Escrevo as noites e os cheiros
Entranhados no meu corpo macio
Como quem navega os sonhos primeiros
Nas águas claras de um rio
Dou à margem beijos e abraços
Tão fortes em sorrisos de liberdade
E canto a ternura em todos os passos
Que me levam até ao mais fundo da cidade
Deixo na foz sementes de ternura e prazer
Só porque existo nesta essência de ser jardim
Quando o tempo me faz voltar a nascer
Sempre que regresso de novo a mim
Mais um toque, uma gargalhada
A minha vida é um poema eterno que se canta
Entre este tudo inventado numa estrada
Que me cobre no seu rendilhado e me espanta
São cores de azul nos labirintos onde descobri
Nesta paisagem de ir e vir ainda
As certezas que me fazem estar aqui
Dentro, sem medo, na história mais linda!
1 comentário:
Arranco os dias de um calendário
Um a um como se fosse o fim
Como quem (re)escreve um diário
Sabendo que a vida não é só assim
Dias e noites de ausências inteiras
Sem sol sem sorrisos sem respirar
Como quem ama de todas as maneiras
Sabendo que um dia tudo vai acabar
Difíceis são os tempos em que desperto
Para o teu olhar feito num abraço
Como quem caminha a passo certo
Sabendo que é no teu sorriso que renasço.
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