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Deixa-me chorar-te até inundar todo o mundo!
E depois cair e morrer.
Saberei de novo cantar para renascer
A cada lágrima com que me alimento e inundo.
Deixa-me chorar-te sem ter medo de nada!
E depois ao cair, adormecer.
Saberei de novo pintar um sonho e perder
Cada lágrima com que enfeito a noite silenciada.
Deixa-me chorar-te e gritar até queimar a rouquidão!
E depois adormecer e morrer.
Saberei de novo que a vida se refaz ao refazer
A cada passo cruel desta forte imensidão.
Deixa-me chorar-te e não me tenhas pena nem dó!
E depois ao adormecer, acordar.
Saberei de novo o fogo de te querer abraçar
Cada passo com que me entretenho tão só.
Deixa-me chorar-te, simplesmente.
Sem perguntas nem outras ternuras.
Só te quero chorar...
5 comentários:
Deixar-te chorar e depois cair
morrer para renascer
adormecer para acordar
deixar-te chorar, simplesmente
para poderes então amar-te
em sonhos pintados de azul
e de todas as cores do teu jardim.
Pergunto-te porque escreves assim...
Beijo-te.
... não, não te tenho nem pena nem dó, pressinto que apenas queres morrer no teu cansaço, para logo depois renasceres no teu chorar-te feliz.
És um vagabundo poeta fantástico, Pedro!
Beijo meu!
Deixa-me chorar-te...assim como uma criança sem vergonha de chorar...
Deixa-me chorar-te...só porque um caudal de lágrimas é difícil estancar...
Deixa-me chorar-te...alívio de todas as mágoas que alberga um novo acordar...
Deixa-me chorar-te só mais um pouco...de volta o sonho e o riso..e uma canção p'ra cantar!
FABULOSO,Pedro
Um Abraço assim...ENORME (e)terno
Fabuloso, este poema.
Hoje também choro algo que perdi. Percorro estas linhas e detenho-me na terceira estrofe.
Continuarei a chorar enquanto houver olhos. Porque lágrimas eu já sei que não acabam...
Um beijo.
Deixa-me chorar-te e rasgar, lentamente, a pele
Com gemidos agudos de frio e de saudade
Voltarei a chorar-te sempre e enquanto houver
Olhos e dor e peito. E vontade.
Deixa-me chorar-te, obrigando-me a viver
Com a mágoa da perda, do fracasso
Do elo que criei, nunca o querendo perder
Que desagua num rio que é o meu regaço.
Deixa-me chorar-te e uivar até morrer
E depois olhar-te ao longe, sabendo que não voltas
Deixa-me rever-te no passado, nas paredes
Que me acolheram lágrimas, filhos e revoltas.
(o teu post inspirou-me. Embora a veia não seja poética como a tua. Beijos)
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