21 de fevereiro de 2010

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Como uma porta que se fecha lembro o tempo do ar livre. Em que cada sufoco era mais que um grito: uma fonte a jorrar em nós! Como uma porta que se fecha lembro todos os reflexos que me cegaram. Pontes e barquinhos na corrente e risos e cantigas e fomes puras. Como uma porta que se fecha lembro as viagens. Os passos e os caminhos por entre as falésias e os montes e os pequenos secretos horizontes. Como uma porta que se fecha lembro as janelas. O cheiro dos mantos e as suas cores... Como uma porta que se fecha lembro os sonhos. Carregados ainda dos abraços da leveza infantil dos desenhos. Como uma porta que se fecha não pergunto pelo escuro. Que não tenho medo. Contigo não sinto o medo.

9 comentários:

Maria disse...

Poema de menino que cresce todos os dias. Poema de menino-homem que se faz pequeno todas as noites. Poema saído de ti, tranquilamente, como te sinto agora.

Belo. E sem outras palavras.
Abraço-te.

Filoxera disse...

Não perguntes pelo escuro.
Não tenhas medo.
Segue, de olhos bem abertos, para poderes apreciar as coisas belas da vida.
Beijo.

cristal disse...

"...Contigo não sinto o medo..."

Belo, muito belo este poema de porta fechada ao escuro!

Abraço Grande,Pedro

e

Boa semana

M(im) disse...

...que contigo só tenho medo de deixar - por detrás de uma porta que se fechou - algum tesouro que não sabia que tinha...

Ficou um aperto no coração, uma angústia de passado. Obrigado. Sentir é viver e eu sou uma mendiga de emoções.

São disse...

O texto é lindo, mas eu diria que a porta se escancara...

Boa semana

AnaMar (pseudónimo) disse...

A porta aberta, quando as janelas se fecham
Em nós.

Belo.
(Há tanto que não te lia...Há tanto que...tanta coisa:-))

Um beijo. Sem medo.

(Fui eu que apaguei, em cima, porque tinha uma gralha. E um corvo. E outras aves. Ah...E musgo :-)

_Sentido!... disse...

Quando uma porta se fecha, faz um estrondo que magoa, magoa... e estremece a gente, muito por dentro..., magoa assim como a saudade de quanto a gente teve que era de amor e de verdade mas... de repente..., a porta que se fechava!
Um estrondo que perdura na memória..., faz medo, assusta...!
Feliz de ti, que amas outra vez!...

Anónimo disse...

tens sempre uma maneira muito diferente e meiga de dizeres o que te vai na alma. é isso que faz de Ti uma pessoa tão especial.

um grande beijinho

ruth ministro disse...

Tão lindo... Tanto amor na tua poesia... É por isso que eu gosto tanto de te ler.

Beijos

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...