9 de novembro de 2015

BuRaCo

Como nesse dia em que me deitei ao mar e tu te deixaste secar em lágrimas. A minha vida navegou pelas ondas dispersas e livres. O meu sonho fez-se marinheiro na vertigem das incertezas maiores. O Sol, no seu ritmo divino e meticuloso, fazia questão de me lembrar o passar dos tempos...

30 de outubro de 2015

AuSêNcIa

Se os meus passos estão
Se os meus olhos vão
Se a minha pele é essência
Carrego-te comigo seguro
Forte como uma raiz num muro
Solto como a cor da tua ausência

Se as minhas mãos apertam
Se os meus gritos alertam
Se o meu beijo é pura demência
Embriago-me na saudade de ti
No teu cheiro ainda aqui
Solto como a cor da tua ausência

Se os meus sonhos cantam
Se os meus dias se espantam
Se tudo é morte e existência
Choro cada minuto mais
De todo o tempo em que te vais
Solto como a cor da tua ausência

6 de outubro de 2015

LiBeRdAdE

Existem no fundo de cada história
Os maiores mistérios.
Monstros e fadas
Gnomos e palhaços
Tesouros imensos!
Basta ir.

22 de setembro de 2015

SeDuÇã0

Que da flor todo o mel em lábios húmidos
Que do prazer a grande e mágica noite
Que de mim o teu corpo...
Que de mim o teu corpo...
Que do prazer a grande e mágica noite
Que da flor todo o mel em lábios húmidos
Que da flor todo o mel em lábios húmidos
Que do prazer a grande e mágica noite
Que de mim o teu corpo...
Que de mim o teu corpo...
Que do prazer a grande e mágica noite
Que da flor todo o mel em lábios húmidos
Que da flor todo o mel em lábios húmidos
Que do prazer a grande e mágica noite
Que de mim o teu corpo...
Que de mim o teu corpo...
Que do prazer a grande e mágica noite
Que da flor todo o mel em lábios húmidos
Que da flor todo o mel em lábios húmidos
Que do prazer a grande e mágica noite
Que de mim o teu corpo...
Que de mim o teu corpo...
Que do prazer a grande e mágica noite
Que da flor todo o mel em lábios húmidos

21 de setembro de 2015

mIgRaDo

Serve o nome cravado na testa para entrar na grande cidade. Serve o cheiro podre e o ar desgraçado. Servem os bolsos rotos. Serve a barba selvagem. As unhas disformes. Serve o olhar cruel. Serve a mão pesada e rude. Serve até a voz assustadora. Servem os sonhos?

10 de setembro de 2015

rEs0lUçÃo

Um dia o Vagabundo resolveu adormecer e esquecer o tempo. Ficou-se pelo silêncio, pelo caos, pelo ramo, pela pedra. Nada mais lhe interessou que não fosse ficar. E porque ficando se deixou ficar encontrou a sua forma de estar.

1 de setembro de 2015

CuStA(15aGoSt0)

