16 de julho de 2007

EsTaR(-tE)

Não me devolvas a mortePerdoa-me os passosCobre-me os cansaçosQue de tanto te querer em sorteMe esqueci dos teus braços!
Não me mostres nadaCarrega-me apenasLeva-me contigo em lágrimas plenasQue de tanto te querer caladaMe transformo em dores demasiado pequenas...
Desejo-te na alma maior do serCanto-te a cada minuto de mimSolto-te livre, talvez enfim,Só porque te amo, ao renascerAs palavras que nos unem por fim!

14 de julho de 2007

dEdEnTr0

A cada palavra solta no espaço
Cada silêncio na voz transpirado
Nasci de novo, no teu beijo, no teu regaço
Com que me amparaste O Outro Lado


Fui fiel ao amor de dentro de mim
Cavaleiro em poeta engrandecido
Mesmo agora, que tudo chega ao fim
Vou refeito, de novo renascido


Foi intenso, quente e absorvente
Fui eu, na pureza de querer ser sempre fogueira
Como um sonho ali mesmo à frente
Que nos uniu para sempre, à sua maneira
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Obrigado a todos. Estarei de volta em breve. Vou mergulhar no mar...

9 de julho de 2007

tAlVeZ


Talvez no fim do muro encontre o meu sinal
Talvez uma janela. Só mais uma só
Talvez caminhe. Talvez por bem. Talvez por mal
Talvez um dia me desfaça em pó.

Talvez o espaço, o encontro marcado
Talvez o baralho mais que baralhado
Talvez o astro rei, ao som de um baile mandado
Talvez o pecado um dia seja perdoado

Talvez o mar enfeite de novo o areal
Talvez se abra em flor. Somente
Talvez me encontre. Talvez por bem. Talvez por mal
Talvez seja eu na dança turva desta gente

Talvez as amarras dentro de cada paixão
Talvez o perigo de te ter dentro, ou talvez não
Talvez tu, eu, nós, o milhafre perdido de pão
Talvez o grito mais agudo de um coração

Talvez a palavra. Talvez.
Para ser tudo. Outra vez.

7 de julho de 2007

c0r

Caiu uma pluma na minha janela
Nada me trouxe, nada me disse
Ali se deixou ficar. Por tolice?
Não! Por um momento singela
Que a pluma nunca se desperdice
Que assim caída a vejo tão bela!
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Caiu a cor, o perfume, o sabor de uma tristeza
Em mim adormeceu sossegada
Ali se escondeu de vez. Envergonhada?
Não! Naquele instante a certeza
Que de nós tudo pode ser nada
Que do nada seremos a dor e a dureza.
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Caiu essa pluma, nuvem de ir e vir em mim.
Por isso abro a janela de par em par
De novo e de novo sem nunca me cansar
Que de tanto pousares, eu me faço em jardim!

6 de julho de 2007

Af0rÇa

Se as minhas lágrimas te fizessem rio

A cada chorar de alegria,
A cada memória,
Cada arrepio...

Se estes reflexos de mim te inundassem depois
Em lugares de amor e dor,
Em sons de poetas,
Nós dois...

Se a foz deste respirar corrente chegasse ao mar
Na volta de marés preciosas,
Na volta da paz,
Ou apenas no olhar...

Se fossemos mundo, natureza, margens e vento
Se fossemos todos os respirares de um só momento
Se fossemos aguarela do céu manto estendido
Se fossemos guitarra do nosso corpo despido
Se formos tudo isso num sonho de luta acordado
Teremos a certeza: chegaremos ao Outro Lado!

5 de julho de 2007

m0mEnToSdEeSpErA

O que posso eu pensar numa altura destas? A pouco mais de seis horas entrarei naquela sala escura, cheia de afectos e aromas, cuidadosamente arranjada a partir de mim, comigo e com a minha equipa de trabalho e... irei sentar-me naquele banco, com a minha viola na mão (!), fazendo voar todas as palavras e sons que um dia resolvi juntar e oferecer ao mundo. É um momento terrível este, em que o tempo parece que dobra ou triplica. Não tenho medo de falhar (todos falhamos), não tenho medo de me emocionar (todos nos emocionamos), não tenho medo de ficar calado (os silêncios fazem parte das palavras). No fundo, acho que não tenho medo. Estou é ansioso. E esta adrenalina é única. Porque existe... O Outro Lado. E esse será constituído seguramente por cada um dos que se sentar naquelas cadeiras... (nem me lembro da cor!). Bem hajam a todos. Pedro.

3 de julho de 2007

iLuSóRi0

De que vale uma porta aberta se por dentro há uma parede que nos impede de entrar?

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Talvez o ilusório de nós mesmos...

1 de julho de 2007

O Outro Lado


Quando fiz 40 anos resolvi oferecer uma prenda aos meus amigos. Reuni um conjunto de canções e de poemas e idealizei um espectáculo, intimista e profundo, onde pudesse mostrar-me mais um pouco.

Assim, nesta criação quis que pudessem ganhar vida dois lados de mim: o cantor e o poeta.

Talvez o mesmo. Quem sabe diferentes. Ambos amantes, seguramente, quer um quer outro vão, ao longo de hora e pouco, partilhando as suas produções, em movimentos cénicos e imagens projectadas numa “janela” intencionais, no espaço de um quarto de solteiro, onde toda a acção decorre.

O público vai, assim, entrando profundamente no íntimo criador, com o qual rápida e facilmente se vão identificando, uma vez que quer os poemas quer as canções os vão transportando a eles próprios ao Outro Lado de si mesmos.

Só assim se concebe a enorme força deste espectáculo, com muito caminho ainda para percorrer.
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Quem quiser reservar bilhetes, o melhor é contactar-me por e-mail.

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Sociedade de Instrução Guilherme Cossul, Av. D. Carlos I, 61 - 1º - Santos

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...