23 de março de 2010

uMaPaLaVrAeOuTrA


Roubo-te uma palavra debaixo do vento Que o meu sangue embriagado chora A minha alma adormece, empobrece e demora Em cada segundo do teu passo ainda lento Corres em mim como rio e tempestade Um trilho secreto, sem tempo nem idade Com que me consomes todos os dias Entre as dores e as correrias... Canto-te outra palavra dentro do olhar Profundamente em brasa como uma onda que fica Tatuada na areia para sempre, pobre e rica Na lágrima brilhante que reflecte todo o mar Marcas o teu beijo, íris do abraço Um verso mais que descubro e desfaço Que me cobre o corpo e invento Dentro do olhar, debaixo do vento...

7 comentários:

pin gente disse...

sob o vento ficou retido o beijo embriagado
ébrio, ciciou às nuvens seus desejos
entristecido e pobre, preso entre pejos
talvez fosse aquele o beijo um dia gritado

gritado, na voz grave de uma lágrima
engasgada nos olhos, cuspida nas palavras,
e desse cuspo apaixonado poesia lavras,
enrouquecida no tempo, perdida na rima

tatuado ficou num ténue tom envergonhado
que os olhos mal vislumbram e a pele azula
pois penetrou no sangue onde circula
de tão afogado na bebida, alcoolizado

pin gente disse...

esqueci-me do beijo, pedro!
desculpa

beijo-te

luísa

Lídia Borges disse...

"Debaixo do vento... um rio tempestade".


Há palavras que silenciam.

L.B.

M(im) disse...

Costuma ser-me fácil, o verbo.
Com este poema SILENCIASTE-MO.
Arranco-lhe tão somente um suspiro de resignação. E mais não me atrevo a pedir-lhe, porque o compreendo.

1 beijo com um sorriso (de novo) no olhar

cristal disse...

Roubo-te uma palavra cantada dentro do olhar e uma lágrima brilhante...
e debaixo do vento... há um poema para guardar!

LINDÍSSIMO,Pedro

Abraço GRANDE

Filoxera disse...

Mais um grande momento de inspiração. "Corres em mim como rio e tempestade"- adorei!
Um beijo.

Anónimo disse...

cada amigo/a que te Lê, lê para si e efectivamente sente o que consegue captar da essência de cada palavra tua.

eu sinto um prazer indiscritivel.

um grande beijinho meu

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...