Custa estar. Custa a pergunta. A resposta. A nuvem que o vento revela. Custa cada palavra antiga. O som dos dentes e o olhar de sorriso único. Custa estar. Tanto. Que a saudade é uma gravidez eternamente moribunda. Moribunda eterna é gravidez na saudade. Tanto. Estar custa. No único sorriso de olhar e o som dos dentes. Antiga a palavra que custa. Cada. E o vento revela a nuvem. A resposta. A pergunta custa. Estar custa. Custa estar. Custa a pergunta. A resposta. A nuvem que o vento revela. Custa cada palavra antiga. O som dos dentes e o olhar de sorriso único. Custa estar. Tanto. Que a saudade é uma gravidez eternamente moribunda. Moribunda eterna é gravidez na saudade. Tanto. Estar custa. No único sorriso de olhar e o som dos dentes. Antiga a palavra que custa. Cada. E o vento revela a nuvem. A resposta. A pergunta custa. Estar custa.Custa estar. Custa a pergunta. A resposta. A nuvem que o vento revela. Custa cada palavra antiga. O som dos dentes e o olhar de sorriso único. Custa estar. Tanto. Que a saudade é uma gravidez eternamente moribunda. Moribunda eterna é gravidez na saudade. Tanto. Estar custa. No único sorriso de olhar e o som dos dentes. Antiga a palavra que custa. Cada. E o vento revela a nuvem. A resposta. A pergunta custa. Estar custa. Custa estar. Custa a pergunta. A resposta. A nuvem que o vento revela. Custa cada palavra antiga. O som dos dentes e o olhar de sorriso único. Custa estar. Tanto. Que a saudade é uma gravidez eternamente moribunda. Moribunda eterna é gravidez na saudade. Tanto. Estar custa. No único sorriso de olhar e o som dos dentes. Antiga a palavra que custa. Cada. E o vento revela a nuvem. A resposta. A pergunta custa. Estar custa. Custa estar. Custa a pergunta. A resposta. A nuvem que o vento revela. Custa cada palavra antiga. O som dos dentes e o olhar de sorriso único. Custa estar. Tanto. Que a saudade é uma gravidez eternamente moribunda. Moribunda eterna é gravidez na saudade. Tanto. Estar custa. No único sorriso de olhar e o som dos dentes. Antiga a palavra que custa. Cada. E o vento revela a nuvem. A resposta. A pergunta custa. Estar custa.

14 de agosto de 2015

LeItOdEd0r

Já o leito é berço de dor
Já o tempo, um vulcão
Cada segundo, arde o coração
De me perder por dentro, em amor

Fico fraco, pesado amante
Sem o sorriso do futuro
Sonho o toque do vento puro
Nesta rouquidão que trago errante

Até quando, o cansaço?
O longo trago de ser assim
O corpo, que morre em mim
Neste caminhar, neste traço...

11 de agosto de 2015

QuEmDeRa

Foi no jardim dos canteiros em flor
Que se perdeu o meu passo
Onde desaguei o cansaço
Tudo o que tenho e traço
Em verso quente que transpira amor

Fugi tanto tanto que mal sei
Os caminhos que fiz
Se choro ou sou feliz
Até morri por um triz
Tudo o que grito e cantei

Quero o sossego das águas transparentes
Numa calma de ternura e mão
No toque forte do coração
Que sabe demais o sim e o não
O refúgio perdido dos lugares errantes 

Um dia, na planície serena da espera
Na cabana limpa de luz
No conto que sempre seduz
Nos corpos nossos, nus
Quem dera, quem dera...

10 de agosto de 2015

qUaLqUeRdIa

Qualquer dia talvez seja amanhã
Quem sabe, um outro rio corresse
Na perdição que me consome em cada manhã
De um sonho onde tudo se perdesse
Qualquer dia talvez seja hoje até
Num outro caminho, grito enfim
Das noites que são a garganta de tudo o que é
De tudo o que começa e tem um fim
Qualquer dia, na morte talvez
Na encruzilhada que me assalta em turbilhão
Como se vai, chegando a sua vez
Como fica, em modo inquietação

6 de agosto de 2015

aRrUmAçÃo

O corpo cansava-lhe em pesadas lágrimas de tempo. Custa arrumar os papéis. No entanto, decidido, o pequeno vagabundo desejou não pertencer a lado nenhum.

30 de julho de 2015

dEcIsÃo

Pego na tua mão e o cheiro invade-me. Sinto a pele efevrescente e carregada de história. Ainda sei do aconchego nos meus cabelos, da voz na minha saudade e do passo certo. Porque é que a vida teima em lembranças? Diriam que é bom, que cura, que é uma forma de eternidade... Não me convenço muito. Porque o teu estar ou não estar era uma decisão tua; não minha.

28 de julho de 2015

nEgRo

Clara a manhã pesada do presente. Rasgo de lágrima, pele ausente. Silêncio o tempo negro do futuro. Liberdade presa atrás do muro. Jardim de amor forte de sorrir os dias? As minhas mãos estão vazias... O teu corpo é-me desejo suado. O teu abraço saudade em tom cansado. A tua voz, sangue corrente. Eu, torrente. Entre brisas e ventanias. E as minhas mãos vazias...

