Planto as cores do Outono no meu peito
Serei campa, forno ou aconchego
Nas mãos o sabor inquieto do sossego
Da corrente das estações no meu leito
Semeio o o fogo forte da solidão
Serei ave de rapina ou pequeno insecto
Nas mãos o sossego deste andar assim inquieto
Da terra fértil onde respira o meu coração
Rego a fome do vento em silêncio e verso
Serei vagabundo, fugitivo ou amante
Nas mãos, algo que se diga, que se cante
De mim, veneno em grito rouco e disperso
5 comentários:
Tenho ainda o Verão dentro do peito
Os pés na areia molhada da rebentação
Como posso trazer o Outono para o meu leito
Se o que vejo ao meu redor é solidão
Semeio olhares entre as flores do teu jardim
De onde recolho sorrisos e abraços
Serei airo, pardela, outra ave e assim
Vou marcando o compasso dos meus passos
Mas os dias vão passando em correria
E quando chegar aqui o vento norte
Talvez não seja Inverno, mas invernia
O que me espera entre esta vida e a morte
(guardo as folhas vermelhas do Outono dentro de mim.)
Um beijo, Pedro
Plantar as cores das estações e vivê-las infinitamente cada uma de uma vez. Talvez seja a melhor solução e o encanto da vida.
Gostei do seu blog, bonito e poético.
Abraços.
É pena que o sossego das cores de Outono tenha esse "sabor inquieto" de que fala.
As imagens poéticas sugeridas, sempre muito marcantes.
L.B.
Beijo.
Som
O Outono tem cores quentes, mas dito por ti, tem outro sabor.
Um beijo Pedro
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