24 de outubro de 2013

sAuDaDe

Pergunto-me como estás. O que fazes? Qual o teu sorriso pela manhã. As tuas corridas. Às vezes sei-te em palavras lançadas ao vento. Outras encontro-te apenas nas memórias. O que tomas ao pequeno-almoço? Quantas vezes pegas no telemóvel por dia? Por onde voam os teus pensamentos? E os teus afetos, as tuas flores? Que jardins as regam? De que cor é o teu pensamento quando escolhes uma camisa para vestir? E as tuas mãos? Ainda são quentes? O teu cheiro ainda faz corar? É que a vida não para: muda e respira. Por isso as saudades se apertam em mim.

19 de outubro de 2013

cErRa0sDeNtEs

Cerra os dentes. Grita de dentro e atira os teus olhos à luz do sol, eterno pilar do mundo. As tuas mãos conseguem levar-te à maresia calma da viagem que ainda nem descobriste. A tua voz cantará o seu destino. E a tua pele será o manto que aquece cada segundo. Cerra os dentes.

16 de outubro de 2013

SuSsUrRoDoAm0r

Deixa que o silêncio do meu corpo te cante
Enfrenta o toque do seu sabor
Escuta o sussurro do amor
Faz do tempo um sol ainda mais brilhante

Deixa que a paz seja o nosso regaço
Recebe a saudade em colo sem dor
Escuta o sussurro do amor
Que se constrói belo, pedaço a pedaço

Deixa que o nosso leito seja rio
No sorriso presente onde me sei cantor
Escuta o sussurro do amor
Com que te amo, semeando cada noite, cada dia!

13 de outubro de 2013

f0dA-sE

Que o tempo me devore os poros todos da pele,
Um a um, os meus sonhos vão-se desfazendo e refazendo
Estou farto desta espera de mim
De me ter e de me ir tendo...

Que o vento me leve até ao infinito,
Canto a canto, vou sentido o calor amargo do vazio
E a minha voz aquece de tão rouca
E o meu corpo se moribunda de tão frio...

Que o verso seja vómito apenas.
Ejaculação fecundada que não vale nada,
Sirvo-me na vida a minha ceia plena de entulho
Sorvo os momentos de uma alma já cansada...

Foda-se.

4 de outubro de 2013

BaNaL

No teu olhar encontrei a cor da solidão
O futuro em dores e vendavais
No teu olhar, fome da minha inquietação
Que se esvazia na pobreza deste cais

No teu olhar, palavras de flores sem ação
Em jardins repletos e virtuais
Assim navega a fonte da desilusão
Por entre rios que se vão tornando tão banais

No teu olhar se perde o sorriso da emoção
E as viagens regressam mais que fatais
Meu amor, um dia sou pó e carvão
E  nada resta. Nada mais.

3 de outubro de 2013

tRiLh0sFoRtEsDeSeRt0sEnCaNtAd0s

Trilhos fortes, desertos encantados
Caminhos feitos dos amantes acordados
Imensidão em cada ternura
De ser e estar, em sede e candura

Trilhos fortes, desertos encantados
A voz que canta em danças e fados
Inquietação em cada ausência
De ser e estar, em fome de essência

Trilhos fortes, desertos encantados
Viagem eterna sem gritos calados
Solidão que da vida se faz
De ser e estar, na guerra e na paz



Trilhos fortes, desertos cansados...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...