30 de janeiro de 2010

aSsImPiNt0aSaUdAdEh0jE

Por um momento só, a voz do vento. Perto do meu peito num sussurro quente mais-que-perfeito. A noite é o amanhecer dos sonhos, a manta que cobre os beijos e os aromas dos amantes. Os silêncios dos corpos valsas de carinho em abraços tantos... Por um momento só, a voz do vento. No meu ouvido a cantar-me a vida. O secreto sabor de uma passagem; um vagabundo à solta. Nos caminhos que se pisam de cada vez que o meu olhar ouve o teu sorriso. Por um momento só, na eternidade das palavras e das cores. Em tudo o que um jardim é capaz de parir - uma nova pele de encher os rios!

29 de janeiro de 2010

oBeIj0QuEnÃoSeAgArRa

Perdido tão perdido voa o sangue entre os pedaços de lágrimas espalhados pelo rio. Cansado tão cansado se deixa cair sem forças; com fome e com frio. Só porque o amor é fundo e pouco se agarra. No seu infinito caminho do beijo que sempre se amarra...

27 de janeiro de 2010

bEiJoMaIsQuEeSpEcIaL

A tua mão perto do meu passo
O teu sorriso, um toque de doçura
Adormeces-me na alma da dor e do cansaço
Onde tudo é caminho, fonte e ternura

A tua voz cantada em mim como o vento
O teu corpo, um manto de água pura
Cantas-me o sopro do que já não aguento
Só para que me possa ver de novo, no olhar que sempre dura

O teu chegar entre a onda e a tempestade
O tua camisa, uma praia de amor e candura
Serás sempre o meu porto e a minha cidade
Porque eu sem ti, sou apenas pó e serradura

Não te perco, nem te acho, sei-te assim
No que dás a cada noite, a cada dia
Por isso planto mais um poema no teu jardim
Porque és, serás sempre, a minha Maria!

Este é um beijo mais-que-especial.

26 de janeiro de 2010

nÃoTeQuEr0mAiSp0rQuEtEqUeRoSeMpRe


Quero-te. A noite trouxe-me até ti e entrei. Sentei-me a teus pés e ouvi-te falar e rir com as mãos e com o sorriso no deslumbramento do meu espanto. O corpo quente. A tua história é um abraço. O teu sabor um beijo na ternura. Nada que o tempo não invente ou mate. Repetidamente. Somos pedaços de um caminho feito em nós. Apenas. De saudades pintadas na ponta dos dedos que se procuram. De lágrimas que nos cobrem a pele. Do calor dos momentos e da descoberta. Sei que a noite é um retalho nos lábios. Uma outra peregrinação nas veias dos nossos sonhos. Aperto no peito este sabor. O teu sabor. De sufoco brilhante e refletido na minha voz e na lentidão dos dias. Que ainda canta. Que sempre canta. Vento trilho do meu passo apressado e inquieto e vagabundo e amante e perdido e menino e forte e poeta e decidido e louco e louco e louco e louco... Falésia suicidamente presa na memória. Não te quero mais. Porque te quero sempre.

24 de janeiro de 2010

LeIt0pErDiDo

Do leito que me serve de memória
Do sangue, um poço aberto ao vento
Carrego o peso de toda a minha história
No perfume da pele com que me alimento
Do sossego da noite a cair
Do grito, braseiro forte em chaga funda
Levo-me até onde nunca poderei ir
Uma espécie de morte já moribunda
Da inquietação, raiz do meu caminho
Do beijo, do abraço longo e perfeito
Guardo o toque da paixão e do carinho
Que em ti já se perdeu, no meu leito...

