22 de outubro de 2018

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O meu regresso é um poço onde cabem muitas histórias. Um rio que leva muitos amores. Uma árvore de muitos frutos. Um mar de muitas ondas. Um silêncio de muitos gritos. Um céu de muitas nuvens e um coração de muitas explosões. O meu regresso é um poço de solidões.
O meu regresso é um poço onde nascem muitas flores. Onde cantam muitos melros. Onde dançam muitas bailarinas. Onde se pintam muitas telas. Onde morrem muitos portões. O meu regresso é onde o poço é de solidões.
O meu regresso tem a cor de todas as cores. Tem o sabor de todos os beijos da saudade. Tem abraços carregados de todas as lutas. Tem lágrimas de todas as conquistas e todas as paisagens. Tem todas as fomes e inquietações. O meu regresso tem um poço de solidões.
O meu regresso és tu, em caminho longo. És tu, em louca noite. És tu, em acordar de ninar. És tu, em versos que penetram. És tu, em água e sorrisos e tempestades e multidões. O meu regresso és tu, poço de solidões!

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