17 de julho de 2015

iNuNdAçÃo

Não há volta a dar. Existem demasiadas palavras para tão pouco coração. Serve-nos de consolo e ilusória felicidade. Temos de entender os silêncios: saber de cada respirado sopro o seu aroma. Só assim saberemos regressar da inundação.

15 de julho de 2015

SaBeDoRiA?

Já os meus passos me cansam
Já a minha voz se não ouve
E neste respirar se sufoca o presente
Para que um futuro endoideça!

8 de julho de 2015

nÃoDiA

Quando a madrugada vem no silêncio dos teus passos, o ar fica-me em sufoco; a alma numa chama viva. Onde está o sol, se não me dás o teu sorriso? De que vale nascer para logo morrer?

7 de julho de 2015

oNdEm0rAaEtRnIdAdE?


Onde mora a eternidade?
No peito dos poetas...
Na alma dos amantes...
Na calçada mais sensata da cidade?
Onde mora a eternidade?
Na agenda do sol...
No volante urgente...
Na memória de cada idade?
Onde mora a eternidade?
Nos gritos soltos...
Nas canções...
No desejo forte, na vontade?
Onde mora a eternidade?
Na faxina de olhos fechados...
No labor de um orçamento...
No peso louco da realidade?
Onde mora a eternidade?
No amor que se faz...
Nos leitos carregados...
No abraço de cá da felicidade?
Onde mora a eternidade?
No que faço...
No que penso...
No que quero...
No que sinto...
No que encontro...
No que procuro...
No que perco...
No que conquisto...
No que cuido...
No que invento...
No que passa...
No que fica...
No que existe...
(mesmo que triste)
No que os meus lábios derretem para construir paredes e castelos por entre os canteiros que surgem mesmo que por vezes não se tenha a devida atenção de perceber que para além, muito para além de cada segundo da identidade mora toda a minha eternidade!


8 setembro 2011

SuFoCo

Ousa entrar no meu corpo e dançar
Procura um cantinho doce e abraça
Se for preciso, fá-lo a gritar.
Mas entra. O tempo é um rio que nunca fica. Passa.

Arrisca pegar na minha pele e morder
Abrir e arrancar cada poro do meu grito
Se puderes, chega também de mansinho ao amanhecer
Para que acorde leve e me perca em tudo o que acredito.

Volta se fores. Não leves nada contigo
Sabes que este leito é verdade
Se entenderes, poderás abrir finalmente o abrigo
Com que a minha vida respira a eternidade

6 de julho de 2015

GrAnDe

Ai tão grande é o meu senhor
Que tantas coisas já fez!
- Será que já conheceu o amor
E que entendeu a sua pequenez?

Ai tão grande é o meu senhor
Que maravilha a sua presença!
- Será que se dá bem com o sabor
Da não tolerada indiferença?

Ai tão grande é o meu senhor
Que honra tê-lo aqui comigo!
- Será que se dá bem quando o clamor
Lhe lembra algum pensar antigo?

Ai tão grande é o meu senhor
Que simples o seu abraço!
- Será que sabe o real valor
De tão cego cansaço?

Ai senhor, é mesmo grande a tua grandeza
E já nem sei mais adjetivo
- Olha diz-lhe que seria bom ter a certeza
Que o nosso tamanho é relativo!

1 de julho de 2015

LáGrImA

Pode ser que um dia as nuvens me tragam o teu sorriso, branco e puro, numa qualquer brisa junto ao mar e à vida. Espero-te. Com todo este olhar aberto e atento, para te mostrar o mundo todo. Em amor, canto e poesia. Existir é isso. Saber olhar o céu e sonhar. Conseguir pisar o chão e rir e chorar e ser.

29 de junho de 2015

Resolve cada esquina da cidade
Com as unhas vermelhas dos pés
O decote firme e belo
Na força do teu sorriso luminoso
O corpo sedutor
Que por dentro, é outro mundo
A parte do chão, das flores
Que dão cor, cheiro e sustento à cidade
Tu,
Tens tudo em ti.