22 de janeiro de 2010

n0iTe

Beija-me as lágrimas na noite silenciosa
Deixa o teu cheiro pertinho de mim, sossegado.
Tenho este rio na saudade, frágil e mariposa
Que me queima hoje a alma por todo o lado.
Minha vida corre-me nas veias e eu sorrio
Cada nuvem, fértil semente desta terra que se semeia
Regresso a ti, fujo de todos, fico perdido no meu rio
E não quero mais nada, adormecido nesta teia.
Sou um poço escuro que não se vê
Uma flor colorida no peito dos amantes
Na noite, o tempo passa e nem sempre se crê
Janela aberta à dor de afinal ser tudo como dantes.
Onde está o futuro?
Essa pele feita canteiro, feita muro
Onde me prendo só para me libertar?
Onde está esse momento?
Cravado no passo mais forte do vento
Que na solidão ainda me sabe cantar?
Onde estás tu, mãe?
Que o vazio é tanto também
E os meus olhos, apenas pó?
Onde pára o meu grito?
Esse ardor de morte e malidto
Que não me deixa nunca mais ficar só?
Vale a pena a cidade, o marinheiro,
A melodia gananciosa?
Se tudo é um acordar compulsivo em aguaceiro
Onde fica esta lágrima na noite silenciosa...

21 de janeiro de 2010

sEmPrEmArIa

Parte de ti é um rio que me corre nas veias. Uma torrente de amor e marés cheias. Uma pequena grande lareira de nos aquecer. Uma onda perto de nos voltar a nascer. Parte de ti é tudo isto e és toda tu que eu quero merecer...
Parte de ti é um mar que me canta o peito. Uma voz de ternura e mel em abraço mais-que-perfeito. Um pequeno grande beijo de nos escrever. Uma praia em ilha de tanto ser e ser. Parte de ti é tudo isto e és toda tu que eu quero merecer...
Parte de ti são as cores da liberdade. Todos os segundos da luta e da verdade. Uma avenida repleta de punhos bem abertos. Gritos e cheiros dos caminhos mais certos. Um regresso da saudade a cada novo amanhecer. A lágrima do olhar numa pele sempre a arder. Parte de ti é tudo isto e és toda tu que eu quero merecer...
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Parte de ti sou eu em ti, assim, palavra a palavra com que nos aqueço. Porque eu sei que tudo isto és toda tu e que eu mereço!!!

19 de janeiro de 2010

eNtReAvIdAeAm0rTe

Se o meu passo
É um grito
E o meu grito o cansaço
Preciso do mar...
Se a minha mão
É um beijo
E o meu beijo o regaço
Deixo-me perdido no teu olhar...
Se o meu sangue
É um rio
Feito lava a correr
Preciso do teu sorriso...
Se o meu canto
É lágrima
E a lágrima leito a arder
Perco-me neste chão que piso...
Se o meu manto és tu
Entre o sonho e a melodia
Só me dou se for assim, todo nu
Porque se tudo é tudo nesta sinfonia
Poema, verso, lágrima ou agonia
Serei sempre o poeta em flor ardente
E mesmo longe de mim
Saberei inventar um novo jardim
Só para renascer perto do fim...

17 de janeiro de 2010

sEv0lTaReSa0p0rTo


Se voltares ao Porto,
Não olhes para trás...
Rasga-te todo por inteiro;
Procura bem na dor a tua paz.
No sangrento passo derradeiro.
Talvez nunca mais regresses...
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Se voltares ao Porto,
Mesmo na ternura de uma lágrima forte,
Ouve o silêncio das pedras...
São elas que te saboreiam a morte
E te roubam as paisagens.
Talvez nunca mais regresses...
.
Se voltares ao Porto,
Leva o teu vento para chorares.
Deixa-te moribundo sem destino
Caído no teu prórpio futuro...
E se te achares
Não digas nada: há sempre estas
Teias que teces
Sempre que voltas ao Porto...
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Talvez nunca mais regresses...

14 de janeiro de 2010

VaMoSiNvEnTaRuMp0eMa?


