Se fores a Paris
Diz ao Sena da minha tristeza.
Conta-lhe as coisas que fiz
Mostra-lhe a cor da minha mesa
Do meu leito ou regaço.
Se fores a Paris
Conta-lhe que as coisas que faço
São da magia do nosso amor
Do ventre e do teu calor
Onde choro e rio também.
Se fores a Paris
Lembra-te da minha mãe.
Se fores a Paris
Diz ao Sena da minha voz.
Conta-lhe que ainda sei ser feliz
Como um rio junto da foz
Da margem ou da fonte.
Se fores a Paris
Deixa-te ficar numa ponte
E lança os teus olhos na corrente.
Cada lágrima passará junto dos cais
Para te cantar mais e mais
Aquela dor que ainda se sente e sente
E que teima em não ser cicatriz...
Se fores a Paris
Procura a minha morte no passeio junto ao rio
Essa é a minha história, o meu fio.
A passagem entre o cá e o lá
Essa terra que não há
Ou a que teimosamente me diz:
Pára de chorar e canta
Deixa que quando for a Paris
Deitarei o teu sangue como uma manta
Sobre o espelho do teu passado
Esse que te consome por todo o lado
Que te fala verdade e que te mente
Que se confunde com o presente
Ou que te fecha os punhos em luto puro
Só porque ainda não alcançou ou futuro
Ou tudo o mais que se pode dizer de quem
Traz no ventre a sua própria mãe
E grávido de muito, te grita num beijo doce
Vai a Paris como se fosse
Fazer amor por todo o lado
E depois, de mansinho e sem perguntar
Adormece o meu desassossego acordado
Para finalmente eu poder regressar...
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Tinha de ser magia. Porque Paris é magia. Obrigado, Andreia, pela fotografia.
12 comentários:
Sabia que era este poema.
" Vai a Paris como se fosse
Fazer amor por todo o lado "
Vai onde tiveres que ri. E volta. Liberto. De peito cheio. Olhar sorridente. Volta TU, outra vez! Porque é assim que te quero.
Abraço-te. Outra vez...
Alguém me arranje um bilhete de avião para Paris! Rápido!...
Que tenho que ver onde se sente tanto, tanto!Assim... TANTO!!!!
Maravilhoso!
Vai onde tiveres que IR, obviamente...
Torna, ainda mais encantado do que o costume...
Abraço.
Vai, Pedro e volta depressinha !!
Cheio de emoções novas, renovado ... com um sorriso ainda mais largo e caloroso.
Um beijo carinhoso :)
Olhem este sitio absolutamente delicioso para se desenhar, "desabafar" e descontrair :o)
Percebi que não é preciso sabermos desenhar bem para ilustrarmos ou "escrevermos" o que nos vai na alma através do desenho...E às vezes é bem mais fácil desenharmos o que nos vai na alma em..."silêncio"
E podem sempre adicionar o desenho ao vosso blog ou enviá-lo por e-mail a alguém.
www.sketchtag.com - visitem - vale mesmo a pena! Divirtam-se!
Olá Pedro:)
Ando um bocadito longe, excesso de trabalho, mas isso não importa nada aqui perante o descanso que as tuas palavras nos dão.
já tinha lido este poema, mas nunca é demais ler outra vez quando se gosta muito.
Vai. vive cada momento. e depois voltas.
Um grande beijinho e boa viagem
Pousa o teu olhar no rio. Bebe-o como se tivesses muita sede. Deixa que te corra nas veias e passeia-te pelas ruas com o rio dentro.
Leva os teus passos pelas ruas. As que queres rever e as que desejas descobrir. Deixa que os sons da cidade se confundam com a luz que te deixa quase cego.
Respira esse ar e guarda o cheiro para mim. É o que quero daí, o cheiro. Chora todas as lágrimas de sangue e deixa que os braços a teu lado te abracem. Nesses braços estão todos os nossos braços. E os nossos abraços.
E volta, com o rio a correr-te nas veias, com as ruas percorrendo-te o corpo, com a luz no teu olhar e o cheiro na tua boca. Receberei o beijo que guardarei para sempre.
E para sempre te deixo, hoje, o meu abraço, tão especial. Hoje.
Beijos aos dois.
Pedro,
este poema é maravilhoso, no sentido e porque sentido .
Que sejam uns dias de descanso para o corpo e de afectos para a alma. Paris. Única .
E, bom regresso!
um abraço e o meu sorriso :)
mariam
Sempre a magia das tuas palavras.
Paris, que saudades!
Um beijo.
Amigo,
Se eu for de novo a Paris irei pelas margens do Sena entoar este lindo poema que dedicas a tua mãe.
Será como um grito de alma para ajudar a libertar a tua mágoa.
Deixo-te um beijinho de Luz, desejando que o Senhor Ressuscitado te fortaleça e anime a tua alma magoada.
Pedro
Já li e reli vezes sem conta este poema e não consigo encontrar palavras...
Vou descendo, páro na Maria e...quase nem consigo dar com a saída...
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Deixo apenas um Abraço amigo
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