28 de junho de 2015

cErToÉoSiLêNcIo

Certo é o silêncio das paredes brancas.
O que deixamos dentro, moribundo...
Já nem sabemos as cores com que o mundo
Protege as dores que nem cobres, nem arrancas!
Fico-me na podridão dos sonhos passados
Nos beijos e desejos ultrapassados
Quando tudo era flor, ar e canção.
Quando tudo era paixão...

Certos são os dias por inventar.
Se perdemos tanto, em múltiplas distrações...
Já nem sabemos as vozes que nos levam as canções...
Caminha erguida, que a vida é para se agarrar!
Eu...
Fico-me no delírio embriagando qualquer nudez
Que em mim me aumente esta cruel pequenez
Que é ter lágrimas como um rio.
Que é desaguar e morrer, vezes a fio...

26 de junho de 2015

SuSsUrRo

O que faço se a saudade me devora? Se me consome, volta, vai embora, regressa, de repente ou com pressa, não passa, desgraça que é esta dor de tanto calor a escorrer e este querer às vezes pesado de um lado e do outro lado de mim que não existe fim quando assim se ama e por isso é tamanho o desejo que chama e te diz, forte, baixinho e, bem lá no fundo (acredita), feliz, no sussurro mais antigo: não pares de sorrir e vem fazer amor comigo.

21 de junho de 2015

MoViMeNt0

São de pés e rugas os caminhos
De sal e sangue
O calor é em demasia
Mas nada fica na mesma
Quando a história avança.

18 de junho de 2015

DaSpAlAvRaS

Não existem silêncios nas palavras
Talvez as facas
Os beijos
Ou sonhos
Que palavras soltas são ventanias
Correntes dentro
Presas a tudo o que se liberta
Da ternura e da raiva dos dias...

14 de junho de 2015

LoUcUrA

Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu. Vou. Por onde o tempo não escolhe. Fico. Perto demais. Grito. Porque há em mim um rio. Chovo. Dentro de cada segundo. Canto. Sempre. Morro. Para nascer. Dou. Só assim sei ser. Chamo. De reclamada existência. Enlouqueço. O corpo. A alma. Eu.

aDoIs

Rasga-me a pele no nosso desejo ardente
Leva-me ao sabor desta magia quente
E depois adormecemos...
Sabe bem o tempo de se dar assim
Aguarela de vida que guardo em ti e em mim
Em tudo o que somos e fazemos.

Não me proíbas do prazer da loucura
Mesmo em tom de animal doçura
Quero ser liberdade em ti.
Abraça-me sempre que o frio arrase
Sorri ao passo pesado, mesmo que se atrase
Para que nunca se cante a perda de estar aqui.

QuAdRaSs0lTaS

Parti o presente aos bocados
Com a dor do que se sente
São vorazes os passados
Em forte presença presente

Calculo o futuro talvez um dia
Se cimento, amor ou vadiagem
Eu sei que serei pó e ventania
Barco, maré e viagem

Dou-me ao passado outra vez
Para sentir o peso de ser agora
E morro na vida que nasce talvez
Que fica, que volta e vai embora

São assim as perguntas tais
Que me navegam por onde vou
E entre o mar alto e o cais
Ainda hoje mal sei quem sou

3 de junho de 2015

Nã0oLhEs0mEuSoRrIs0

Não olhes o meu sorriso assim
Não procures a memória e esse cheiro
Vezes sem conta que chove em mim
O desencontro de um nascer derradeiro
Não me olhes, não!
Que carrego todo o mar que dentro existe
Perdido na corrente e quem sabe na ilusão
De saber-me o tanto que é ser-se triste
O tanto que é ser amor e dor
O tanto que se encostou num fim.
Não olhes o meu sorriso assim...

Por favor.

23 de maio de 2015

iR

.
.
.
Não me cumpre a vida. Talvez uma minúscula poeira à espera de voar. Vivo nas margens de mim próprio e dos outros. Um dia "hei-de-me" perdoar...
.
.
 