Vamos inventar um poema?
Vamos! O que é preciso?
Nós.
Nós?!!! Mas quais? Os que nos prendem ou o que nos unem?
Não é a mesma coisa?
Claro que não. Pensa bem.
Para inventar um poema não se pode pensar bem...
Ah, pois...
(Silêncio)
Como começamos?
Pode ser com uma palavra. Gosto dos poemas que começam só com uma palavra.
Diz tu.
"Amor".
Hum... isso determina logo o sentido do resto. Prefiro assim algo mais... livre.
O amor não é livre?
De um certo ponto de vista, não.
E tem de ser assim sempre?
Eu acho que não tem de ser assim sempre. Mas a vida já ditou as suas regras há muito tempo. Por isso é que o amor também é triste.
E o amor tem regras?
Claro que tem! Que disparate o teu...
Diz uma!
Deixa ver... "Tens de respeitar quem amas."
E não fará o respeito parte do amor?
Sim.
Então é uma regra desnecessária. Diz outra.
"Amar é dar-se todo."
Achas isso possível? Se nos damos todo, ficamos sem nada; tipo, vazios. E depois como é que alguém que está vazio consegue amar?
Pois... tens razão.
Estás um pouco baralhado, não estás?
Estou.
Já amaste?
(Silêncio)
Mas tu és poeta!
Hum... deixa ver. O meu caso. Não. O meu caso não é para aqui chamado...
Pois... por isso és poeta...
Ora aí está: sou poeta porque não sei explicar o amor.
Deixa-te de coisas. Não me digas que nunca tiveste uma mulher nos braços; que nunca pensaste numa pele, na saudade de uma pele; que nunca quiseste transformar poemas em vida...
Boa! Transformar poemas em vida!
Desculpa?
Sim! Vamos transformar um poema em vida.
Qual poema?!! Ainda não o inventámos!
Vamos inventar um poema?
(Silêncio)

13 de janeiro de 2010

TeNh0uMaLáGrImApArAtI


Tenho uma lágrima para ti. De dentro dos meus olhos. Como se fosse possível o vento entrar todo no meu peito transformado em vida e sorrir. Tenho um lágrima para ti. De dentro do meu coração. Como se fosse a pele do tambor que bate de tanto de sentir. Tenho uma lágrima para ti. De dentro dos meus dedos. Como se fosse um pincel de inventar-nos os versos que o mar guarda e o tempo inventa. Tenho uma lágrima para ti. De dentro dos meus braços. Como se fosse uma flor a respirar e a crescer. Assim, apenas. Tenho uma lágrima para ti. De dentro de mim. Como se fosse a fonte onde vais beber. Como se esta lágrima fosse o sangue que te percorre. Como se a tua boca pudesse receber todos os beijos do mundo. Como se a minha voz te sussurrasse todas as frases que o rio transporta e reflete. Como se fosse para sempre.

12 de janeiro de 2010

nÃoMeBaStAsHoJe

Não me bastas hoje. Nem com dedos de mel e poesia.
Não me bastas hoje. Que do corpo quente levo a alma turva, cinzenta e fria.
Não me bastas hoje. Fosses pintura ou apenas um sopro leve.
Não me bastas hoje. Nem véu nem amor de sempre que em mim se escreve.
Não me bastas hoje. O meu peito é uma praia de espuma perdida na areia.
Não me bastas hoje. Qualquer coisa de ramo, qualquer coisa de raiz, qualquer coisa de teia.
Não me bastas hoje. Horas de silêncios na embriaguez da solidão.
Não me bastas hoje. Páginas em branco, de cheiros intensos a água e pão.
Não me bastas hoje. Bruma nos meus olhos, inquietos passos de desespero.
Não me bastas hoje. Sangue de tanto querer os meus versos já passados.
Não me bastas hoje. Amanhã, uma lágrima na onda e na maré que se faz ternura.
Não me bastas hoje. Lançado no chão de um berço ou de uma sepultura.
Não me bastas hoje. Tão forte bate a flor que se perde o jardim.
Não me bastas hoje. De joelhos; chorando na fome de mim.
Não me bastas hoje. Canto mudo, rouco, pouco, forte em suor.
Não me bastas hoje. Que do leito, cobre-se o manto de perfume e dor.
Não me bastas hoje. Risco-me e repito-me e curvo-me e lanço-me em tempestade.
Não me bastas hoje. Porque hoje não sou eu e isso é que é a verdade!

