O chão é um retalho medonho que os meus passos carregam em si.
É uma alma seca e longínqua que uma noite me perdeu aqui.
É uma torre de um castelo pousado nos sonhos que nunca são.
É, talvez, unicamente, o pedaço visível dos suores do meu coração.
As pedras ao acaso,
O tempo sem perdoar,
Eis o que voo louco e raso
Da andorinha que se abate sem cessar...
As raízes escondidas,
O solto sopro de cada chorar,
Eis as canseiras longas e perdidas
Da andorinha que se abate sem cessar...
O chão é um poema tremendo que nos queima em cinzas vivas, encarnadas.
É um bater que não se esconde, viagens penetrantes e cansadas.
É um dedo apontado que chama na ternura de um perdão.
É, assim, as inquietudes disto, a que teimosamente, chamo chão.
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