1 de outubro de 2007

p0eTa?


Não morrerei de madrugada
Talvez no mar
Deixarei minha voz calada
Só para nunca mais me calar

Não comerei à tua mesa
Talvez a fome
Cantarei então de novo tua beleza
Inscrita em cada letra do teu nome

Não verto mais lágrimas no teu caminho
Que os teus pés me sugam os odores
Parto no cais de andar sempre sozinho
Acompanhado por muitos sonos, demasiados amores

Sendo assim, paisagem, queda-te por mim
Agarra-te à memória e a tudo o que me dás
E de novo, transforma cada pedra num jardim
Onde a cada guerra possamos beber de novo a paz

Não morrerei nem comerei
Viverei a terra que me floresce
Nas palavras que nunca encontrei
Em tudo o que de dentro me cresce

Poeta? Pode ser, nas entrelinhas do nada
No jogo poderoso e improvável de cada verso
E assim, outra vez, à noite ou de madrugada
Tudo se transforma no seu próprio inverso

Por quem, afinal, tanta dor?
O silêncio do mar não existe
O poder da mesa no seu esplendor
Na corrente de tudo o que é mais que triste

9 comentários:

Raquel Branco (Putty Cat) disse...

Fiquei sem palavras...

beijo

Som do Silêncio disse...

Bom dia Pedro

Os meus sinceros parabéns. Este teu post deixou-me sem saber o que dizer.
Um dos mais bonitos que já li aqui.
Estás inspirado, isso é bom.

Beijo Silencioso

pin gente disse...

eu responderia que sim...

um beijo

ruth ministro disse...

Este poema está absolutamente magnífico. Já o li 3 vezes e a cada vez o sinto mais. Parabéns.

Beijo

as velas ardem ate ao fim disse...

Simplesmente magnifico, Poeta!

Feliz dia Mundial da Musica!~

bjinhos

Anónimo disse...

talvez no mar
talvez a fome
alma e mãos de poeta
olhos e imagens de poesia

Demasiados amores?
Demasiado bonito...

beijo

Maria P. disse...

Assim as palavras nos unem...

Beijos*

Anónimo disse...

Arrancadas de ti, as palavras...

Um beijo, Pedro
Maria

tchi disse...

«Parto no cais de andar...
Viverei a terra que me floresce...
Em tudo o que de dentro me cresce...
O silêncio do mar não existe...»

Porque não consigo não ficar tocada pela sensibilidade do que me chega à alma.

Porque gosto do que escreves, do que dizes e como o comunicas, venho aqui como se há fonte fosse beber quando a sede está no limite.

Beijinho.

oTeMp0

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