26 de abril de 2013

LuTaRéSeR

Existe a morte.
Anunciada na ponta dos dedos
Que agarram o silêncio
E cegam os sonhos
Onde os sorrisos são a luz
De cada palavra que é semente.
Existe a morte...
Aparece de repente.

Existe a vida.
Cantada ao acordar
No punho que se levanta
No passo dado
De dentro da pele
Que é casa
E fica em nós como marca,
Uma bela tatuagem.
Existe a vida...
E essa é viagem!

23 de abril de 2013

PaLaVrA

Existe uma palavra cantada dentro de mim
Leva o azul do mar
A dança das ondas
A frescura da erva
O cheiro da terra
O sabor da pele do amor.
Existe uma palavra presa
Que livremente me embala
E me deixa no sorriso das memórias.
Uma palavra que se murmura nos silêncios
Um pequeno carreiro de me levar até ti
Por entre o que sinto e é verdade:
Saudade.

19 de abril de 2013

Di0g0

No grito da liberdade
Pensamento da pele
No horizonte do sonho
No sorriso da tua claridade
Mais uma cor que se pincele
Em cada verso que componho

Na vida que levas ao vento
Por abraços sinceros e belos
De passos firmes de cantar
Tudo levas em fome e alimento
Como um rio de perfumes singelos
Que te fazem ser assim e amar!

17 de abril de 2013

p0eTa

O poeta sabe das estradas e dos rios. Conhece as profundezas dos sonhos. A qualquer hora o tempo - do poeta -, transforma-se num verso doido ou embriagado, pobre ou reluzente, que atinge as memórias e as canções. Até mesmo no aroma dos seus dedos se sente o lento turbilhão dos dias e das noites. Porque o poeta funde-se em múltiplos odores. Talvez quem sabe seja mesmo assim... De olhos abertos sobre a corrente. De corrente forte sobre os passos. De passos vagabundos na perdidão dos silêncios. Nos silêncios que ficam do abandono. No abandono rasgado sobre o seu corpo. No corpo de poeta, amante eterno das paisagens.

13 de abril de 2013

aUsÊnCiA

Quando o sol adormece
No silêncio dos teus dias
O meu corpo estremece
Gritos fortes e agonias

Canto alto sem parar
A pele seca da solidão
E de tanto chorar a cantar
Procuro beijos e perdão

Mal sei da volta dos sorrisos
Aconchegados dentro de mim
No tempo dos abraços mais precisos
Gargalhando amor sem fim

Amo-te carregado deste passo
Ondulação da minha tempestade
Espero-te aberto no regaço
De ser vida esta eternidade!

9 de abril de 2013

SeI

Sei do mar e dos seus passos
Dos versos e cansaços
Sei do olhar que me pinta os dias
Por entre marés calmas e ventanias...

Sei da relva e dos cheiros bons
Das saudades e dos seus sons
Sei do corpo que me chama
Nos silêncios da dor de quem ainda ama...

Sei da nuvem e do rio corrente
Dos gritos nos cravos de toda a gente
Sei da mão que queima ao passar
Junto às histórias de cada acordar...

Sei de tanto e talvez não saiba nada
Inquietações e ternuras pela madrugada
Sei de mim na procura de ti
No tempo por inventar, de cada vez que te perdi... 

2 de abril de 2013

PaRiSéSaUdAdE

Um dia a saudade virá afogar
Cada pedaço do sofrimento.
Um dia, nem rápido nem lento
O mundo será uma flor...
Seja o que for,
Voz inquieta que se deixa chorar...
Calo na corda de uma viola por tocar...
Força que se deita ao relento,
Que se entrega ao destino do vento!
De tudo o que o meu coração canta,
O meu corpo que mesmo fraco se levanta
À procura do eterno momento feliz:
Os cheiros de todas as histórias de Paris!

1 de abril de 2013

MáRi0

Abre-se o tempo e estás
Lembra-se a ousadia
No poema sempre se refaz
A noite beijando o dia
Embriaguez que vemCarregada de forte agonia
Solta em sangue que tem
Todo um peso que se anuncia


M
Á
R
I
O



Abre-se o olhar e vensSaudade tanta
No poema onde ainda tens
Esse corpo inquieto que canta
Vertigem do querer
Calor de fogo e manta
Eternidade no teu morrer
Que em mim vive e se levanta! 

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...