16 de maio de 2015

sAnGuEeViDa

Das flores do tempo, um sorriso
Das histórias todas, a vida
Eu e nós, num abraço conciso
Neste sangue onde ninguém se duvida

Cada passo, uma gargalhada mais
Mesmo em lágrima surgida
Entre o hoje, se vens ou se vais
E nós, o sangue da minha vida

Cada ausência, um aqui estar
Eterno regresso, em flor colhida
Deste feliz abraço, um dançar
Brilho e sangue da minha vida

Não me perco na imensidão
De todas as dores ou desventuras
A minha vida, sangue no teu coração
O meu peito, fonte de amizades puras

11 de maio de 2015

DeUmAaLmA

Foi nas margens da amargura
Que encontrei o teu fado
Um enorme grito abençoado
Feito da tua alma mais pura
Foto de Mário Almeida

Sinto-te nesse sorriso que dura
Na corrente do teu cantar
E de novo te vejo passar
Nas margens da (tua) amargura

Quando por vezes já cansado
Por dentro do que não se vê
Se procura então o que se lê
Encontro (assim) o teu fado

Deixo-me então desse lado
Como quem adormece por fim
De um anor que há em mim
Um enorme grito abençoado

É por isso, amiga de tanta candura
Que te chamo para a eternidade
No teu desejo de vida e verdade
Feito da tua alma mais pura







5 de maio de 2015

sAuDaDeMaRiA

Belas as flores que nos cobrem este fado
Altas as vozes dentro dos dias quentes
Regresso sempre aos versos presentes
Sempre que me deixo adormecer no passado...

Cheirosas e únicas, no encalço de um vento puro
Como quem grita forte o tempo a passar
Regresso sempre na embriaguez de mim e volto a chorar...
Quando me perco nos labirintos do sonho e do futuro

Hei-de agarrar o fio daquela história de amor
Onde o beijo é o fruto mais doce da eternidade
Regressarei para te ouvir sussurrar a alegria e a aMizade
 A cada passo onde me invento novamente poeta e cantor...

Sei-te, soube-te e quem sAbe um dia te sabeRei
Já cantei o teu nome vezes sem conta, em enorme comunhão
Por Isso regresso-me nas ausências do teu coração
CArregado deste abraço que tanto abracei...

4 de maio de 2015

LáDoCiMoDeMiM

Lá no cimo de mim
Vejo
O poema e o amor
A maré e o chão
Os escondidos amantes.
Lá no cimo de mim
Já nada é como dantes.

Lá no cimo de mim
Vejo
Outra noite e o passo
A relva e a nuvem
As mentiras verdadeiras.
Lá no cimo de mim
Já larguei das canseiras.

Lá no cimo de mim
Vejo
Cada sonho, o vento!
O desejo e a cachaça
As labirínticas falésias e o escudo.
Lá no cimo de mim
Já perdi. Tudo.

19 de abril de 2015

aPaLaVrA

Inicia-se, de novo, a palavra.
A que serve de consolação
A que cega na sua ilusão
A que não se ousa calar
Ingénua, de tanto (se) arriscar.
Dignidade. Safira.
A palavra serve a verdade
Tanto como serve a mentira...

13 de abril de 2015

UmDiA

Um dia vou desaguar no infinito. Desfazer-me num eterno grito que ecoará tão longe e tudo se perderá. Um dia assim será.
Um dia vou arrancar-me numa onda o que dói no amor. Ser espuma no céu e pincelada do pintor. No poema que ainda não se fez. Um dia talvez.
Um dia não existo. O meu corpo, a minha alma. E a minha alma dirá que resisto. E por isso a corrida. Um dia, a minha vida!

8 de abril de 2015

MáRi0aUgUsTo

Chove a lágrima que lavra a terra. Sustenta-se a árvore, respiração da vida. A luz do teu sorriso abraçou mais uma vez. E deixei-me adormecer no som do teu canto...

6 de abril de 2015

aRuìNa

A ruína é uma casa bonita
Bem arrumadinha e com as janelas abertas
A ruína é o cheiro a podre
Que sai das palavras certas...

A ruína é um cesto de fruta
Colorido, vistoso que abre o apetite
A ruína é o passo dado
Numa solidão sem convite...

A ruína é o sorriso sincero
No leito aconchegado da magia
A ruína é o que se faz
Na luta do dia-a-dia...

