peças de um museu de emoções?
Ou antes tempestades e ventanias
Que se embrulham em pacotes de poemas e canções?

Saberei eu desta vida assim colhida
Por entre distâncias e sonhos a ir e vir?
Quantas vozes mascaram a dor mais perdida?
Quantos beijos me estão já a querer fugir?

Saberei eu do tanto que a morte me dá?
Saberei eu arrancar do leito a minha dança?
Sou o poder por entre tudo o que há e não há
Uma mistura de cinza, cor e esperança.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...