31 de dezembro de 2009

2009

Lembro-te um grito. Um sorriso apenas. Desses que se dão e nunca se repetem. Lembro-te como se faz amor na pele da amizade. Lembro-te os dias a passar e o tempo que temos. Lembro-te o copo cheio e o copo vazio depois de nós. Lembro-te o teu olhar doce de ser manto meu. Lembro-te como se dança; pode ser na praceta ou no labirinto da noite. Lembro-te a tua voz de luta. Lembro-te a descoberta. Lembro-te a morte também; os partos... Lembro-te cada lágrima nesta corrente. Lembro-te o meu nome (para que não esqueças). Lembro-te o toque do acorde preciso em verde. Lembro-te o adeus e Ary. Lembro-te cada verso novo ou velho ou repetido. Lembro-te o vento; ai, o vento! Lembro-te as mãos de escavar a ternura como se fosse terra. Lembro-te a estrada e a falésia e a curva e a paragem e o precipício e a pedra e o pó do caminho e a chuva e as cores. Lembro-te o silêncio da respiração. Lembro-te os carris da fuga. Lembro-te o monte e as fontes. Lembro-te o canto em tons de medo. Lembro-te que estás. Lembro-te Paris na magia de todos os momentos. Lembro-te a queda e a vertigem. Lembro-te as rugas das nossas memórias. Lembro-te o sossego e a inquietação. Lembro-te as letras. Lembro-te o cheiro de cada flor ou pedaço de nuvem. Lembro-te a embriaguez das vozes e dos abraços. Lembro-te as fotografias ou os livros. Lembro-te a família que passa. Lembro-te o riso estridente; o desejo calado. Lembro-te o nome das ruas; das velhas e das novas. Lembro-te as roupas; os sapatos. Lembro-te a saudade; pode ser boa. Lembro-te a parede branca ou o telhado quente. Lembro-te a ausência. Lembro-te a descoberta; as veias do sangue rio de outras fecundações. Lembro-te o mistério. Lembro-te as histórias de encantar ou malandrices de meninos panteras e outros que tais. Lembro-te sempre. Lembro-te a voz; talvez o mar dentro do peito. Lembro-te a silhueta na estação em chaga suicida. Lembro-te a arca dos segredos. Lembro-te o adro da Igreja. Lembro-te o orgulho. Lembro-te a Lua; Sol e Lua... Lembro-te o corpo do pintor. Lembro-te o rasgão do poeta. Lembro-te a surpresa do Músico. Lembro-te o cozinheiro. Lembro-te textos e textos e textos e textos tão teus e meus; projectos e Berlengas e tudo o resto. Lembro-te o murro na liberdade. Lembro-te a marcha na Avenida de olhos postos numa raiva cada vez mais fechada. Lembro-te que Abril abriu portas? Lembro-te o cravo a três cantos e nove passagens. Lembro-te o Bem Querer ou Oceano de ninar. Lembro-te a página em branco e o pincel. Lembro-te o tic-tac do coração. Lembro-te que tudo não é esquecimento; que esquecer é perder; e perder é não ser; e não ser é deixar de estar; e deixar de estar é apagar; e apagar é recomeçar; e recomeçar é lembrar.... Por isso, meus amigos, NUNCA SAIAM DE MIM!
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Já agora, lembro o que desejei faz hoje precisamente 1 ano:

Sejam felizes: os meus votos para 2009

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Pintado com as cores do tempo nos momentos onde a saudade mais nos cobre... Caído sobre os pântanos dos pensamentos que nos acolhem mesmo quando não os desejamos... Rasgado de todo o sangue que das veias nos espera em fogo ardente... Na voz rouca e trémula de um sussurro... No sorriso lindo reflectido numa pequena lágrima de alegria... Na mão que se aproxima do medo... Telas e telas de versos perdidos em mim que se deixam voar por aí... Para aterrarem nos corações solitários... nos humores secos... nos vazios e nos sonhos... Sou eu. Carregador de emoções na ponta dos dedos e no olho que penetra. Que te penetra em segredo. Não digas nada, anónimo. Curva-te perante ti e pergunta: o que tens feito para ser feliz? Deixa que todos os minutos da tua vida te continuem a separar da morte anunciada. Não roubes nem cometas mais nenhum crime. Respira-te. Porque dentro de ti há um plátano centenário que sabe contar histórias...

