23 de outubro de 2007

sUf0c0

Não atires mais palavras à calçada
Não fundas as tuas lágrimas em qualquer futuro incerto
Perdes-te no vazio. No tudo cada vez mais nada
Num encontro que nunca se dará assim tão perto
---------------------------------------------------------------
Não me empurres. Não me mates outra vez
Quero a liberdade solta de todos versos
Na margem de mim, junto a cada olhar que se fez
De novo reflexo dos amores perdidos e dispersos
---------------------------------------------------------------
Não me olhes. Não me cantes. Não me sorrias
Não quero. O meu grito só ecoará na solidão
Na que cada um procura em si, nas noites frias
Em que tudo arde por dentro de cada coração
---------------------------------------------------------------
Vai. Corre por entre as pedras dos sonhos e caminhos
Na luz de todos os partos e viagens do mundo
Sangra-te nos pés, nas cores dos espinhos
Para renascer-te viva, num porvir profundo

4 comentários:

Maria disse...

Fiquei com um nó na garganta...
Que Lindo poema!

Beijo em TI, Pedro

Ka disse...

Lindíssimas estas palavras...

Beijo e um bom dia :)

pin gente disse...

e se ela não for?
se não quiser fazer os pés sangrar?

tufa tau disse...

quando nada sai
quando a garganta entope
quando o sangue aquece de medo
e os olhos se querem encher de lágrimas mas resistem


quando tudo se embarga
quando a pele humedece fria
quando as mãos trémulas não se atrevem
e o corpo doi por todo ele mas mantem-se em pé

...

beijo

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...