A ruína sou eu, aqui parado
Como se a morte fosse assim...
A ruína é o grito no peito
Que, na vertigem, me devolverá o fim.

mUsA

Que pedaços leva o mar dos pensamentos do amor? Quantas praias, leitos e caminhos sangram o seu fervor? Ai, bela musa da minha existência... és natureza em mim!

5 de abril de 2015

HoMeMdAiLhA

Existe um homem na ilha
Que tem nos olhos um amor e o mar
Que tem nos versos o seu cantar
E que nunca desiste dos passos
Existe um homem na ilha
Cheio de sonhos e cansaços...
O meu amigo da ilha
Tem voz de verso e ternura
Em cada abraço fonte de sorte pura
Sem desistir nunca e saber
O meu amigo da ilha
Cheio de sonhos a acontecer!

4 de abril de 2015

mAiSuMaSaUdAdE

Pode a Pequena Pantera sobreviver aos sonhos? 
- Podes, claro. As janelas deixam sempre passar a luz do sol.
Pode a Pequena Pantera saboreiar o aroma das flores?
- Podes, claro. O vento é o manto colorido do tempo.
Pode a Pequena Pantera cantar?
- Podes, claro! O teu coração tem o brilho dos teus olhos.
Pode a Pequena Pantera saltar e dançar?
- Podes, claro. Basta o abraço do Pequeno Príncipe.
- Onde estás, Pequeno Príncipe?
- Aqui. Sempre estive aqui. Nunca saio daqui...

31 de março de 2015

FuGa

... Foi então que o Pequeno Príncipe resolveu perder-se. Procurou um jardim que fosse suficientemente grande e belo ao mesmo tempo. Depois afundou-se no calor dos cheiros e das cores. Sem se preocupar com o caminho de volta.

26 de março de 2015

CoMpReEnSã0

Quando a andorinha encontra o pardal pergunta-lhe porque razão deixou de cantar tanto. O eterno cantor, de lágrima no peito, responde que a vida nem sempre o deixa livre. Então a andorinha disse que adoraria ter uma casa bonita.

25 de março de 2015

ÚnIc0m0mEnTo

Assim, aos pedaços se pode renascer
Do fundo de um cansaço ou embriaguez
Por dentro de nós, em tudo o mais ser
É verdade: só se vive uma vez...

Podemos cantar o quanto ainda somos
Na dança que o corpo tem, que o sangue fez
Por dentro de nós, em tudo o mais pomos
É verdade: só se vive uma vez...

Rasgamos o tempo de inventar a vida
Procura-se a alma na sua mais bela nudez
Por dentro de nós, na pele endurecida
É verdade: só se vive uma vez...

Nessa única passagem em nossa defesa
Vamos dizendo tão bem, talvez
Que também temos a certeza
Que da mesma maneira, só se morre uma vez...




Desenho "roubado" ao António Procópio


24 de março de 2015

hH

Que da vida pouco sobra... Seguramente o tempo que se fez ou os amores. O mar das lágrimas nas dores e as palavras todas de circunstância agora. O orvalho e o sol posto. Talvez se lembre um verso ou outro. Na reexistência forte da eternidade.

23 de março de 2015

rEgReSs0

Como se o tempo fosse a dança
Por onde se inventam todas as histórias...
Como se tudo fossem apenas memórias
embebidas em tecidos de dor e esperança

Como se o tempo fosse o grito
Feito mar a cada nova passagem...
Como se tudo fosse sempre viagem
Que de mim resta este poema aflito

Como se o tempo fosse o amor
Do nosso amor eterno e forte...
Como se o meu corpo soubesse matar a morte
E eu, pobre amante, a madrugada em todo o seu esplendor

16 de março de 2015

eMsAuDaDe

Hoje vou adormecer na saudade
Aconchegar-me nos silêncios da tua voz ausente
E depois, por entre os lençóis de um amor ainda quente
Adormecer as luzes que se apagam na cidade
Nos sonhos, das flores encantadas do nosso amor
Percorrer cada verso que se cantou e ouviu
E depois, nestes lençóis a chamar o frio
Sossegar o meu coração, sorrindo à dor

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...