30 de dezembro de 2009

oUtRaCoRpArAaPaLaVrAsAuDaDe


Sirvo-te o meu sangue num nó
Carregado de toda uma história só
Um caminho feito vento, feito pó
No sufoco de uma nova tempestade...
Tem de novo essa teia que se tece
Queimando a pele como uma prece:
Uma outra cor para a palavra saudade.

Agora que o futuro não regressa
Que o chão é a tua imagem sempre à pressa
Carregado de sons e de um cheiro que me atravessa:
Partos com dor entre o que foi e o que fica...
Assim aperta-se o grito contra o peito
O sorriso de menino forte e desfeito
A ternura na raiva onde me deito:
Que de mim nada deste suor se vê e explica.

Porquê, assim, outra vez, novamente e sempre de novo?
Uma espécie de estuário onde morro e chovo
Sem sequer lamber a lágrima que mordisco e provo
Como se fosse abutre de cada pedaço da minha própria mó...
Porquê, então, esta paralesia, este apagão sem forças e dorido?
Uma fuga num beco escuro e demasiadamente perdido
Longe de tudo o que tenho e é mais querido
Porque te sirvo o meu sangue num nó...

29 de dezembro de 2009

rEpEtIçÃo


Para onde me leva este caminho
Feito muro dentro da solidão
Arrancado às voltas neste vazio de tanta inquietação
Que me canta e adormece,
Me mata e engrandece,
Que desta morte em colcha de linho
Se sufoca a alma, sem que páre o coração?

Para onde me levo eu, turvo em desalinho
Cansado, isolado, desassossegado por todo o lado
De palavras tão iguais e verso já pisado
Que assim me maço e deixo cair
Sem dó, sem história ou até porvir
Que desta morte em horizonte, como um espinho
Sangra demais, no silêncio do meu fado?

Para onde é a vida, se a canto tão sozinho
Sem o teu braço no meu peito
Ou apenas um beijo mesmo imperfeito
Uma lágrima de nos cobrir o amor
Uma promessa mais, de sonho e calor
Que desta morte, sabe também o meu ninho?
É tempo de refazermos os passos e o leito!

28 de dezembro de 2009

c0rReNtEdEmIm


Corrente de mim, o tempo, canta

Grita-me o sangue e eu nem sou cantor...

Corrente, assim, um rio, manta

De me aquecer em pedaços de amor
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Corrente de mim, o tempo, ama

Inquieta-me os versos e eu nem sou amante

Corrente, assim, mesmo poeta que inflama

O tempo, esse, que vai sempre mais adiante
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Corrente de mim, o tempo, mãe

Aleita-me a pele e eu nem sou semente

Corrente, assim, como quem se alimenta também

No encontro brutal das solidões de toda a gente

27 de dezembro de 2009

oSaBoRdEnÓs

Ao meu amigo, Zé Manel, que a mim se juntou... ao sabor de uma canção:


"Fecha os olhos. Porque te quero chamar irmão."
Assim, a minha voz canta o teu abraço
Já cheio de vida e perdido no cansaço
Tão cheio de gente e encontrado no regaço
Que o tempo juntou ao sabor de uma canção.
*
"Fecha os olhos. Porque te quero chamar irmão."
Assim, um rio feito ternura correndo em chama
Na poesia e no passo certeiro de quem ama
Na força que de dentro nasce e inflama
O tempo assim nos juntou, ao sabor de uma canção.
*
"Fecha os olhos. Porque te quero chamar irmão."
Assim, um futuro de luta e calor nunca mudo
Pode ser a revolução a que se chama amor desnudo
Ou mesmo um nada para se construir um tudo
Onde o tempo, afinal, sempre nos juntou, ao sabor de uma canção.
*
"Fecha os olhos. Porque te quero chamar irmão."
Cantemos, pois, de mangas arregaçadas
De colete e chapéu e vozes nunca acorrentadas
A não ser de petiscos e saudades camaradas
Que do tempo fazem cada sabor da nossa eterna canção!