11 de janeiro de 2010

eRóTiCo

Procura-me no manto areal do nosso leito. Procura-me. Que o meu corpo despido serve-me de manto enquanto espero por ti. Leve como a maré. Inconstante como uma onda. Forte como a água. Branco de espuma. O meu corpo é de novo um areal e tu sabes. Por isso te inventas em mar só para eu me deixar ficar à espera...

9 de janeiro de 2010

aTrAvEsSiAd0rIo


Na travessia do rio sente-se o tempo
O abraço longo do tempo...
As águas, como mantos, em leitos de segredos e fome,
As ondas, como beijos, em mãos entrelaçadas.
Na travessia do rio ouvem-se vozes caladas...

Na travessia do rio sente-se o vento
O sorriso único do vento...
As cores, como janelas, em sussurros de ternura,
O horizonte, como um corpo nu, pedindo.
Na travessia do rio há perfumes que se vão abrindo...

Na travessia do rio sente-se a alma
A voz doce e perfumada da alma...
Os aromas, como respiração, peles de sonhos e palavras,
As sombras, como relva, na terra fértil de toda a gente.
Na travessia do rio os passos são os braços da corrente.

Na travessia do rio sente-se a solidão
O amor que se faz também na solidão...
Os versos, como récitas, no lamento das gaivotas,
As canções, como gritos, o ventre fecundo da foz.
A travessia do rio não sou eu nem tu. Somos nós!

8 de janeiro de 2010

lÁpIdE

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Solto-me nos versos deste sangue quente
Um rio-eu em direcção a um leito mais-que-perfeito
Porque cada palavra é como se fosse um grito ausente
Que desagua no silêncio pobre e desfeito
Assim, poeta ou vagabundo, tanto faz
Sou a lápide que me sepultará um dia
Dizendo: "Este que aqui fica e jaz
É apenas mais um que conheceu as palavras e disso fez ventania!"
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6 de janeiro de 2010

cAvAlEiRoAnDaNtE


Existe um jardim cravado no meu peito.
É lá que me encontro de noite e me perco de dia...
Abro a janela, invento o mar e desenho o parapeito
Porque tudo é mais que tudo: perfume e magia.

Existe um jardim deitado no meu abraço.
É lá que sei deste calor que me alumia...
Pinto os momentos, como seda, traço-a-traço
Porque tudo é mais que tudo: perfume e magia.

Existe um jardim no meu sorriso.
É lá que os olhos abrem um manto que se desfia...
Cheio das cores, das silhuetas e do chão que piso
Porque tudo é mais que tudo: perfume e magia.

Existe um jardim no meu canto.
É lá que a minha voz se dá e arrepia...
Onde me atiro, me aninho e me levanto
Porque tudo é mais que tudo: perfume e magia.

Existe um jardim forte e vigilante.
É lá que eu existo, no vento do lago que em nós se fez poesia...
Assim, como um doce e eterno cavaleiro andante
Deixo-me ser a flor do perfume e da magia!

5 de janeiro de 2010

oAbRaÇoDaSaUdAdE


O abraço da saudade é um nó quente
Derretido no meu rosto.
Uma espécie de fogo posto
De aroma a Primavera e a mosto
Que nos aquece a alma ardente...

Como se canta o abraço da saudade
Se todo o tempo é uma flor aberta e sorridente?
Talvez no toque suave da ansiedade
Ou na surpresa de um tempo sem idade
Com que se ata e desata esse nó sempre quente...

Falta-me o abraço da saudade todos os dias
Perto de mim até desaparecer outra vez
Em danças de loucura e outras folias
Que de tudo se faz o mundo e o o mundo se fez
Que de nós haverá sempre um toque de timidez
Um verso mais de secretas alegrias
Que é ter-te perto de mim como um regaço
Onde guardo para sempre a saudade do teu abraço!

