17 de setembro de 2008

pOeMaPoBrEdAdEsPeDiDa

Roubaste a nossa história pedaço a pedaço
Esquecendo o brilho do olhar
Queimaste toda a beleza do mar
Arrancaste à alma o seu respirar
A tua voz perdeu o cantar
E o meu colo perdeu o seu regaço...

Passas por mim pesada e feia
Atiro-te um beijo devagar
Não sou de esquecer o tempo amar
Nem sair de um abraço depois de entrar
Mesmo que seja assim devagar
Estarás sempre na minha teia

Não quero viver assim inquieto e triste
Neste fogo cinza que me anda a queimar
Em todos os momentos do meu pensar
Fritando-me o sangue sem desaguar
Calando-me a dor sem me pôr a gritar
Vou-me embora só. Nada mais em nós resiste.



Dou-me sempre por inteiro, na verdade total e sem limites.
Esse é o meu perigo.
É próximo demais do precipício...

16 comentários:

Maria disse...

Sei-te intenso e inquieto.
Mas este poema é quase sufocante.
Estendo-te as minhas mãos, talvez demasiado perto do precipício...
... agarra-as, que eu seguro-te.

Um beijo, Pedro

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro, a «maria» pede para lhe agarrar as mãos, pois eu tomo a liberdade de agarrar a aba do casado da «maria» para ajudar a segurá-lo melhor.

o poema, pode bem ser o mote para um livro (romance). belo

um sorriso :)

cristal disse...

Pedro

Por vezes perde-se o brilho no olhar e coisas acontecem que nos roubam o sorriso...

Mas, tal como diz:
"..Não sou de esquecer o tempo amar
Nem sair de um abraço depois de entrar..."

Então receba o meu ABRAÇO tamanho XXL

e

.... continue a cantar o Amor dessa forma tão bela a que já nos acostumou...

Obrigado e fique bem

Maria P. disse...

Não são só aspalavrasquenosunem também osgestosnosunem por isso deixo um: abraço*

BlueVelvet disse...

Nem sei do que gostei mais: se do poema se da nota final.
...Dou-me sempre por inteiro, na verdade total e sem limites.
Esse é o meu perigo.
É próximo demais do precipício...

Aqui está algo que nos une.
Darmo-nos demais deixa-nos vulneráveis, on the edge, próximo do precipício.
Como eu o entendo.
Beijinhos e veludinhos azuis

AnaMar (pseudónimo) disse...

Adeus é uma despedida definitiva.

E como entendo, que por vezes temos que partir, ou deixar que alguém parta, para nos encontrarmos na paz que precisamos, para voltarmos a sentir...tal é a dor que nos deixa quase indiferentes.

Sim, como entendo essas palavras de libertação , do ter que ser, mesmo sem querer.

Mas, apesar de toda a vulnerabilidade e de todos os precipícios em que nos arriscamos a mergulhar, vale a pena a entrega no todo. Só assim vale a pena...(De outra forma, seria um empréstimo de nós e nunca uma entrega em partilha sem esperar devolução...)

Bj

Carla disse...

mas sem uma dádiva completa...o amor fica incompleto!
O problema é quando não se consegue calar a dor.
beijos

Maria Romeiras disse...

Pedro, as palavras ajudam, reanimam, o amor é uma procura, talvez esteja sempre por escrever também, por isso será sempre o caminho dos poetas. Beijinho.

SMA disse...

Persiste tu... nada mais importa
.
.
.
so tu mesmo em ondas de revolta

bjo doce

Lúcia disse...

Pedro - este poema, de tão intenso - chega a doer.
Beijinhos

Vera disse...

Como eu te compreendo Pedro!
O meu dar também é assim. Total, sem limites e sempre à beira do precipício...depois não há quem aguente esta queda pelo abismo...
Beijos

Lyra disse...

Lamentavelmente não me tem sido possível visitar este blog com tanta assiduidade quanta ele merece e que eu gostaria.
Fica, no entanto, a promessa de um regresso em breve para uma leitura pormenorizada.

Até lá ficam os desejos de tudo de bom e um excelente fim de semana.
Beijinhos e até breve.

;O)

mariam [Maria Martins] disse...

vim só dar um abraço
e desejar bom-fim-de-semana

um sorriso :)

mariam

Unknown disse...

Deslumbrantes sentidos que este poema evoca. Dar-se por inteiro nunca é erro. É sempre na esteira da solidão, na ausência que saem as melhores construções, ainda que edificadas com dor, choro, nostalgia ou outros efeitos da Arte da despedida. Porque saber despedir é uma arte,
doce bj
Sandra Ferreira,

Paula Raposo disse...

Compreendo-te. O precipício está sempre aqui ao lado...

Anónimo disse...

Um abraço.
C.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...