25 de dezembro de 2009

sEnTa-TeÀmEsA


Senta-te à mesa e come do meu pão
Pede mais um copo de vinho e solta uma gargalhada
Estar aqui é mais que um soneto ou canção
Mais que um plano centenário ou jornada
É querer saber da vida e dar-se ao abraço
É ter em cada novo gesto uma outra pose para o cansaço
É querer que o carinho se refaça a cada instante
É ter a certeza que o mundo circula adiante
Mesmo na podridão do que vemos e deixamos passar...
Natal é um retalho do que somos sem pensar.

Senta-te à mesa e arrota
Fuma mais um cigarro dos teus e pede-me um beijo
Afinal, estar aqui é uma sorte e não uma derrota
Uma mesa assim, com pão, vinho e queijo
E mais as outras migalhas que cuspimos gestos fora
Porque estamos sós, nos aturamos e não vamos embora
E mais as feridas das revoltas e as rugas do tempo que passa
Porque estamos aqui, como quem sorri de prazer à desgraça
E mais se cala, e mais escreve e mais se faz pasmar
Que retalhos somos nós, que vivemos sem pensar?

Senta-te à mesa, minha mãe. E deixa-me chorar cada pedaço da minha morte.

24 de dezembro de 2009

sÓsElEmBrAmDeTiNoNaTaL


Já te chamaram irmão
Te deram sopa e pão
Por entre o corpo que treme de frio...
Já te perguntaram pelas rugas
Como quem evita todas as fugas
Do tempo e do desvario...
Já te sorriram à vez
Num abraço sincero talvez
De matar aos poucos uma vida que existe...
Já te cobriram de mantos
Pequenos gestos ou quem sabe tantos
Na fogueira que não queima o teu olhar triste...
Já te cantaram e te esqueceram como quem respira
Sem a noção que tudo o que fazes transpira
Do suor da sobrevivência e da luta...
Já te partiram ao meio a sorrir
Te lavaram o corpo sem o sentir
Te chamaram amor e filho da puta...
Já quiseram a tua morte ou quem sabe nunca te ter conhecido
Nos carris de uma existência entre o ser e o ter sido
Em frente ao mundo, grito pedestal...
Já te deram a raiva embrulhada em ternura
Um pouco de compaixão, mas daquela que nunca cura
Porque só se lembram de ti no Natal...

23 de dezembro de 2009

0mEuLuGaR


O meu lugar vive na solidão.
No quarto escuro do que penso e quero.
Assim, aprisionado neste derradeiro turbilhão
Sou eu mesmo que me mato e desespero

O meu lugar vive no desejo.
No brilho cegante do que escrevo e grito.
Assim, no desenho de mais um abraço, de mais um beijo
Sou eu mesmo que me mato e me quedo aflito

O meu lugar vive na voz
No salto mais alto do poema e da loucura
Assim, na tempestade de um rio feito à foz
Sou eu mesmo que me mato à porta da ternura

O meu lugar é o vazio.
No verso penetrante da sedução e da embriaguez.
Assim, na ferida peregrina da procura e do cio
Sou eu mesmo que me mato e nada se fez

Nada de mim, da minha história ou do amor que se perdeu.
Nada de ti, do teu passo certo, como se certo fosse tudo o que morreu.
Nada de mim, do meu avanço, lágrimas, corpo despido que se desejou.
Nada de ti, solta num futuro preparado para uma arquitectura que ainda não se soltou.
Nada de mim, desespero que se cansa e cansa na espera de um sono por sonhar.
Nada de ti, que te escondes atrás da régua e te perdes para sempre no meu lugar.

O meu lugar vive em mim.
No Sol e na janela aberta onde cantamos o amor e a despedida.
No fruto que renasce enfim... por fim... assim...
Que sou eu, na morte que grávida me volta a possuir a vida!

22 de dezembro de 2009

lÁgRiMaSeLoUcUrA


Vem. Sabes tão bem como eu o peso dos silêncios. Sempre existe o sempre nos nossos beijos. Sempre existe este sempre no desejo dos tempos. Sempre existe um novo sempre de cada vez que o vento pára. E assim nos deixamos ficar entre as lágrimas e a loucura!