4 de janeiro de 2010

aSn0iTeScHeIaS


Procuro o silêncio das noites cheias...
Vazio,
Rente ao arrepio...
Fome,
Que me mata e consome...
Canções,
Pregadas na minha voz sem perdões,
Versos loucos,
Tantos e sempre tão poucos...
Suores e perfumes,
Fogueira de beijos macios e lumes...
Desejos ardentes,
Desses iguais a todas as gentes...
Não sou tão especial assim
Que mereça esta dor em mim...
Procuro o silêncio das noites cheias:
Segmentos de chagas e estradas que saboreias.
Minha voz é um grito no punho da inquietação,
Uma dor parida forte de tempo, vento, mel e solidão,
Um vómito mais pintando o nosso chão,
Ou um abraço carregado de amor e paixão
Com que me mato todos os dias entre ondas e teias
De tanto silêncio haver nas noites cheias!

3 de janeiro de 2010

pErFuMe


Sei de cada ponto com que se escreve a história de magia.
O fogo de matar
E o fogo de desejar;
O labirinto de morder
E a embriaguez de ser;
A corrente de pedir
E a onda de sentir;
Sei que cada minuto que nos separa é uma eterna sangria...

Sei de cada vírgula com se que se escreve a palavra saudade.
O perfume de pintar
E o sorriso de voltar;
A janela de acontecer
E o manto de estender;
O leito de esperar
E o corpo de voltar;
Sei que cada minuto que nos separa é uma eterna tempestade...

Sei de ti, de mim, das pedras do caminho e das flores.
Acredita que sei mesmo! Do vento entre cada cantar.
Da fome entre cada silêncio, mesmo o mar...
Da certeza que escrever em nós é como respirar ou abraçar:
Fora de horas...
Umas vezes para dentro, outras para fora, mas sempre em amores!

1 de janeiro de 2010

qUeReSqUeTeCoNtEuMsEgReDo?



Respira-me a pele por entre o naufrágio.
Sabemos bem a cor da saudade!
Abre em mim vôos sem tempo nem idade,
Pequenos momentos de fome e contágio
Tão cheios de água em versos eternamente quentes.
Assim são os gritos dos amantes ausentes...

Morde-me o mel de cada beijo ainda vivo.
Sabemos bem o sabor da saudade!
Cola em mim mais uma solidão da cidade,
Rasgões vagabundos de frio intenso e cativo
Tão vazios de passos, presos e meio dormentes.
Assim são os gritos dos amantes ausentes...

Prova-me o peito do desejo que brilha.
Sabemos bem o calor da saudade!
Floresta de ventos e marés na eternidade,
Labirintos e rendas de um caminho que se trilha
Tão fortes, tão sonhos, como os hinos das almas crentes.
Assim são os gritos dos amantes ausentes...

Bebe-me o leito perdido no sangue dos infernos.
Sabemos bem a dor da saudade!
Margens e lençóis uni
dos da humanidade,
Sedentas da memória, de amores eternos
Tão inquietos caminhos de rios e correntes.
Assim são os gritos dos amantes ausentes...
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Queres que te conte um segredo?
Sem nunca ser tarde nem nunca ser cedo?
Passemos então o dedo pela linha do papel:
A cor da saudade é uma tela desenhada na pele
Cheia de sabor, como um pote cheio de mel
Que se guarda em cima da mesa...
Passemos depois o sorriso leve, mas sempre a direito:
O calor da saudade é uma cicatriz gravada no peito
Lambuzada de lágrimas e dor, como um leito
A que chamamos vida e natureza!

aSsIm, MaRiA

Posso eu ser mar no teu dia
Perder-me na tua história e ficar
Assim, dia-a-dia, ser sempre mar...

Posso eu ser tempo no teu calor
Cantar contigo e chorar também
Assim, no fogo nosso de ser amor...

Posso eu ser tempestade e vazio
Como um nevoeiro denso na alma
Assim, no grito desesperado de ser rio...

Mar, tempo e rio entre ti e mim
Terra fecunda de abraços e sorrisos
Assim, Maria, construímos nosso jardim
Entre as mágoas e os ventos mais precisos

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...