8 de maio de 2010

vAi


Vai.
Percorre o teu caminho seja ele qual for.
Mas fica em mim, como punhal de beijos cravado.
Vai.
Não me apagues a saudade; muito menos o amor.
Mas deixa ficar o teu abraço sempre aconchegado.
Vai.
Leva as histórias nossas com um sorriso.
Mas não me tires as lágrimas ou o grito.
Vai.
Não me percas o cheiro, as cores, as pedras do chão que piso.
Mas canta-me sempre esse teu olhar mais que bonito.
Vai.
Fica na minha pele em tatuagem umbilical.
Mas não me esqueças - vive em mim como respiração.
Vai.
Não digas outra vez o meu nome; nem no final.
Mas sente, mãe, como ficou meu coração.
Vai.
Carrega-me ou leva-me contigo!
Mas não me mates só por matar...
Vai.
Não farei de ti um passado mais antigo
Porque esta tua hora de ir é uma nova hora de ficar!

4 comentários:

Maria disse...

Quisera eu que cada gota de água salgada que me sai do olhar se transformasse numa letra e que todas essas letras formassem palavras que conseguissem dizer o que sinto.
Tenho apenas um nó na garganta que me sufoca.

Leticia Gabian disse...

Um beijo grande e um abraço, de um coração para o outro

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro,

Força!
Deixo-te uma imagem e um grande abraço :)

http://olhares.aeiou.pt/casa_foto3528286.html

beijinhos
mariam

OUTONO disse...

Um dizer alto...e um silêncio tão interior...
Uma leitura que repito...e de cada vez sinto mais vontade de ler.
Vai...amigo, nunca pares...
Um abraço.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...