21 de dezembro de 2009

Dá-Me0tEuSiLêNcIo

Dá-me o teu silêncio...
Essa cicatriz em nós guardada.
Como quem sabe que se chora de noite
Para se sorrir de madrugada
Dá-me o teu silêncio...
Potente e cruel manto de gritos.
Como quem adormece na lava do tempo
E acorda nos sonhos mais interditos
Dá-me o teu silêncio...
Diz-me tudo o que é teu.
Sabes bem que dos passos da tua voz
Invento um manto que faço só meu

20 de dezembro de 2009

aDiAnTe


Sinto-te perto mas longe.
Como se o rio me olhasse e sorrisse.
Sinto-te perto mas longe.
Vento forte que tudo em nós cobrisse.
Sinto-te perto mas longe.
Na viagem de voltar e ninguém disse.
Sinto-te perto mas longe.
Solidão que me mata por amor e tolice.
Sinto-te perto mas longe.
És meu manto mesmo de sonho e ventura.
Sinto-te perto mas longe.
No vazio das ruas sedentas de ternura.
Sinto-te perto mas longe.
Que o tempo adiante é fogo e água pura.
Sinto-te perto mas longe.
E assim espero como quem sabe e procura.
Sinto-te perto mas longe.
No caminho que piso de flores e mar.
Sinto-te perto mas longe.
Mistério de mim que não quer acordar.
Sinto-te perto mas longe.
Poema eterno que renasce no toque do meu cantar.
Sinto-te perto mas longe.
No silêncio de ti que me faz cair para voltar a andar.

18 de dezembro de 2009

oLhArVaGaBuNd0


Não me cantarás na noite o teu silêncio...
O amor é um grito em brasa no peito
Mesmo que os ventos se levantem
Saberemos calar em nós cada segredo das memórias...
Não me cantarás palavras roucas e frescas...
Forte a tempestade do olhar vagabundo
Colorido de tanto sabor a nós
Que deste leito guardo sempre o cheiro
Que da noite... sou suspiro de morte.

17 de dezembro de 2009

dEiXa


Deixa que o meu rio se faça colo
Uma dor de embalar por dentro e por fora
Um calo demasiado fundo para se ir embora
Como se fosse também felicidade...
De amor também se chora!

Deixa que o meu rio se faça mar
Uma pele que arde sempre sem ter hora
Quando tudo passa e o tempo se demora
Como se fosse também felicidade...
De amor também se chora!

Deixa que o meu rio se faça ventre
Um punho de raiva que ao destino implora
Todos os minutos do teu abraço agora
Como se fosse também felicidade...
De amor também se chora!

Deixa que o meu rio se faça morte
Este luto sangue meu de te ter aurora
E de te amar assim por esta vida fora
Como se fosse também felicidade...
De amor também se chora!

16 de dezembro de 2009

SeMtìTuLo


Corre, dança, salta, solta, canta, molha, engole, fica, deseja, arde, perde, volta, cala, abraça, entra, curva, esquece, procura, beija, chama, sente, espera, fica, trinca, explora, queima, adormece, pede, olha, toca, diz-me, pergunta, marca, grita, chora, amanhece, faz, dorme, pára, sonha, provoca, ama, experimenta, anda, mergulha, despe, dá, prende, escreve, escreve, escreve, escreve, escreve...

pEqUeNaPaNtErAePeQuEn0pRíNcIpE

Se eu fosse verdadeiramente mágico, levaria esta história no vento até não poder mais.
Sem me cansar nunca!
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Pequena pantera, para onde olhas tu?
Para o fundo dos teus olhos, à procura de ti...
Pequena pantera, porque gostas do silêncio?
Porque é a tua voz a cantar...
Pequena pantera, porque te escondes na noite?
Para te seguir e te poder alcançar...
Pequena pantera, porque estás tão quieta agora?
Para não te assustar...
Tens medo de me assustar, é?
Sim. As panteras podem ser ferozes...
E tu podes ser feroz também?
Achas?!!!! Eu sou... a pequena pantera!
Ah... Então assim contigo não sinto o medo...
Ó mãe, o que é o escuro?
Nos teus olhos há a luz de me aconchegar os sonhos...
Ó mãe, onde está o lobo?
No teu rugir está o grito de me sossegar os sonhos...
Ó mãe, quem vem aí?
Nos teus passos há os abraços de me esconder...

