15 de abril de 2012

nAp0rTa

Passa por mim o vagabundo da cidade
Deixa no ar um cheiro a dor
Dizem-me que é crueldade
Perder a vida assim em cada corredor...

Volta por entre as gentes e demora
A sua ferida é apenas existir
O vagabundo sou eu a toda a hora
Mesmo quando não me consigo sentir...

Ouvem-se os cantos da alegria
Mas tudo resta na solidão
Quanto mais se entorna o dia
Mais se rompe a força do coração

Vai, vagabundo, grita falésias ao acaso
Pode ser que te chores finalmente
E depois conta as horas em atraso
Com que mataste o teu presente

Vai e segue a força das lágrimas tuas
Solta o teu nome nas paredes de ser
Depois regressa limpo e ama essas ruas
Que são a fonte do teu constante renascer

1 comentário:

Maria disse...

Já te li dez vezes, pelo menos.
Não te sei...

Abraço-te.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...