24 de outubro de 2008

... f0sSeEu

Se o meu corpo não se cansasse assimSe se deixasse que a noite caísse junto ao teu regaçoSaberia de cor todas as cores deste cansaçoOnde desaguo, como um rio, sempre dentro de mimCaio firme, de olhos postos na fonte seguraNo fruto doce e amargo que me consome pedaço a pedaçoSão quentes as esquinas onde tropeço cada novo passoOs vidros e o espelho da crueldade e da canduraCais de partir, de chegar, entre o princípio e o fimFome de lágrimas que me ardem os versos à toaSilêncios e reflexos de quem mata e perdoaUm corpo que cansado, repousa sempre em mim

9 comentários:

Maria disse...

Se eu fosse mar deixaria que desaguasses em mim o rio que és.
Poderias então descansar de todas as cores no meu azul profundo.
Não sou mar.
Mas podes sempre descansar no meu regaço todos os cansaços da vida.
As tuas lágrimas. As chegadas e as partidas. A tua inquietação.
E repousar o corpo...

Um beijo, Pedro

pico minha ilha disse...

Lindo Pedro!!!
Uma ilha

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro,
desabafos...
que bonito!

pois, que cansada estou, também!

descansemos, pois....

bom fim-de-semana
um sorriso :)

mariam

Rafaela Bárbara disse...

se o rio de mim,fosse sempre igual nao seria igual a mim, nem as cores teriam o verdadeiro sabor, nem os silencios poderiam chegar e partir...

AnaMar (pseudónimo) disse...

Este poema que também foi comentário...
Belo poema, ainda bem que em post, para poder ser comentado.

Obrigada pelas palavras. Em poesia, em prosa, desde que tuas.
Bom Domingo.

Helena disse...

E que pujantes se apresentam as palavras saídas de um corpo cansado! Uma inteira entrega.

Incrivelmente, bonito.

Óptima semana.

cristal disse...

Pedro

Belo o seu rio...

Corpo cansado dos tropeções nas quentes esquinas, consumido pelo sabor do doce e amargo...

Rio que cansa, repousa e.... renasce...

Um Abraço e um :)

e...

Uma boa semana

Donagata disse...

Voltei, Pedro. E... gostei.
Beijos

ruth ministro disse...

Li muitos... Adorei particularmente este.

Beijo

oTeMp0

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