Pequeno príncipe, porque choras tu?
Porque tenho um rio dentro do peito...
Pequeno príncipe, porque sorris tanto?
Porque tenho o amor dentro do peito...
Pequeno príncipe, porque me encantas?
Porque sou poeta também.
Pequeno príncipe, porque estás em todo o lado?
Não estou em todo o lado. Tu é que me vês sempre...
Pequeno príncipe, porque tenho saudades tuas?
Porque é bom!
Pequeno príncipe, podes ficar sempre assim?
Sabes que sim. Os príncipes das histórias nunca mudam!
Raio de pergunta!!!!!

15 de dezembro de 2009

SeFoReSaPaRiS


Se fores a Paris
Diz ao Sena da minha tristeza.
Conta-lhe as coisas que fiz
Mostra-lhe a cor da minha mesa
Do meu leito ou regaço.
Se fores a Paris
Conta-lhe que as coisas que faço
São da magia do nosso amor
Do ventre e do teu calor
Onde choro e rio também.
Se fores a Paris
Lembra-te da minha mãe.

Se fores a Paris
Diz ao Sena da minha voz.
Conta-lhe que ainda sei ser feliz
Como um rio junto da foz
Da margem ou da fonte.
Se fores a Paris
Deixa-te ficar numa ponte
E lança os teus olhos na corrente.
Cada lágrima passará junto dos cais
Para te cantar mais e mais
Aquela dor que ainda se sente e sente
E que teima em não ser cicatriz...
Se fores a Paris
Procura a minha morte no passeio junto ao rio
Essa é a minha história, o meu fio.
A passagem entre o cá e o lá
Essa terra que não há
Ou a que teimosamente me diz:
Pára de chorar e canta
Deixa que quando for a Paris
Deitarei o teu sangue como uma manta
Sobre o espelho do teu passado
Esse que te consome por todo o lado
Que te fala verdade e que te mente
Que se confunde com o presente
Ou que te fecha os punhos em luto puro
Só porque ainda não alcançou ou futuro
Ou tudo o mais que se pode dizer de quem
Traz no ventre a sua própria mãe
E grávido de muito, te grita num beijo doce
Vai a Paris como se fosse
Fazer amor por todo o lado
E depois, de mansinho e sem perguntar
Adormece o meu desassossego acordado
Para finalmente eu poder regressar...
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Tinha de ser magia. Porque Paris é magia. Obrigado, Andreia, pela fotografia.


13 de dezembro de 2009

nUnCaTeCaLeS


É com este poema que fiz para a minha recente amiga Joana que gostava de homenagear todos os que têm estado a meu lado. Ontem foi mais um dia desses, que nunca mais esquecerei. Obrigado a todos. Um beijo especial à Maria e ao Zé Manel, que me brindaram mais uma vez com a sua ternura, a sua voz e a sua intensidade!
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A força da tua voz é um passo de bailarina
O sorriso de dar um beijo
O olhar de eterna menina
Um rio que corre, pode ser o Tejo
Um mar que dorme, pode ser o amor
Um canto de ave, no vento, a nu.
A força da tua voz és tu!

A força da tua voz é um grito de fera
As rugas do tempo e da luta
A chaga que abriu uma nova Primavera
Um trovão, a lágrima enxuta
Uma onda, sémen e gravidez
Um corpo que ama, nu.
A força da tua voz és tu!

A força da tua voz é um laço
Feito de ternura e vontade
Carregado deste poema que faço
Direitinho ao teu colo de amizade
Pode ser novo, de mansinho
Uma revolução permanente, a nu.
A força da tua voz és tu!

12 de dezembro de 2009

dAsPaLaVrAsQuEn0sUnEm

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Por cá me vou encontrando
Nas palavras de nos unir
Do sonho que temos a nosso mando
Só mesmo verso, amor e porvir
Para nos deixar viver mais um pouco
Que de tanto gritar me sinto rouco
Que de tanto cantar me deixo louco
Que de tanto existir vou caindo mouco...

Por cá nos vamos tendo
Das palavras de andar à deriva
Na procura de nós, na tortura de ir sendo
Versos simplesmente de dor cativa
Só mesmo agora o tempo se enterra
Só mesmo na hora de tudo que encerra
No céu, no mar e na terra
No vento da paz, no fogo da guerra...
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18 de Novembro de 2006, o início...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...