De olhar pousado na solidão
Sirvo a fome do vento
Piso os calos da rouquidão
Porque sem ti, não sei se me aguento
Perco-me nos passos da imensidão
No ronco forte deste sonho lento
És assim, doce manto e canção
Dentro de mim, como mel e alimento
Felina, fera e perdição
Névoa, tabuleiro e cimento
Voltas sempre no regresso da minha mão
Partes no perfume que no meu peito acorrento
Gota de lágrima e perdão
Felicidade nua e sofrimento
Devolves-me o olhar em inquietação
E meu corpo em cada momento
De ti, de mim, memória e alçapão
Fortaleza de viagens e esquecimento
Este querer calado em sofreguidão
Este ser e ter, como um monumento
4 comentários:
Ah, essa entrega tão profunda...
Esse amor desmedido, essa loucura sem solução...
Tanto gozo e alegria, e ao mesmo tempo tanta desilusão, tanta lágrima, tanto esquecimento...
E vale a pena? - pergunto.
E respondo: Cada momento.
Reconheço o azul deste mar no brilho do teu olhar. Faço a estrada passo na passo sempre com o cheiro a sargaço. Na minha memória em pedaços deixo a tua inquietação. De um amor assim sofrido não há sentido ou perdão. Talvez um dia possas voltar quem sabe ao mesmo lugar. E a lágrima do cansaço secará quando sentires o meu abraço.
Se eu soubesse do que é a minha fome... mas gosto da tua, do vento...
Um beijo, Pedro
Um dia vou conseguir fazer um poema
com as palavras que não Te sei dizer...
Um, beijo, um abraço, e muitas saudades.
Sabes que hoje matei um pouco a minha fome? E ontem?
Quase rebento de tanto de tanto de tanto... de tanto!
Quantos beijos posso deixar?
Então esses todos...
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